"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Diz que Carlos Moedas é grande estadista por ter posto os pontos nos is e dizer preto no branco que a imigração faz falta, não podemos é "tolerar atentados contra a dignidade humana", e que a "imigração tem que ter regras, que garantam que quem entra no país tem contrato de trabalho e condições para viver com dignidade". E foi prontamente aplaudido, por unanimidade e aclamação, pelos compagnons de route que, desde pelo menos 2006, ano em que saíram dos buracos para os blogues, onde foi congeminada a direita ilusionista liberal, fã do 'amaricano' Tea Party e com fotos da Margaret Hilda na parede do quarto, sempre defendeu a virtude da iniciativa privada que criou os Uber, Uber Eats, Glovos desta vida, precisamente alimentados pelos imigrantes sem contrato de trabalho, sindicatos vade retro Satanás, coisa de comunistas, e sem sítio para dormir, que durmam empilhados uns nos outros que sempre se aquecem no Inverno. E nesta enxurrada orgásmica de aplausos temos alegados jornalistas, que não têm memória nenhuma do que era a direita liberal quando Passos começou a rabear com Manuela Ferreira Leite, moravam em Marte, taditos, mesmo aqueles que marcaram presença no congresso que havia de entronizar o barítono em Mafra.
Uma denúncia feita por ex-dirigentes do Chega relacionada com o desaparecimento de uma Ata fez com que um juiz de Braga ordenasse uma diligência judicial na sede nacional do partido de André Ventura em Lisboa, pois já não existe sede em Braga por falta de pagamento da renda.
Corria a campanha eleitoral para as Autárquicas de 2017 e Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente de todos os portugueses, num semáforo encontrou-se por acaso com Teresa Leal Coelho, candidata do seu partido, o PSD, à Câmara Municipal de Lisboa.
Estávamos para saber das prometidas antecipadas legislativas por Marcelo, caso o Orçamento do Estado viesse a ser chumbado, e Marcelo, o Presidente de todos os portugueses, recebia na residência oficial o líder da oposição interna ao líder do seu partido, o PSD, para tratar da data das eleições antecipadas, condicionada pela data das eleições para a liderança do PSD.
Corria a campanha eleitoral para as Autárquicas de 2023 e Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente de todos os portugueses, encontrou-se por acaso na Feira do Livro com Carlos Moedas, candidato do seu partido, o PSD, à Câmara Municipal de Lisboa.
Estado securitário? Xenofobia? Estigmatização do outro? Insegurança induzida? Referendo ao aborto? Direitos das mulheres? Saúde Pública? Mentira atrás de mentira na campanha eleitoral? O dia em que os imbecis climáticos vieram em socorro dos trogloditas da AD:
E porque é que se candidata se desconhece os dossiers ou desconhecendo os dossiers se demite ao invés de encontrar alternativas para não quebrar a palavra dada?
E o que os cépticos, ou os escaldados de promessas anteriores, têm a ver com promessas de terceiros que empenharam a própria palavra dando como garantia a palavra dos outros?
Há não tanto tempo quanto isso o nome que se dava a isto era "conversa de maluco, dá-lhe o desconto", desde o advento das redes, em que um gajo qualquer com o título de doutor sai do balcão da taberna, vai para o Facebook, inventa um partido, elege deputados e, em vez de ser prontamente metido na ordem, arrasta os outros para a sua ordem ao ponto de entrar numa equação para solução governativa, tudo já é normal e aceitável.
Dizem que no próximo 10 de Março de 2024 o PCP corre o risco de desaparecer do mapa eleitoral e ficar reduzido a um ou dois assentos parlamentares, e até já há apelos ao voto de personalidades mais ou menos conhecidas, um de gente "sem filiação partidária" e outro de antigos companheiros de estrada.
Diz que o criador entrou na campanha para dar uma mãozinha ao homem sem passado - "O meu passado chama-se Passos", e que entrou na campanha no Algarve por ser o sítio onde a criatura mais ameaça a casa mãe comum, o partido do criador, e passar a segunda força política. E entrou com um discurso securitário e xenófobo, a associar a imigração à insegurança e criminalidade, segundo ele "uma sensação que paira nas pessoas", em vez do discurso pedagógico alicerçado em dados estatísticos fidedignos - "Segundo as nossas estatísticas, 99% dos imigrantes vêm por bem", David Freitas, coordenador da investigação criminal da Unidade Nacional Contra Terrorismo.
E se o criador entrou na campanha na base de dar uma mãozinha ao homem sem passado acabou a potenciar a criatura que, mais rápido que a própria sombra e que o próprio Luís, veio surfar o discurso do mestre e colher os louros do elogio, "Basicamente o que Pedro Passos Coelho disse esta segunda-feira foi 'ponham os olhos no Chega'", metendo os crentes a olhar para o original e a fotocópia.
E se Passos, segundo a direita, é o federador da direita, qual é a direita que Passos federa, a que com fato grife e perfume caro enche a Praça do Município em Lisboa e o espaço do comentário "isento e independente" com as avenças nas televisões, ou os anónimos, pés rapados, excluídos do sistema, que não podem com eles nem com molho de tomate?
A direita a brincar com coisas sérias, com a liberdade e a democracia, mas a culpa há-de ser da esquerda.
A direita que convive bem com a propaganda dominical de Luís Marques Mendes e Paulo Portas em horário nobre - Velhos de Portugal, mascarada de análise isenta e desinteressada, é a mesma direita que ficou em estado de alerta com os Jovens de Portugal nas redes e no tubo, pela desmontagem da propaganda da direita, com recurso à memória do que foi a anterior governação da velha direita, agora regressada e apresentada como nova. Uns estarão a incorrer em várias infracções, os outros não estão a incorrer em infracções nenhumas e ainda são pagos para isso.
[Na imagem a cerimónia tomada de posse de Carlos Moedas como presidente da câmara na Praça do Município em Lisboa]
Aceitam-se apostas sobre quantas televisões vão abrir telejornais com este trabalho do Público:
“A lista de extremistas que, em tempos, se preparavam para entrar no partido e que entreguei em mão ao André tinha nomes ligados ao assassinato de Alcindo Monteiro. Era extrema-direita dura”, recorda ao PÚBLICO o antigo vice-presidente do Chega, Nuno Afonso, que se desfilioue encabeça a coligação Alternativa 21 por Lisboa. “Já tinha suspeitas de que vagas de pessoas desse género podiam entrar, havia gajos da NOS [Nova Ordem Social], a extrema-direita a sério. Mas quando mostrei a lista ao André [Ventura], a resposta foi: ‘Não faz mal, queremos os votos de toda a gente’”.
O XV congresso da CGTP, a maior e mais antiga central sindical do país, a passar ao lado das televisões, e o destaque dado pelas mesmas televisões ao congresso do sindicato dos bancários, também conhecido por UGT, inventado para assinar por baixo o que o sindicato dos patrõe lhe põem à frente para assinar. A culpa é do TikTok.