Um dia depois do "novo acordo europeu sobre a migração"
Podemos ficar descansados que situações destas já não se voltam a repetir, agora passam a morrer lá na outra margem do Mediterrâneo, já não dão à costa, já não os vemos.
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Podemos ficar descansados que situações destas já não se voltam a repetir, agora passam a morrer lá na outra margem do Mediterrâneo, já não dão à costa, já não os vemos.
Senigallia bar sulla spiaggia, 1957
Piergiorgio Branzi
A ideia subjacente ao Estado motor [e exemplo] da criação de emprego de qualidade, estável, bem remunerado, direitos e garantias, formação profissional contínua e que dê perspectivas de futuro ao trabalhador, é uma empresa pública paga com o dinheiro do contribuinte sub-contratar os serviços de fiscalização a uma empresa privada, da precariedade, da remuneração sempre nos mínimos dos mínimos previstos em Lei e dos subterfúgios que permitem ser toda a vida um precário contratado a prazo?
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Na primeira página do jornal i "proprietários" do Alentejo e Algarve, podia ser "empresários", termo mais abrangente para "pantomineiros" e que substituiu o antigo "agrário" e "industrial", consoante o ramo de negócio, queixam-se da falta de mão-de-obra para hotéis e restaurantes da região. Não há quem queira trabalhar oito ou mais horas por dia, sete dias por semana, boa cara, maquilhadas, barbeados, penteadinhos e de sorriso nos lábios, que é assim que a hotelaria e restauração funcionam, por 188,68 euros por mês, valor do RSI. "As pessoas não querem trabalhar". Onde é que já se viu?!
Dois dias seguidos de telejornais e de primeiras páginas e de reportagens e de entrevistas de rua sobre uma pastelaria histórica de Lisboa que vai deixar de vender a bica a 1 €, em pé ao balcão, e imperial a 3 €, na esplanada. Coisas que passam ao lado de 10 milhões e meio de portugueses, quando não se estão mesmo a borrifar, a marimbar, a lixar, com éfe grande, lisboetas incluídos, para a dita Suíça, mesmo aqueles que alguma vez tinham ouvido falar dela. A seguir vão fazer reportagens e abrir telejornais e fazer primeiras páginas e entrevistas de rua sobre, por exemplo, as dezenas de lojas históricas que fecharam na baixa de Setúbal nas duas últimas décadas.
[Na imagem de Américo Ribeiro a "Casa das Manteigas" na Rua Doutor Paulla Borba, antiga Rua dos Ourives, em Setúbal]
Urban histories can be told in a thousand ways. The archaeological research project of the North/South metro line lends the River Amstel a voice in the historical portrayal of Amsterdam. The Amstel was once the vital artery, the central axis, of the city. Along the banks of the Amstel, at its mouth in the IJ, a small trading port originated about 800 years ago. At Damrak and Rokin in the city centre, archaeologists had a chance to physically access the riverbed, thanks to the excavations for the massive infrastructure project of the North/South metro line between 2003 and 2012.
Estão aí com toda a força os imbecis do "Portugal dos pequeninos", temos o melhor jogador do mundo, temos jogadores pagos a peso de ouro a jogar nas melhores ligas da Europa mas temos de ter medo, muuuuuito medooooo do Suarez do Uruguai.
[Imagem de autor desconhecido]
Quando nos 80's estive a dar recruta em Santa Margarida [por curiosidade e só por curiosidade nos 80's invocados] usávamos uma técnica para ensinar o lado esquerdo/ direito aos que nas aulas de Ordem Unida perante o grito de "esquerda volver!" ou "direita volver!" seguiam a marchar ou a marcar passo para o lado oposto ao ordenado: era uma pedra na mão em questão até aprenderem o "azimute".
João Galamba: Este é o acordo de concertação mais à esquerda desde os anos 80
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Como todos os Governos anteriores a este, António Costa descartou-se e passou o ónus do aumento do Salário Mínimo Nacional para a Concertação Social, uma espécie de "câmara alta" do Parlamento, não eleita, inventada por Mário Soares nos 80's com o intuito de esvaziar o poder negocial aos sindicatos, ler "CGTP", depois de ter inventado a meias com Sá Carneiro um sindicato, a UGT, para assinar de cruz tudo o que convinha aos patrões. Os patrões que fazem o barulho da praxe só para não se dizer que aceitam calados e assinam a contragosto os aumentos do salário mínimo negociados como grandes vitórias da UGT e sempre em troca de uma retirada qualquer de um direito ou de uma garantia, de uma mexida no Código do Trabalho em prol da rigidez patronal, uma facada qualquer na contratação colectiva, em nome dos amanhãs que cantam no crescimento económico e da riqueza nacional. Desde então tem sido sempre a descer para o lado do trabalho na exacta proporção em que a riqueza aumenta para o lado do capital. Agora, de repente e sem que nada o fizesse prever, os patrões vêm de esmola esticada propor para 2019 um aumento do Salário Mínimo Nacional acima do previsto e do proposto pelo Governo, na garantia da manutenção das "alterações que desejamos produzir ao nível da melhoria dos factores de produção", e só estas aspas são todo um programa. E se o PS, como António Costa disse há bem pouco tempo, "está onde sempre esteve", a coisa vai ser decidida em sede de Concertação Social com mais uma grande vitória negocial da UGT e com os resultados na linha do que têm sido desde que Torres Couto apareceu, a preto-e-branco na televisão do Estado, de cálice de vinho do Porto erguido a brindar com Cavaco Silva.
Isto nem de propósito na semana em que Banksi pintou mais um mural em França [na imagem].
"SOMOSGAY works to build a Paraguayan society that is solidary, plural, democratic, equitable and without exclusions, where lesbian, gay, bisexual and trans people live happily in full equality in their homes, schools and workplaces.
Semanas a fio com "os socialistas" e "os secretários de Estado socialistas" e "os ministros socialistas" e "a promiscuidade do partido socialista" na boca. A boca toda cheia.
"Graças a Deus passámos", Fernando Santos na flash interview.
Os outros, como não estão nas graças de Deus, não passaram. E andamos nisto há 2 mil anos...
[Imagem "Seminario de Madrid 1960", Ramon Masats]