Relatório e Contas. Resumo da Semana
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Entertainer on Stage, Shimizu 1967
Daido Moriyama
Alguém devia, não digo avisar, mas ensinar, não o taberneiro, que esse sabe perfeitamente o que diz e não precisa de ensinamentos, mas os alegados jornalistas, que não há "líder da oposição" coisíssima nenhuma, quanto muito há o líder do maior partido na oposição. Isto não é tudo farinha do mesmo saco, mesmo havendo um escritor de livros a metro na apresentação do telejornal da televisão pública que de todas as vezes que se refere à esquerda à esquerda do PS usar "partidos da área socialista". Se não há misturas à esquerda ainda muito menos as há à direita extrema e à extrema direita. Como diria o outro, área socialista é a tua tia, pá!
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Um aplauso por cada paragrafo lido no teleponto num discurso Chat GPT, coisa que não acontecia nem nos idos do pós 25 de Abril, onde estas coisas dos comícios eram novidade e aprendizagem, o orador lia pelo papel sem levantar os olhos para a plateia e a inteligência era natural. Ou o homem é mesmo o salvador da pátria ou a audiência estava cheia daqueles que vão pela primeira vez a um concerto de rock e gritam por tudo e por nada. Mas depois lá a frente estava gente como Isaltino Morais, Ângelo Correia, Ribeiro e Castro, Chicão, que é mais velho que os anteriores, e se calhar veio para salvar a pátria de alguns que andam a ser salvos desde o dia a seguir a Salgueiro Maia ter voltado para Santarém.
[Imagem de autor desconhecido]
As televisões de Pavlov, todas as salivar, foram bater à porta do ministro Leitão Amaro por causa do irmão e do cunhado, como se uma relação familiar implicasse toda a família no que quer que seja, a família não se escolhe, mas nenhuma se lembrou de ir bater à porta do taberneiro, depois do circo da vitória, por o dono da Helibravo, uma das empresas investigadas, ser um dos principais financiadores do partido da taberna, o tal que é contra o sistema e assim que se alçar ao poder "acaba logo com a mama toda".
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Dez dias depois da contagem dos votos o segundo partido mais votado nas legislativas reserva uma sala num hotel da capital para celebrar o segundo lugar conquistado dez dias antes e o país mediático pára com directos, discurso do chefe, comentários, aplausos, apartes, aplausos, apupos, comentários, ameaças nas entrelinhas, aplausos, mais comentários e mais apartes e mais ameaças nas entrelinhas e mais aplausos. As pessoas gozavam que o PCP nunca perdia eleições quando o PCP não sabia era ganhar eleições.
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Dia 28 de Maio. Belo dia para anunciar a vitória do partido da taberna no círculo da imigração. Ele há coisas do caralho... Pena Gérald Bloncourt já não ser vivo.
[Imagem "La petite madone de la misère - Fillette dans un bidonville à Aubervilliers -1957"]
[* Título do post]
O taberneiro diz o que um milhão e quase quatrocentos mil portugueses, que não são racistas, nem xenófobos, nem estão cheios de ódio e raiva, querem ouvir, e a factura vai sair pelo lado do Estado social, da escola pública, do Serviço Nacional de Saúde, dos direitos e garantias, coisa que ninguém quer ouvir e que obviamente nunca foi dita, apesar de estar escrita.
O senhor Carneiro, único a chegar-se à frente, diz o que o PS, homenzinho e responsável, com a alma cheia de "sentido de Estado", e o que o PSD pantomineiro e videirinho do doutor Montenegro querem ouvir e que seja dito, a factura vai chegar pelo lado do partido da taberna.
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Por um lado temos a direita-extrema com a agenda da extrema-direita, que os emigrantes devem ir para a terra deles, que há cá demais para as necessidades, que têm que vir com contrato assinado e com habilitações necessárias; por outro lado temos os patrões, que faltam cem mil - 100 000 - cem mil imigrantes em Portugal para suprir as necessidades, e ainda nem sequer começaram as obras do novo aeroporto, da nova ponte sobre o Tejo, do TGV, tudo assente nas sub empreitadas e sub sub empreitadas, para maximizar lucros e fugir às obrigações fiscais, com a cumplicidade do poder político, e resta saber como se vão identificar os pedreiros, os carpinteiros, os serralheiros, etc, etc, com diploma passado que os habilite a trabalhar na obra.
Por um lado temos o controlo minucioso de fronteiras, por causa dos alegados bandidos que vêm de fora, para se aproveitarem dos subsídios, do Serviço Nacional de Saúde, para as mulheres parirem à pala e ficarem logo a receber abonos, como diz o líder do partido da taberna, e como repetem acéfalamente os que estavam na abstenção e resolveram sair de casa para meterem o país na merda com o seu direito ao voto; por outro lado temos os "investidores" que dizem desistir de Portugal por causa da exagerada burocracia e da caça ao imigrante nas fronteiras.
É a direita no seu labirinto a ganhar eleição atrás de eleição com um discurso em choque com a realidade do país mas ao sabor da bolha.
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E se o partido da taberna limpar os quatro deputados pelo círculo da imigração a animação que vai nas hostes do PSD, da IL, e daquele partido que não existe, o CDS, dos oficiais aos oficiosos com lugar cativo nos media, até aos minions de plantão às redes, é para continuar ou vão finalmente perceber o que está a acontecer? Tenho uma vaga ideia de Martin Niemöller ter escrito qualquer coisa sobre isto...
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A seguir vão descobrir uma barbearia onde dormem vinte gajos do Punjab. Trabalham todos na restauração mas como a renda da casa é maior que o ordenado em vez de viverem em vinte apartamentos vivem vinte numa barbearia dum compatriota. Mas a culpa é deles que são imigrantes. E lá vamos vivendo alegremente com a extrema-direita a fazer-nos a barba e o cabelo todos os dias.
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Sign O' The Times,Capítulo CCXCII
Este fim-de-semana foi assim.
? and the Mysterians ~ 96 Tears
[7" vinyl]