"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Quando os juros elevados serviram para equilibrar as contas públicas e reduzir a divida, para a direita ilusionista liberal era o "ilusionismo socialista", agora que os juros elevados fazem disparar os lucros dos bancos, caladinhos, a esquerda tem ódio ao lucro.
A arte destes artistas consiste em meter os miseráveis e remediados a votarem neles enquanto repudiam outros miseráveis e remediados como eles.
Todos os dias aparece um ministro ou um secretário de Estado numa televisão a anunciar alguma medida que vai resolver um problema qualquer na vida do cidadão, uma negociação concluída para entrar em vigor, a prestações, ao logo dos próximos anos, um projecto aprovado que vai estar concluído daqui por uma década, um processo de intenções apresentado como um dado adquirido. No tempo do governo anterior isto era propaganda socialista, e nem sequer tinha esta dimensão, nem de longe nem de perto, agora é "o Governo em movimento".
Os 2,7% de crescimento económico que com António Costa eram "poucochinho", e os 2% de Luís Montenegro, a herdar de António Costa, que "não há disto na Europa". Ainda não disse se dissolve o Parlamento no caso do chumbo do Orçamento do Estado.