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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

É preciso ter pontaria

por josé simões, em 03.07.24

 

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A capa da Time Magazine e a capa do The Guardian Weekly. É preciso ter pontaria.

 

 

 

 

"Dividir por nacionalidade"

por josé simões, em 03.07.24

 

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Uma vez em Soissons, pequena cidade a norte de Paris, perguntei a um emigrante português porque é que recebia em casa o jornal da, à época, Frente Nacional, e votava na Marina se o partido tinha um discurso xenófobo e anti-emigração. Respondeu-me que eles, os portugueses, não eram emigrantes, emigrantes eram "os árabes e os pretos". Lembrei-me disto ao ler que o Attal apelou ao voto dos luso-descendentes contra o Rassemblement National que quer dividir os franceses por nacionalidades.

 

[Link na imagem]

 

 

 

 

Merecemos tudo o que nos cai em cima

por josé simões, em 02.07.24

 

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Morre Fausto, um dos nomes maiores da música popular portuguesa de sempre, no panteão ao lado dos dois Zés, o Afonso e o Mário Branco, e no dia a seguir são estas as primeiras páginas dos três jornais generalistas que ainda restam nas bancas. Melhor que isto só a peregrinação de um Papa a Fátima. Merecemos tudo o que nos cai em cima.

 

 

 

 

"Dia 4 às 15 horas"

por josé simões, em 01.07.24

 

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Na convocatória para a cercadura ao Parlamento, a páginas tantas, o taberneiro diz "dia 4 às 15 horas" enquanto faz com a mão direita o gesto três dedos e um zero que, em linguagem gestual, todos já vimos no canto do ecrã a tradução, significa "dia 4 às 15 horas" e não o símbolo White Power dos supremacistas brancos e, por coincidência e só por coincidência, também o símbolo do Movimento Zero nas polícias, aqueles senhores e senhoras que nos grupos WhatsApp, Telegram e contas fechadas no Facebook se dedicam a insultar imigrantes e gente de outras cores, para, mais rápidos que a própria sombra, os ditos zeros responderem ao apelo do chefe e gritado presente. Nas televisões, rádios, jornais, que andaram com o senhor ao colo e o engordaram, ninguém deu por nada, mesmo depois de elevados à categoria "Inimigos do Povo". Espectáculo!

 

 

 

 

In Memoriam

por josé simões, em 01.07.24

 

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Fausto

 

1948 - 2024

 

 

Com Fausto vi um dos melhores concertos da minha vida na apresentação de Por Este Rio Acima nos Claustros do Convento de Jesus em Setúbal, acompanhado pelo O Ó que Som Tem? do Rui Júnior, numa época em que não estava para aí virado, nem pouco mais ou menos, e andava por sítios como Forever Now dos Psychedelic Furs, A Kiss In a Dream House da Siouxsie, Sextet dos A Certain Ratio, Junkyard dos The Birthday Party, Pornography dos The Cure, Combat Rock dos The Clash, entre outros.

 

"Rosalinda, se tu fores à praia, se tu fores ver o mar", a primeira canção de protesto ecologista da música portuguesa porque "atrás dos tempos vêm tempos e outros tempos hão-de vir" e "uns vão bem e outros mal", em 1977 numa Madrugada dos Trapeiros que cada vez mais é o dia e a noite de cada vez mais gente nas ruas das grandes cidades portuguesas.

 

Fausto nasceu no Atlântico a bordo de um navio chamado Pátria numa viagem entre Lisboa e Luanda. "Por este rio acima" a expressão mais usada por Fernão Mendes Pinto na Peregrinação. Ainda dizem que um gajo não tem o destino traçado à nascença...

 

 

 

 

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