"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Orbán, o homem de mão de Putin dentro da União Europeia, crescido e engordado pelo Partido Popular Europeu, da direita dona da democracia. Anos a fio com o comunismo, Cuba e a Venezuela, o esquerdismo e o 25 de Novembro, o totalitarismo comunista, rebéubéu pardais ao ninho, enquanto engordavam Orbán. Agora estamos reféns do Putin, pelas posições do camarada húngaro, e os donos da democracia nem um pio.
Anos a fio com a independência da magistratura, a separação dos poderes, o primado do direito e o respeito pelos direitos humanos, enquanto na Hungria, mesmo debaixo dos doutos e democráticos narizes, Orbán limpava o rabo a isso tudo e ainda à independência da comunicação social, para agora se ensaiar dentro de portas uma "via GOP" na tomada por dentro do Constitucional, com a indicação, pelos pares da direita dona da democracia, de um fanático que defende a punição do mensageiro - a comunicação social, no caso de fugas ao segredo de justiça, e cita como fonte científica experiências levadas a cabo pelos nazis em campos de concentração, tudo isto explicável e desculpável ao abrigo do princípio da "liberdade de expressão".
A direita, dona da democracia, tem um problema com a democracia.
Um ex-deputado do partido que celebra Cuba, lamenta o fim da União Soviética e a queda do Muro de Berlim, não sabe se a dinastia norte-coreana é ou não uma democracia, e que no projecto de teses ao XVIII congresso escreve preto no branco "importante realidade do quadro internacional, nomeadamente pelo seu papel de resistência à 'nova ordem' imperialista, são os países que definem como orientação e objectivo a construção duma sociedade socialista - Cuba, China, Vietname, Laos e R.D.P. da Coreia". Viva então a República, 'camarada' António Filipe.
Primeiro inflacionam as notas artificialmente para ganharem vantagem no acesso ao ensino superior público, a seguir pedem a redução do peso do único instrumento que pode nivelar e repor alguma justiça nesse mesmo acesso. A chico-espertice de quererem passar a perna aos outros e a soberba de pensarem que ninguém percebe a matrafisga.
Natasha Hulusova, 68, a frail elderly woman with soot covering her face, is one of the few civilians that remains in her home near the front line village of Huliaipole, eastern Ukraine. Huliaipole. Ukraine. May 3, 2022.
Quando os manuais de economia ensinam que se deve aumentar a oferta para responder ao aumento da procura, o Metro de Lisboa, empresa pública, vai reduzir oferta para não sobrecarregar trabalhadores, e ainda assim insuficiente, segundo o sindicato. Quando o aumento das frequências, através de mais contratações e compra/ recuperação de material circulante, era a resposta esperada pelos utentes, vão receber de volta 230/ 250 passageiros por carruagem de 165/ 185, números redondos, qualquer coisa que não se resolva com uns funcionários de luvas brancas nas plataformas de embarque, como no metro de Tóquio. A poucos dias do início da Carris Metropolitana e da aposta na mobilidade urbana através dos transportes públicos. Prémio Nobel da Economia para eles.
Quando no seu discurso no Plenário do Comité Central de Fevereiro-Março de 1937, Estaline insistiu muito particularmente na ideia do cerco da URSS, único país «que tinha construído o socialismo», por potências inimigas. Estas potências limítrofes - a Finlândia, os países Bálticos, a Polónia, a Roménia, a Turquia, o Japão - ajudadas pela França e pela Grâ-Bretanha, enviariam para a URSS «exércitos de diversionistas e de espiões» encarregados de sabotar a construção do socialismo. Estado único, sacralizado, a URSS tinha fronteiras «sagradas», que eram outras tantas linhas da frente contra um inimigo exterior omnipresente. Neste contexto, não é surpreendente que a caça aos espiões, isto é, a todos os que tinham algum contacto, por muito ténue que fosse, com «o outro mundo», e a eliminação de uma potencial e mítica «5.ª coluna» tenham estado no cerne do Grande Terror.
In "O Livro Negro do Comunismo", Stéphane Courtois, Nicolas Werth, Jean-Louis Panné, Andrzej Paczkowski, Karel Bartosek, Jean-Louis Margolin, "10 - O Grande Terror (1936 - 1938)", página 234, Quetzal Editores.
Oitenta e três anos depois, a Rússia cercada, vítima de todas as malfeitorias, ou as paranoias de Estaline na cabeça de Putin, neto do cozinheiro de Estaline.
[Jornal soviético, na imagem de autor desconhecido]
Um país onde um rapaz de 13 anos que tenta comprar um pack de cerveja no supermercado e que, chegado à caixa, lhe vê recusada a venda depois de lhe ter sido perguntada a idade;
Um país onde um rapaz de 13 anos que tenta comprar um maço de cigarros numa tabacaria e que, na hora de pagar, lhe vê recusada a venda depois de lhe ter sido perguntada a idade;
Um país onde um rapaz de 13 anos que tenta comprar revistas pornográficas numa casa da "especialidade" e que, chegado à caixa, lhe vê recusada a venda depois de lhe ter sido perguntada a idade;
Um país onde um rapaz de 13 anos que tenta comprar uma raspadinha numa bomba de gasolina e que, na caixa, lhe vê recusada a venda depois de lhe ter sido perguntada a idade;