"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Coisa verdadeiramente surpreendente é a condenação do marido de miss Swaps pelo Tribunal da Secção Criminal da Comarca de Lisboa com uma multa 15 euros diários durante oitenta dias [num total de 1 200 euros] e ainda a assumir as custas do processo, por coacção sobre o jornalista e actual director de O Jornal Económico, Filipe Alves, não ter sido notícia de primeira página nem abertura de telejornal, só merecendo uma nota de rodapé, ao pé de As Previsões da Maya, no online do campeão da transparência e da independência do jornalismo face aos poderes instalados, em geral, e ao político, em particular, desde que o particular envolva nomes ligados ao Partido Socialista.
Já se fazia um Congresso dos Jornaleiros para debater estas questões.
Se a nova solução encontrada para compensar as empresas pelo aumento do Salário Mínimo Nacional é melhor para a economia - das empresas e do país; é melhor para as contas da Segurança Social; é melhor pelo sinal que não passa, pelo incentivo que não dá para a normalização dos salários pelo valor do Salário Mínimo Nacional: se conta com o apoio dos partidos que no Parlamento suportam o Governo - do PCP e do Bloco; se conta com o apoio das confederações patronais; se conta com o apoio da central sindical que importa para manter os sindicatos em sentido e a paz nas empresas – a CGTP, por que cargas de água é que não se avançou logo com esta solução, o que é que o PS e o Governo do PS ganharam com isto?
- Pela primeira vez em muitos anos temos o Governo que se submete às decisões emanadas da Assembleia da República e não a Assembleia da República como correia de transmissão do Governo;
- O Presidente da República remetido às suas funções de Presidente da República consignadas e consagradas na Constituição da República Portuguesa.
Entre o 8 da direita radical, onde todos são culpados à partida [e à chegada] – se está desempregado é porque quer, se tem fome é porque é mal governado, e como culpados que são como culpados devem ser tratados e como tal dinheiro ou bens em mão própria nem por sonhos, a sopinha na malga distribuída à mesa presencial e consequente rede dos profissionais da engorda à custa da miséria alheia, prontamente criada e montada no terreno; o 80 da esquerda-geringonça-radical, onde não há homens maus, só vítimas das circunstâncias, e o [mui valoroso] princípio da dignidade do ser humano e da sua autonomia e do combate ao estigma que, pelo menos rigor e laxismo que se lhe segue, inevitavelmente leva ao florescimento e engorda de toda uma classe de mal-formados e oportunistas que se movimentam como peixe na água por entre as redes de distribuição de produtos alimentares e de primeira necessidade.
Aprende-se na escola que uma das etapas cruciais para a evolução da espécie humana foi a separação do polegar na mão, o que lhe permitiu construir e manejar ferramentas num processo de interacção contínuo entre o manual e cerebral. Agora, por desistência e/ ou falta de comparência de quem aprendeu na escola a etapa crucial para a evolução da espécie humana, temos à frente dos destinos da maior potência mundial alguém que numa inversão do processo passa os dias com o mata-piolhos permanentemente unido ao fura-bolos ou até ao pai de todos.
Habituados que estávamos à mentira, a uma coisa em campanha eleitoral e a outra completamente diferente depois de chegados ao poder - às vezes até ao seu oposto, anda tudo à nora por afinal Donald Trump continuar a ser quem era e a ter começado logo no primeiro dia do seu mandato a pôr em prática o que havia prometido ao eleitorado que o elegeu.
Pessoas que apoiam incondicionalmente Bruno de Carvalho depois de terem passado o dia inteiro mais a noite toda nas "redes", nas rádios, nas televisões, nos jornais, "é pá, o Trump... como é que é possível? os amaricanos e tal... está tudo maluco, são todos parvos?!".
Pode-se perguntar para que existe o Parlamento se só servir para rectificar os acordos conseguidos na Concertação Social. Inventa-se uma central sindical, não importa a sua representatividade nem a sua implantação no mundo do trabalho, só para dar um ar de legitimidade às decisões das centrais patronais e viva o corporativismo de Salazar e que se lixe a democracia.
"Não descansarei enquanto não sepultar a última vírgula do mundo" Gertrude Stein, The making of Americans
"Isto não é um ponto final, é uma vírgula na história contínua da América" Barack Obama para membros da sua equipa na Casa Branca na base área de Andrews