||| Panamá Tretas, 4.ª Semana
Blah-Blah-Blah. Num quiosque ou numa banca perto de si.
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Blah-Blah-Blah. Num quiosque ou numa banca perto de si.
[Aqui]
May 1980, Karl-Marx-Allee, Berlin, East Germany, Participants in the 1 May Parade
Ute Mahler
Já que uma das funções do Governo parece ser proteger as corporações, zelar pelos interesses instalados e que se dane a livre iniciativa, a concorrência e o consumidor/ utilizador, para satisfazer os taxistas em protesto por causa da Uber inventava-se uma espécie de Projecto de Lei 118, com uma taxa a incidir sobre os android, iPhone e tablets diversos, partindo do princípio que quem os compra vai instalar a aplicação para chamar o "carro de praça", pagávamos todos e não se falava mais nisso.
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Durante dezenas de anos Ricardo Salgado e o Banco Espírito Santo pagaram jornais inteiros, o Expresso incluído, por via da publicidade no jornal principal, nas revistas, revistinhas, cadernos e anexos do golfe e do ténis e da jardinagem e da casa e imobiliário, tudo ensacado num plástico com umas tiras verdes e publicidade ao BES. Os jornais, os jornalistas pegavam com pinças em tudo o que cheirasse, mesmo que ao de leve, a sagrada família, em nome do pai, dos filhos e do Espírito Santo que as vendas de jornais estavam/ estão pela hora do pessoal só ver as gordas nas bancas e nos quiosques ou no online com o adblock activado.
A sério que ainda levam o Expresso a sério?
Durante dezenas de anos, mais propriamente quarenta e dois, a contar desde o dia 25 de Abril de 1974 até à hora em que teclo estas linhas, jornalistas suspenderam, os que suspenderam, a carteira de jornalista e abraçaram, de corpo e alma e de conta bancária recheada, as causas de governos e de presidentes e de câmaras municipais e de embaixadas e de consulados diversos de países diversos para depois, terminada a comissão de serviço, regressarem aos jornais, como se nada tivesse acontecido, para continuarem a investigar e a informar, de forma isenta e imparcial os leitores, que a gente faz que acredita e há outros que gostam de ser comidos por parvos e jornalismo e jornalistas militantes é no Avante! .
Mas agora tudo muda porque o morto, ex-Dono Disto Tudo e da publicidade paga nos jornais também, que morreu mesmo mesmo mesmo antes de ser condecorado no Dia da Raça, foi azar, por um cadinho assim, parece que tinha um saco azul na cidade do Canal com o qual pagava, que neste contexto quer dizer comprava, autarcas, funcionários públicos, gestores, empresários e jornalistas. Jornalistas. Jornalistas nos Panamá Tretas. Isso é que não pode ser.
A sério que levam os jornalistas e o sindicato dos jornalistas a sério?
[Clark Kent na imagem]
Vamos ao que interessa. E o que interessa é este senhor, que passou os últimos 5 anos a insultar os portugueses, vai, aos 62 anos de idade, fazer o que nenhum dos seus conterrâneos vai alguma vez conseguir: reformar-se. O aumento da esperança de vida, a sustentabilidade da Segurança Social e o coise. Este senhor, que passou os últimos 5 anos a insultar os portugueses, vai, aos 62 anos de idade, fazer uma coisa que, nem nos melhores sonhos sonhados, os seus conterrâneos vão alguma vez sonhar fazer: reformar-se com uma reforma milionária. O crescimento económico indexado, a produtividade e o coise também. De certeza que merece. "Auguenta, auguenta!" Auguentamos nós por ele. [Não, não é gralha, é assim que os coitados que auguentam falam].
[Imagem de autor desconhecido]
Não me lembro de ter votado, ou de alguém ter votado em Mário Nogueira ou em João Dias da Silva para ministros da Educação, mas dou de barato que possa estar enganado...
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E o que dizia João Salgueiro, o senhor que era presidente da outra associação que, além do Banco de Portugal e de Carlos Costa, zela pelos interesses dos bancos e dos banqueiros – a Associação Portuguesa de Bancos, corria o ano de 2008 e a Euribor a seis meses atingia o pico de 5,276 por cento enquanto a três meses se fixava nos 5,066 por cento, deixando muitas famílias em incumprimento e com a corda na garganta? Paciência. Temos pena. Tivessem juízo.Tivessem pensado no futuro. É executar as hipotecas. Ide morar para casa dos pais. Ou para uma barraca de tábuas e cartão.
O presidente da Associação Portuguesa de Bancos frisou que «o problema do estilo de vida é uma questão de mentalidade, estimulada pelas campanhas de publicidade»." [Via]
[Imagem de autor desconhecido]
Prejuízo só para o contribuinte quando paga o resgate dos bancos pelos desmandos da "excelência da gestão privada" depois de anos a facturar milhões e de retribuições pornográficas a banqueiros e accionistas.
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Antes do 25 de Abril de 1974 o Benfica jogava de encarnado porque vermelhos eram os comunistas. O cartaz da jota do CDS enferma do mesmo principio bafiento-salazarento, o 25 de Abril da Juventude Popular é cor de burro quando foge.
[Via]
De manhã à noite nas televisões, desde o sabor das laranjas aos golos que o Braga não marca, passando pelas diligências para uma solução num banco privado a contento da filha do bwana angolano, sem intervalos para refeições, one man show, frantic Marcelo perde a noção da realidade e do ridículo. "Marcelo afasta possibilidade de rever a Constituição a curto prazo". E quem é Marcelo para "afastar"? E o que é que o Presidente da República tem a ver com isso? E qual é a parte que cabe ao Presidente da República numa revisão constitucional? E desde que revisão constitucional é que o Presidente da República tem voto nos 2/3 de votos necessários para uma revisão constitucional?
E quando as pessoas se começarem a fartar do Belém reality show?
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Nem o "Avante!" é o órgão oficial do PCP, nem o "Record" é o jornal do Sporting, nem o Conselho das Finanças Públicas, cujos membros são nomeados pelo Conselho de Ministros sob proposta conjunta do Presidente do Tribunal de Contas e do Governador do Banco de Portugal, tem uma visão ideológica da economia e das finanças do Estado.
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Com Jean-Claude Juncker presidente da Comissão Europeia começa hoje no Luxemburgo o julgamento do jornalista francês e de dois ex-auditores da PricewaterhouseCoopers por terem passado ao Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação documentos que provam um esquema de fuga aos impostos por grandes empresas conhecido como LuxLeaks.
"O Presidente da República vai condecorar Fernando Salgueiro Maia com a Ordem do Infante D. Henrique"