"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
A final da Taça dos Libertadores da América vai ser disputada em... Madrid.
Antes do início da partida os jogadores de ambas as equipas vão depor uma coroa de flores no túmulo de Cristóbal Colón na catedral de Sevilha e o vencedor recebe como troféu um busto de Francisco Pizarro ou Hernán Cortés, ainda não está decidido.
[Na imagem a primeira página de hoje do argentino Olé!]
Alínea a) excepto no financiamento com dinheiros públicos aos colégios privados.
"É preciso aliviar o peso do Estado na saúde".
Alínea a) excepto quando a saúde é um negócio financiado pelo dinheiro do contribuinte em PPP's
Alínea b) excepto quando a maleita é de tal forma grave e à qual só o Serviço Nacional de Saúde consegue responder.
"É preciso aliviar o peso do Estado na comunicação social". Adenda: só uma comunicação social livre das amarras do poder político é verdadeiramente independente.
Alínea a) excepto quando está em risco a qualidade da democracia, pela emergência dos populismos e pela crescente debilidade dos órgãos de comunicação social - jornais, rádios, televisões, propriedade de grandes grupos privados, os tais da gestão de excelência,, com agendas definidas, feitos por estagiários mal pagos e com vínculo laboral precário. Aí "o Estado não tem a obrigação de intervir nos media?"
Diz o povo que "por um voto se ganha, por um voto se perde", e agora vamos todos imaginar a falta de respeito pelos portugueses e pela república, com a rebaldaria e as matrafisgas feitas na casa da democracia, algumas se calhar de pendor decisivo em diplomas e leis com implicações directas e indirectas nas vidas de milhões de portugueses, cidadãos eleitores ou não, até o PSD entrar em processo de auto-implosão com as diversas facções em conflito a denunciarem nomes, datas e situações concretas, cirurgicamente, ping-ping, para a comunicação social.
A direita radical, de Cavaco Silva que não lia jornais, indignada porque a ministra da Cultura não lê jornais de visita ao México.
A direita radical, de Passos Coelho e da falta de professores, mão-de-obra qualificada, no Brasil e em Angola; a direita radical, de Passos Coelho e dos corte de 600 milhões de euros de Maria Luís Albuquerque, efectivos em Bruxelas, temporários em Portugal, vota no Parlamento o regresso do Governo à mesa de negociações com os sindicatos para a recuperação do tempo perdido na carreira dos professores.
Ainda não há muito tempo isto era a "reversão das reformas estruturais".
Num país onde quase 10 milhões não lêem os jornais, nem sequer os exemplares do jornal do crime e órgão oficioso do Ministério Público, o Correio da Manha [sem til], disponibilizados gratuitamente em todos os restaurantes, cafés, tascas e barbearias, a preocupação é a ministra que para se escapar a uma pergunta imbecil deu uma resposta parva e disse que não lia jornais portugueses fora do país.
Eu [eles] também leio as gordas e vejo os bonecos.
Mais um ano com a direita radical a celebrar o dia em que o comunista Álvaro Cunhal ordenou aos militantes do PCP que ficassem quietinhos em casa e não se misturassem com os radicais "m-l", futuros militantes do PSD, alguns, de forma a evitar um banho de sangue e o país trucidado por uma guerra civil. O karma é tramado...