Fim-de-semana
Este fim-de-semana foi assim.
Seven Wonders ~ Fleetwood Mac
[7" vinyl]
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Este fim-de-semana foi assim.
Seven Wonders ~ Fleetwood Mac
[7" vinyl]
Johannesburg, South Africa, 2020
Marco Longari, Africa wanderer for AFP Photos, Instagram
Sign O' The Times, Capítulo LIII
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Det Tavse Land, 1981
Krass Clement
Ainda sou do tempo em que "televisão pública" era sinónimo de qualidade e de credibilidade.
Pussy Power, em "mostrar esta sequência"
A minha cena com a Amália Rodrigues passa-se em Málaga em 1980, na ressaca do punk. Remain in Ligth - Talking Heads, Boy - U2, Sandinista - The Clash, B-52s, The Feelies, Devo, Dexys Midnigth Runners, blah-blah-blah, botas da tropa, blusão de cabedal e cabelo à Sid Vicious. Depois de uma noite dura, com uma passagem pelo mítico Pipers em Torremolinos, às sete da manhã numa rua do El Palo, chovia que Deus a dava e de uma janela saía em alto som para a rua toda o Barco Negro. "São loucas! São loucas!". E eu, todo encharcado até aos ossos, no meio da rua, parado de boca aberta a olhar para cima. Ainda hoje fico com "pele de galinha".
No trabalho da Visão "Os empresários e as redes que embalam André Ventura", que o Expresso resume, João Maria Bravo, dono do grupo Sodarca, que lidera o fornecimento de armas, munições, tecnologia e equipamento militar ao Estado, Forças Armadas e de Segurança e também é dono da Helibravo, empresa com frota de helicópteros utilizados no combate aos incêndios, e que durante os governos de António Costa facturaram ao Estado perto de 33,3 milhões de euros, diz que apoia André Ventura porque "desde 1974 que o país se afunda, e este já é o governo mais caro de sempre". É disto que o povo gosta, de ouvir falar mal do 25 de Abril - "desde 1974", de ouvir apontar o dedo ao despesismo do Governo - "o mais caro de sempre", de alguém "que coloca o dedo na ferida e fala do que queremos ouvir" - "Se queres dançar e não tens par chama o André! Chama o André!", que os 33,3 milhões já cá cantam e até dão para financiar partidos do Estado Novo - Velho Estado, e seriam muitos mais milhões caso o André chegasse ao poder para "pôr o país na ordem, combater a impunidade e fazer a economia florescer", pelo menos a economia do Bravo, João. O fascismo à portuguesa é um circo que nunca acaba. Haja palhaços.
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Greg Bunbury's empowering street art campaign to amplify black creative voices
Sign O' The Times, Capítulo LII
Os minions do Ventas do Chaga, mais alguns desiludidos do CDS à espera do descalabro eleitoral do Chicão para se assumirem de vez, que enxameiam o Facebook com teorias da conspiração, a maçonaria e o esquerdismo que querem dominar o mundo, o "marxismo cultural", upgrade do "bolchevismo mundial" e do "judaísmo internacional" na Alemanha dos anos 30 do séc. XX, e que agora começam a mudar-se de armas e bagagens para a coisa mais parecida que há com o hospício de Twelve Monkeys, o Parler, também conhecido por Fachobook, a pretexto da censura e da liberdade de expressão, saudosos do 24 de Abril, da lei e da ordem, cada macaco no seu galho, manda quem pode e obedece quem deve, o respeitinho é muito bonito, hordas de imbecis com "no tempo do Salazar é que era bom" mas que quando lhes tentam cortar o discurso do ódio, do racismo e xenofobia, desatam aos berros que "não senhor, não pode ser", que "querem que voltemos aos tempos do Salazar", que o Facebook é o Foiceburka, constantemente a linkarem artigos de opinião escritos no hospital de Voando Sobre um Ninho de Cucos ou na roda dos alucinados na prisão do Expresso da Meia Noite, onde Brad Davis foi andar em contra-mão e por isso expulso e apodado de comunista, publicados no Observador, o online da direita dita culta e inteligente, que não ousa pensar em privado o que a eles lhes é permitido dizerem em público e em voz alta, a tropa de choque que propicia na rua o ambiente para o Estado securitário e para o terrorismo de Estado quando a direita dita democrática chega ao poder, argumentam, uns e outros, com a liberdade de escolha e a objecção de consciência para as faltas dadas, e consequente chumbo de ano, na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento - o quadro de honra vem à colação só para desviar atenções. Voltando ao início, os minions do Ventas do Chaga mais os Chicões desiludidos e órfãos, saudosos do Salazar e da Joaninha no Livro da 3.ª Classe contra a doutrinação pelo Estado e pelo "bolchevismo mundial" e o "judaísmo internacional" marxismo-cultural. E isto não é para rir, é que estes alucinados começam a sair da abstenção e a votar.
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A altura em que é anunciada mais uma enxurrada de dinheiro europeu e depois do triste historial de consecutivos anos da sua má aplicação pelos partidos do bloco central de interesses, com a colaboração intermitente do CDS, que criaram na Europa a nossa má fama quem vem de longe; a altura em que mais do que nunca é necessária transparência e escrutínio pelos cidadãos, a bem da qualidade da democracia e do sistema político, é precisamente a altura que o PS e o PSD aprovam sozinhos a alteração de regimento que põe fim aos debates quinzenais com o primeiro-ministro e torna a sua presença obrigatória apenas de dois em dois meses. Muito bem.
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Reservoir Dogs, Capítulo IV
[O vinil na imagem é meu]