"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Quando tens o partido que lideras a ser papado pelo sucedâneo de extrema-direita, incubado durante décadas entre portas com a capa do "sentido de Estado", depois legitimado em acordos para a governação, e a única coisa que te ocorre é chutar para canto com piadas sobre os comunistas.
"A brincar, a brincar, foi o macaco ao cu à mãe", vox pop.
Num mundo perfeito Pedro Passos Coelho tinha telefonado a Christine Lagarde e agora tínhamos o @psocialista em peso, mais os avençados e ilhas adjacentes, em pé de guerra nas "redes" e no comentário televisivo, contra a subserviência do poder político ao poder económico e a uma tecnocrata nomeada por interesses mais ou menos obscuros, enquanto ignora a Constituição de um país soberano e as decisões saídas de um Parlamento eleito em eleições livres e democráticas.
Dizem, os especialistas Zés Gomes Ferreiras desta vida que pululam nas redacções das televisões, que o chumbo de nova injecção de dinheiros públicos, do contribuinte, no Novo Banco, até estar concluída a auditoria, põe em causa a credibilidade do Estado, por quebra de contrato. O Estado, que pode quebrar o contrato que tem com o cidadão, o contribuinte, ao cortar salários, pensões, e apoios sociais, para acudir à falência dos bancos e à quebra de contrato que tinham com a sociedade, com a economia e, em última instância, pode ter reflexo nos juros da dívida pública, com os mercados a penalizarem um país, um Governo, um Estado, que se recusa a injectar dinheiro dos cidadãos, dos contribuintes, num banco com operações no mínimo mal explicadas [1] [2]. O dinheiro que não tem e que se vê obrigado a pedir emprestado aos mercados. É isto, não é?
No dia em que "o comunismo foi dominado e o 25 de Abril finalmente cumprido", segundo a narrativa da direita radical, por tropas que previamente juraram fidelidade à cadeia de comando e ao Presidente da República, general Costa Gomes, suspeito de simpatias pelo PCP. E no dia em que a direita radical conseguir explicar isto sem rococós e realidades alternativas vai ser um grande dia.
Depois de uma aliança com o Chaga para a governação nos Açores, o cartaz da juventude do Chagada JSD para assinalar o 25 de Novembro. Não ter a puta da vergonha na cara é isto.
O país onde os polícias até entrarem ao serviço não sabem o salário base que vão auferir; o país onde os polícias não sabiam que ser polícia era profissão de risco, foram enganados e agora exigem subsídio compensatório; qual América numa série da FOX Crime, o país onde os polícias são abatidos na rua que nem tordos.
[Imagem no Facebook do Sindicato Nacional da Polícia]