Relatório e Contas. Resumo da Semana
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Four Schoolgirls, Yaumatei, Hong Kong 1983
Greg Girard
O nome de Leonor Beleza é chutado para cima da mesa das presidenciais e ninguém se lembrou de ir ouvir a Associação Portuguesa dos Hemofílicos. Como dizia o outro, "há muita fraca memória na política".
O ministério das polícias é assaltado e o segurança, de uma empresa privada, não dá por nada. O ministério das polícias tem segurança privada. E tudo isto é normal porque, como dizia o outro, "há Estado a mais na vida das pessoas" e se calhar também dentro do Estado, e outro, amigo dele, remata "o liberalismo faz falta".
Pior que Marques Mendes ser aventado para candidato a Presidente da República é Marques Mendes ele próprio se achar candidato a Presidente.
Meu querido mês de Agosto.
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A bus with passengers sitting on the roof with belongings, drives past a damaged vehicle, a day after separatist militants conducted deadly attacks, in Bolan district of Pakistan's restive province of Balochistan, Pakistan. Reuters/ Naseer Ahmed
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Luís Montenegro anuncia que propôs "a Ursula von der Leyen a doutora Maria Luís Albuquerque para comissária europeia". Uma é doutora a outra nem por isso. #chupa, como se usa nas redes. A doutora dos swaps, do corte de 600 milhões de euros nas pensões, dos orçamentos rectificativos. A doutora que não via incompatibilidade entre o lugar de deputada e o cargo na Arrow Global depois de sair do ministério das Finanças. A doutora cuja única participação cívica conhecida desde que passou a andar à paisana foi apresentar um livro de Gabriel Mithá Ribeiro, deputado do partido da taberna, dedicado a Donald Trump e a Jair Bolsonaro. Carlos Moedas apareceu logo todo lampeiro nas televisões a dizer que "para se trabalhar na Comissão Europeia é preciso ter experiência". Sem se rir. Ele, que antes de ter sido moço de fretes da troika no Governo da troika, tinha tido grande relevância a escrever meia dúzia de merdas num blogue. O Núncio do CDS, o da lista VIP das Finanças, dos offshores e da amnistia fiscal, acha que é uma excelente escolha. Até à data, Paulo Portas, o vice, continua irrevogavelmente calado. Para o que é, a doutora na Europa, bacalhau basta. Encaixa que nem uma luva numa comissão que comissiona em função do privado ignorando o interesse público. Vai ficar tudo bem.
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Parece que o camarada Raimundo não sabe escolher entre um condenado por suborno, falsificação de documentos, abuso sexual, difamação, e instigador de insurreição contra o Estado de direito democrático, com vista a golpe de Estado, por não aceitar os resultados eleitorais, e uma democrata. Não consegue escolher entre um boçal, misógino, racista e genuíno anti-democrata e uma pessoas culta, educada e respeitadora das regras da democracia. E, quando todos pensávamos que isto era mais um episódio da saga "entre Lula e Bolsonaro não sei em quem votar" que tanto chateou os camaradas do camarada Raimundo, afinal tem a ver com não ser cidadão americano, norte-americano mais propriamente, porque entre Maduro e María Corina Machado o camarada Raimundo sabe em quem votar, tem a ver com o povo palestiniano, tem a ver com genocídio, tem a ver com colonialismo, que até o senhor da foto se riu da forma que foi construída a União Soviética, tem a ver com capitalismo neo-liberal, atenção camarada Xi Jinping. Nunca acabem. O ponto é que vão mesmo acabar.
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Íamos a pé do RALIS, à Portela de Sacavém, até ao estádio da Luz. Era uma festa. Havia sempre um porteiro que deixava entrar um militar fardado, e não eram tão poucos quanto isso, os porteiros e os militares. "Coitado, o pré não dá para muito... estão ali obrigados", e assim aquelas contas do números de espectadore eram sempre mais que a conta. Era uma festa. E lembro-me de o Filipovic ter marcado ao Roma, de ter atirado a boina ao ar para festejar, da boina ter desaparecido no meio daqueles milhares e em menos de um diabo vermelho esfregar um olho estar outra vez na minha cabeça. Magia. O Filipovic e a boina saltitante. Uma festa. Foi o que faltou dizer. Obrigado.
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A direita, que mais que não querer eleições tem medo de ir a votos, a propósito de um hipotético chumbo do Orçamento do Estado no Parlamento, paulatinamente vai construindo a narrativa de que ninguém, o pagode, quer ir a votos, e que ninguém, o pagode, percebe que se queira ir para eleições. É como aquelas canções foleiras que passam na rádio e de que ninguém gosta mas que ao fim de tocadas uma vez por hora toda a gente as canta na rua.
[Imagem de autor desconhecido]
Paulo Rangel afirma que sismo foi "um teste real às nossas capacidades de resposta"
Paulo Rangel, entre a vergonha alheia e o político pantomineiro rasca que aproveita toadas as oportunidades para aparecer a surfar uma onda qualquer.
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Entras numa loja de marca numa grande superfície. Griffe, classe média alta/ alta. És atendido por um cigano. Sem nada que o indicie, da cor da pele, à maneira de falar, passando pela barba e corte de cabelo. Extremamente bem parecido e bem arranjado, tipo catwalk Moda Lisboa. Só sabes que é cigano porque o conheces de vista, a ele e à família, aos membros mais velhos, mais tradicionais. Perguntas por um fato, deixa-me cá escrever paletó por causa dos ignorantes do Acordo Ortográfico, medida acima da que está no expositor. Não há. Perguntas se há noutra qualquer loja da marca. Faz check no computador e vira o monitor para ti, "como pode ver não é má vontade, não há mesmo". Voltas com outro fato, outro padrão, a mesma pergunta, a mesma resposta, o mesmo virar de monitor. Nunca ninguém te tinha feito isto em tempo algum em loja alguma em alguma marca. Não há, não há, ponto final, não é preciso o vendedor fazer prova de fé. Sente-se visto como cigano, o que engana as pessoas na feira, por aqueles que não o vêem como cigano e nem sequer sabem que ele o é. Tem de se justificar. Tiraste o cigano da feira mas não tiraste a feira do cigano.
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Sign O' The Times, Capítulo CCLIII
Este fim-de-semana foi assim.
Hey! ~ Silver Leaf
[7" vinyl]