"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Marcelo meteu o bedelho onde não era chamado, mas isso não é novidade para ninguém. E logo de seguida fugiu com o rabo à seringa, e a isso já estamos todos habituados. O ministro dos Negócios Estrangeiros meteu o bedelho onde não era chamado, mas noção é coisa que não lhe assiste, desde que as caixas de e-mail recusam correspondência, alegadamente por causa do tamanho do ficheiro, que é suposto ser efectivamente recusada enviar devido ao tamanho do ficheiro. Nada de novo em pantomineiros profissionais. O presidente da Assembleia da República esticou-se nas suas competências e atribuições, mas isso é mais do mesmo. E esqueceu-se de que é presidente do Parlamento e não da bancada parlamentar do PS, e até aqui nada de novo. Os cheganos e os ilusionistas liberais, estes últimos que só diferem dos primeiros por terem mais vocabulário e não usarem a gravata pela braguilha como o Trump, aproveitam todas as oportunidades para manifestarem o ódio que têm ao 25 de Abril. Dão-lhe biscas e eles aproveitam. No final da cadeia alimentar fica o 25 de Abril, achincalhado, mais uma vez, e o Lula, metido numa alhada sem saber ler nem escrever.
Como cidadão admite que esteja a haver especulação com os preços e que "há algum aproveitamento deste efeito inflacionista". Se como "empresário" e presidente vitalício do sindicato dos patrões fica contente com esta inesperada mais-valia e aumento da riqueza não disse e também ninguém se lembrou de lhe perguntar.
Depois do Ventas do Chaga ter declarado a intenção de "roubar" a rua à esquerda surge um "misterioso" Vida Justa, vindo das margens, não as margens do Brecht que oprimem o rio mas das margens do rio que são oprimidas pelas margens, num mix de esquerda à esquerda da esquerda, okupas, desenraizados sociais, anarkas, libertários, imigrantes, uma amalgama de apátridas políticos que não costumam andar metidos nestas alhadas, apesar da participação de elementos mais ou menos conhecidos de organizações e partidos políticos mainstream. Uma vida própria até agora desconhecida e que começou a ganhar visibilidade com o novel STOP dos stores. Quando a extrema-direita aparecer na rua, se aparecer, é com a ralé e como ralé. E até aqui nada de novo e saiba a esquerda aprender com as lições do passado, a completarem 100 anos por estes anos.
Lê-se e ficamos a saber que a NATO - Portugal incluído, os 'amaricanos', a União Europeia - Portugal incluído, não só declararam guerra à Rússia como a atacaram. Só difere do discurso alucinado de Putin na véspera porque aqui a NATO - Portugal incluído, os 'amaricanos', a União Europeia - Portugal incluído, se preparam para declarar guerra e atacar a China. Diz que o PCP não é putinista pero que las hay, las hay.
A última vez que a Europa e o mundo viram 200 mil almas num estádio a gritar pela guerra e a aplaudir a morte foi na Alemanha nos idos de 1935. E contam com cúmplices em Portugal, os que se reclamam da luta contra o fascismo. É o exército dos mal-formados. Como receberam educação em casa e os pais lhes incutiram valores só podem maus por natureza para compactuarem e justificarem a barbaridade e selvajaria com a argumentação mais obtusa.
- Não devemos, Europa e Estados Unidos, continuar a fornecer armas e munições à Ucrânia senão nunca mais temos paz [deixar os ucranianos entregues à sua sorte, os russos avançarem, libertarem a Ucrânia dos ucranianos, e instalarem um regime fantoche em Kiyv];
- Não devemos, Europa e Estados Unidos, hostilizar a Rússia, potência atómica, contra o risco do armagedão e do inverno nuclear no continente. A guerra nuclear tem vencedor antecipado, os russos usavam a arma contra a Ucrânia, os efeitos só se faziam sentir do Donbas para cá, a Rússia não era afectada, nem sequer recebia retaliação [deixar os ucranianos entregues à sua sorte, os russos avançarem, libertarem a Ucrânia dos ucranianos, e instalarem um regime fantoche em Kiyv];
- Não devemos, NATO, Europa e Estados Unidos, entrar em guerra com a Rússia no caso do apetite imperial de Putin não se ficar pela Ucrânia e se virar para a Moldova, os estados bálticos, outras ex repúblicas soviéticas, ou estados saídos da alçada de Moscovo com a implosão da URSS, através da invenção e subsidiação de falsos movimentos separatistas, porque os nossos filhos e netos iram morrer numa guerra que não é a nossa nem a deles, como se a liberdade e a democracia não fossem valores universais [deixar os ucranianos entregues à sua sorte, os russos avançarem, libertarem a Ucrânia dos ucranianos, e instalarem um regime fantoche em Kiyv, Chisinau, Tiblissi, ou outras capitais. Um belo argumento que teria dado jeito a Hitler];
- Não devemos, Europa e Estados Unidos, deixar claro à Rússia que a Rússia foi copiosa e inequivocamente derrotada no terreno - recuo para as fronteiras internacionalmente reconhecidas antes da invasão da Ucrânia e pagamento de indemnizações de guerra, [deixar os ucranianos entregues à sua sorte, os russos avançarem, libertarem uma parte da Ucrânia dos ucranianos, instalarem governos fantoches nas inventadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, fazer de conta que isto tem a ver com identidade política e cultural e não com o "Lebensraum", o espaço vital invocado pelos nazis].
[Link na imagem "A woman walks near a residential building which houses the local branch of Russia's governing party, United Russia, with its emblem bear and a patriotic mural on the wall in the town of Chekhov, near Moscow".Yuri Kadobnov/ AFP]