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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Porque se muorre ua lhéngua?

por josé simões, em 12.11.07

 

“Todo l que ye houmano se muorre. Se nun fur hoije, será manhana. Culas lhénguas las cousas pássan-se de la mesma maneira, i l mirandés nun será eiceçon. Grandes lhénguas cumo l lhatin dórun l lhugar a outras, morrendo-se i, nun cierto sentido, bibindo neilhas i cuntinando a ser ansinado i a ser eissencial al antendimiento de las modernas lhénguas románicas.”
 
E continua com mais 512 palavras. É um excerto de algum livro em português medieval, perguntam vocês. Não. É mirandês, e não vem no Notícias de Miranda (não sei se o jornal existe). Vem na secção Local do Público e assinado por um senhor de boina basca na fotografia, e que responde pelo nome de Amadeu Ferreira.
 
Eh pá, bem que se preserve a tradição e a especificidade cultural das populações e os regionalismos e essas coisas todas; e não vamos fazer como no tempo do Velho Botas, perseguir e condenar as pessoas em nome da unidade da Pátria só porque falam em mirandês, barranquenho, ou outro ês ou enho qualquer. Se bem que na DREN talvez desse jeito proibir estes regionalismos como forma de saber quais as bocas que as pessoas mandam ao Primeiro… Dito de outra forma, se o Charrua fala-se em mirandês não lhe tinha acontecido o que aconteceu, que era precisamente um dos argumentos subjacentes à proibição do regionalismo nos tempos de Salazar. Mas c’um caraças estamos a falar do Público, um jornal de dimensão nacional! Então e a tradução, para o resto do povo saber com que linhas é que se cose?!
 
Seja o que for que lá esteja escrito, tenha o significado que tiver, gostei muito de ler. Para ti também, oh Amadeu!
 
(Foto via Time Magazine)
 

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