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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

A entrevista

por josé simões, em 17.11.06

A entrevista de Cavaco Silva à SIC correu mal a Marques Mendes e bem a José Sócrates.
Se duvidas houvessem, ontem ficaram completamente dissipadas: O Primeiro-Ministro e o Presidente da Republica são irmãos de sangue.
“Não houve nem forte nem leve dessintonia ” (entre o PM e o PR ), “Este Governo revela um espírito reformista” e “vai na direcção certa”.
 
A pergunta de Maria João Avillez , sobre quais as reformas que considera prioritárias, Cavaco responde: Administração Publica, Segurança Social, Educação e Contas Públicas, ora nem mais nem menos as que estão na agenda de Sócrates.
 
Nem era necessário haver mais entrevista, o que se lhe seguiu foi só para cumprir calendário.
Perante isto a Marques Mendes restam duas opções, ou encosta à esquerda para fazer oposição, o que não é crível que aconteça; ou arruma as malas e vai de férias porque isto está para durar. Pelo menos até depois da presidência portuguesa da UE em 2007.
 
Pelo meio tivemos um inédito televisivo que consistiu na promulgação de uma lei em directo, a Lei das Finanças Regionais, que segundo Cavaco atendeu a algumas sugestões suas e tem havido demasiado ruído à sua volta.
Mais um erro de estratégia de Marques Mendes ao encostar a Alberto João Jardim na deslocação à Madeira para prestação de vassalagem ao Presidente do Governo Regional. (Como já aqui havia sido escrito num post anterior).
 
Nem o presumível lapsus linguae sobre o célebre artigo da “má moeda”.
Foi apenas e só uma confirmação: “Não fiz o artigo dirigido a qualquer outra pessoa”.
 
Arrisco o palpite que José Sócrates tem como livro de cabeceira “O Príncipe”.
 
No Congresso da passada semana Helena Roseta e Manuel Alegre cumpriram na perfeição os papéis para si idealizados pelo líder.
Nas últimas presidenciais coube a vez a Mário Soares. É que Sócrates votou Cavaco porque sabia de antemão que era o único candidato que encaixava no seu perfil de governação.
 
Assim como Cavaco votou PS para as legislativas, como o prova a rábula dos líderes nos cartazes eleitorais e o não apoio a Santana Lopes.