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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Cimeira Europa-África

por josé simões, em 07.12.07

 

A propósito da Cimeira Europa – África que hoje começa, escreve o meu amigo Eduardo Dâmaso no Correio da Manhã:
 
“A situação em que se encontra o continente africano é de tal modo dramática que o pouco que, em regra, resulta das cimeiras já é qualquer coisa. Seja como instrumento de pressão em matéria de respeito dos direitos fundamentais, denúncia de regimes ditatoriais ou de delapidação dos fabulosos recursos naturais do continente.”
(Na integra aqui)
 
Desde os tempos do Liceu, que vimos pontualmente discordando nalguns temas, a maior parte das vezes mais na forma que no conteúdo. Permite-me então a minha “visão minimalista” da coisa: O que está em jogo nesta cimeira não são os direitos humanos, fundamentais, ou como lhe queiras chamar; nem é tão pouco a denúncia “de regimes ditatoriais”, isso já é feito todos os dias pela chamada sociedade civil; nem sequer vai haver alguma espécie de pressão; isso é para inglês ver, para o povo ficar em paz de espírito e pensar: Os nossos governantes preocupam-se! Com mais ou menos Live Aids à mistura. O que está em jogo é a “delapidação dos fabulosos recursos naturais do continente”; vamos – a Europa – apanhar o comboio em andamento, naquelas carruagens que ficam do meio para trás, agora que os chineses já tomaram conta da máquina e do maquinista.
 
O factor China foi o que veio baralhar as contas. Não era suposto as coisas andarem tão rápido. África seria sempre aquele continente de reserva na perspectiva de globalização das multinacionais, vulgo marcas. Quando na Ásia se atingisse um nível de desenvolvimento e de bem-estar social considerável, comparativamente aos padrões ocidentais, seria a altura de atacar em força em África. Mas aconteceu aquele irritante “se…”, que dá pelo nome de China, e vamos ter de antecipar jogadas.
 
Leitura aconselhada: No Logo – O poder das marcas, Naomi Klein, Relógio d’Água 1999.
 
Post-Scriptum: Faz um favor a ti próprio; deixa de andar a engonhar e escreve o que te vai na alma! Isto de jogar para o empate dá sempre em derrota.
 
Adenda: Como já por aí li algures, Lisboa será por este fim-de-semana um dos lugares mais mal frequentados do mundo.
 
 
(Foto fanada na Time Magazine)