Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

|| Há coisas que nunca mudam

por josé simões, em 12.06.13

 

 

 

Contava Jaime Serra, um dos protagonistas de uma das fugas mais ousadas e espectaculares de uma prisão do Estado Novo que, após semanas de interrogatórios na prisão, sem a presença de advogado, onde foi submetido a agressões físicas de toda a espécie e crueldade e à tortura do sono, como não havia meio de ceder, lhe deram a ouvir vozes, supostamente da mulher e dos filhos, supostamente na sala ao lado, como chantagem e ameaça. "Se tens amor à tua família é melhor deitares cá para fora tudo ou a seguir são eles", mais ou menos isto, tendo ele respondido que todo o mal que fizessem à mulher e aos filhos era a PIDE, era o fascismo, era Salazar, pelas mãos daqueles agentes, quem o faria e não ele que lutava por uma causa justa.

 

Vem isto a propósito da greve dos professores e da argumentação do ministro da Educação Nuno Crato, do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, do ministro dos Negócios Estrangeiros Paulo Portas, e do Presidente Aníbal Silva, por o princípio ser exactamente é o mesmo: atirar com a greve para cima dos alunos e a responsabilidade dos prejuízos causados para o lado dos professores, como forma de disfarçar e desviar as atenções da opinião pública da incapacidade, e da falta de vontade do Governo, em lidar com o problema de forma racional e honesta.

"O superior interesse dos alunos", diria o Presidente que-foge-dos-alunos da António Arroio depois de ter açulado os alunos dos colégios privados.

 

No avatar Nuno 'Zedong' Crato, a seguir os profs iriam todos para campos de reeducação e não se falava mais nisso, na versão Governo fora-da-lei, dois Orçamentos do Estado chumbados pelo Constitucional, e desrespeito à decisão do mesmo Constitucional na reposição dos subsídios de férias esbulhados aos funcionários públicos, o que dava mesmo jeito era um Tribunal Plenário para julgar sumaríssimamente essa corja. Na falta do tribunal Plenário altera-se a Lei ao jeito do Governo de modo a que não seja necessário um Tribunal Plenário.

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

 

 

4 comentários

Comentar post