"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Penalizar a Volkswagen. A Volkswagen da Autoeuropa dos 200 mil empregos directos e indirectos; a Volkswagen dos 0,8% do PIB; a Volkswagen dos 10% das exportações.
A vida corre-nos bem e, como diz Paulo 'Oliveira de Figueira' Portas, os empresários só estão à espera que a coligação de direita seja reeleita para decidir avançar com o investimento na economia.
O Jornal das 7 na televisão do militante n.º 1, a SIC Notícias, ao 10.º dia da campanha eleitoral para as eleições Legislativas de 2015:
A coligação a jogar em casa, a coligação no Cavaquistão. A coligação no Cavaquistão que já não é o Cavaquistão mas o Passistão, de Passos, quem o disse foi o presidente da Câmara, eufórico com a recepção do pagode na rua. A coligação no Passistão que nem chegou a ser o Passistão para ser logo o PàFistão, de PàF, onde o PSD sempre dominou mas onde o CDS sempre teve o seu nicho de mercado, quem o disse foi Paulo Portas a pôr-se em bicos dos pés para parecer ser gente. E blah-blah-blah, e blah-blah-blah, Portugal! Portugal! e tal.
"A arruada já lá vai em direcção à ultima acção de campanha do dia, um grande jantar comício, estamos em Viseu e por isso é de esperar uma grande mobilização para esta noite [...].
Numa altura em que passou a comitiva da coligação nesta arruada e há aqui várias pessoas que estão [atrapalhado] aaaaa... zangadas e que estão aaaaa... lançar alguns insultos a Pedro Passos Coelho e a Paulo Portas..." diz o repórter no terreno, no Cavaquistão-Passistão-PàFistão.
"Obrigado Pedro, vamos naturalmente estar atentos aquilo que será o desenrolar da campanha da coligação no terreno" e corta a emissão, o de Lisboa.
Ele, que acredita em Deus e na Nossa Senhora de Fátima e é obediente à Santa Madre Igreja, a menos que compre indulgências, quando morrer vai parar ao Inferno por se aproveitar da fé dos outros e insultar a boa-fé de cada um.
Francisco Pinto Balsemão desce a Cascais no último dia de campanha em apoio da coligação PSD/ CDS, depois de pagar a avença semanal a Luís Marques Mendes, que subiu ao palanque da coligação de direita na quarta-feira em Coimbra, para comentar a campanha eleitoral na televisão do militante n.º 1, aos sábados e em horário nobre, "com a independência que me é reconhecida" [sic].
Tipo reformular narrativas, transformar mentiras periclitantes em verdades absolutas e chamar aos outros aquilo que não quer que se chame a si, sobretudo porque é a si que deve ser chamado:
Portugal não é a Grécia, país onde o partido Nova Democracia, no poder, maquilhou as contas do Estado para esconder o prejuízo do BPN, o banco da Nova Democracia, e fazer malabarices com o défice.
"- (...) Estamos a realizar uma Sondagem para a Universidade Católica e a Sra. foi seleccionada. Quer responder? (...) Em que força política votaria hoje em eleições legislativas? - Voto no Livre/Tempo de Avançar. - Desculpe, que partido é esse? - Está a entrevistar-me telefonicamente e não sabe (...)? - É o da Ana Drago, não é? Diga-me por favor: há mais alguém aí em casa, disposto a participar na sondagem? - Há sim. Vou chamá-la. [Não havia, de facto, mas a nossa companheira quis ver até onde iria a coisa... tendo disfarçado a voz]. - Boa noite. - Boa noite. Quer participar na sondagem da UC? (...) Em quem votaria se as eleições legislativas se realizassem hoje? - Voto no Livre. - Mas aí em casa votam todos no mesmo?! Obrigado pela participação e boa noite."
Uma, duas, três vezes, com fotografia e tudo, a conta Twitter da coligação PSD/ CDS. Três mil pessoas num auditório com capacidade para 1 204. Mentir, mentir, mentir até nas coisas mais banais.
Se fosse um cão a correr atrás do rabo ou um imbecil a cair de um precipício durante uma selfie era a abertura dos telejornais com "o vídeo que se tornou viral nas redes sociais".
Como é uma "sondagem de rua", não manipulada para as televisões, no Mercado do Livramento em Setúbal não merece nem uma nota, a correr a 100 à hora no rodapé da televisão à altura do umbigo do apresentador, porque foi filmada por um telemóvel anónimo e a autenticidade não é passível de ser confirmada por uma fonte credível, um jornalista.