||| Não que não lhes interesse
Não que a política não seja apostar numa política de baixos salários, apesar de o jurarem a pés juntos e com os dedos cruzados atrás das costas, desde o Álvaro que foi ministro, com o preço da hora a cair, os feriados eliminados, os dias de férias cortados, a célebre meia hora de borla para o patrão, e a TSU;
não que não governem para quem representam, com uma aposta clara no aumento da mais-valia para o patrão e/ ou empregador, com a baixa do IRC, com o corte das indemnizações a pagar em caso de despedimento, e mais tudo o que foi escrito no parágrafo anterior, e apesar da "dúvida" que fica, como se alguém no seu perfeito juízo acreditasse nisso, se uma «baixa salarial [conduz] necessariamente a uma redução dos preços»;
não, o problema deste Governo é ligeiramente diferente do problema da troika que vai e vem enquanto o Governo fica. O problema deste Governo é que enquanto for a "meia dúzia" dos funcionários públicos que restam, nas ruas a protestar, a coisa vai indo, mal ou bem mas vai, e vai jogando com a divisão da sociedade entre os bons e os maus, o privado e o público, e com o espírito mesquinho e a ignorância da maralha, o "são eles, os manhosos que vivem à custa dos nossos impostos, não somos nós". O problema deste governo é a generalização e a massificação do protesto.
[Jean-Luc Godard na imagem]