||| I Want to Believe
Para memória futura:
"a fiscalidade verde não vai aumentar a carga fiscal", Pedro Passos Coelho, Assembleia da República, 26 de Setembro de 2014.
[Imagem The Rapture, Cristina Vergano, 2009]
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Para memória futura:
"a fiscalidade verde não vai aumentar a carga fiscal", Pedro Passos Coelho, Assembleia da República, 26 de Setembro de 2014.
[Imagem The Rapture, Cristina Vergano, 2009]
Pedro Passos Coelho que não se lembrava de nada uma semana depois lembrou-se de tudo e não foi uma semana para pensar se tinha ou não tinha fugido ao fisco, foi mesmo para se lembrar que não foi na Tecnoforma, que não foram 5 mil euros mensais, que foi numa ongue e que foi à factura, foi ao Porto, foi a Bruxelas, que foi a Cabo Verde estudar uma universidade à séria, nada de cursos à lá Relvas, trouxe as facturas dos táxis e das tripas e da cachupa e apresentou para o reembolso, não apresentou as dos grogues que bebeu além mar porque isso também já era abusar do pro bono e da boa fé da ongue. Não falou antes porque quis confirmar antes de falar se não tinha cometido nenhum ilícito que deve ser a mesma razão pela qual a ongue nunca é mencionada no currículo de cidadão ex-deputado e actual primeiro-ministro.
Na dimensão paralela onde habitam eles acreditam que nós acreditamos e ficam felizes com isso.
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Não está longe o dia em que Miguel Relvas vem passar um atestado de idoneidade a Pedro Passos Coelho. Quando pensávamos que já tínhamos visto de tudo:
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"Aquilo que o senhor primeiro-ministro fez foi requerer esse esclarecimento para o órgão competente"
Uma vez que anda falho de memória e que o dinheiro é mato, o senhor primeiro-ministro pediu à Procuradoria-Geral da República para esclarecer se o cidadão Pedro Passos Coelho enquanto deputado recebeu ou não cinco mil euros mensais de uma empresa privada durante três anos. Se por artes mágicas ou dons de adivinhação da Procuradoria-geral da República o caso der positivo, que recebeu sim senhor, e que tenha sido em cash e pela porta do cavalo, os cinco mil euros mensais recebidos durante três anos pelo cidadão Pedro Passos Coelho enquanto deputado são do foro privado do senhor primeiro-ministro à semelhança da casa de férias na Manta Rota?
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Meter o dinheiro do contribuinte a pagar o aumento do salário mínimo nacional às empresas enquanto continua a descapitalização da Segurança Social, que é preciso reformar e o coise e tal, com a bênção de uma associação de sabujos e sem representatividade no mundo laboral e a que se deu o nome de central sindical.
«Estado suporta 15% do encargo da subida do salário mínimo»
[Imagem de autor desconhecido]
"liderança firme e honesta de Pedro Passos Coelho"
Não têm a noção das coisas, falam em circuito fechado, vivem numa dimensão paralela, fazem este teatro de sombras, esgrimem espadas de pau e são os heróis da bancada, esquecem-se de que na hora do telejornal, que é a hora do jantar, que é a hora antes da telenovela ou do reality show, que é a hora em que todas as pessoas estão com todas as televisões ligadas e estão todas a ver e a ouvir as tristes figuras e mesmo aquelas pessoas que não ligam a ponta de um corno à política estão a ver e a ouvir e a fazer um juízo de valores, "olha-me este gajo que não tem a puta da vergonha na cara e ainda vem para aqui gozar com a cara dos outros".
[Danny Kaye na imagem, de quem Luís Montenegro é sósia, mas que tinha infinitamente mais piada e era muito mais honesto]
Quando daqui por 20 anos perguntarem a um actual remunerado pelo valor do salário mínimo nacional quanto é que ganhava por mês no ano da graça de 2014 vai responder prontamente, sem gaguejar e com 505 euros na ponta da língua, seja ele porteiro ou operário especializado, em regime de exclusividade na empresa ou a fazer uns biscates extra horário de trabalho para poder oferecer uma prenda às filhas no Natal.
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Uma senhora que telefona para o 'Opinião Pública' na SIC Notícias para dizer que apoia António José Seguro nas primárias do PS e que não gosta nada do que o jornal Público "está a fazer a Pedro Passos Coelho". Percebem ou é preciso um desenho?
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De pin com a bandeira portuguesa na lapela:
"independentemente de ele poder ter sido entretanto prescrito ou não"
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Nuno Godinho de Matos, o rosto da promiscuidade entre política e negócios, apoia António Costa. E um gajo que assaltou uma mercearia, o rosto da pequena criminalidade, que apoia António Costa. E outro que teve sexo com uma galinha, o rosto da depravação, que também vota em António Costa.
Não lhes bastava a destruição do Estado e o desmantelamento do Estado social, não lhes bastava o arrasar da imagem da Justiça aos olhos do povo, não lhes bastava a destruição da Segurança Social, não lhes bastava a mutação das Finanças de ministério ao serviço do contribuinte em executor de penhoras ao serviço de entidades privadas, não lhes bastava a destruição da instituição Presidência da República, ainda tiveram de arrastar para a lama e de destruir a imagem da casa da democracia, a Assembleia da República.
Para memória futura, o nome e os cargos: secretário-geral do Parlamento, Albino de Azevedo Soares, ex-secretário de Estado de um Governo do PSD.
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Ninguém se demite porque os mandatos são para levar até ao fim e ainda falta saquear a TAP, a RTP, a Águas de Portugal e a Caixa Geral de Depósitos.
Ninguém é demitido porque Cavaco Silva é um "institucionalista" e os mandatos são para levar até ao fim e ainda falta saquear a TAP, a RTP, a Águas de Portugal e a Caixa Geral de Depósitos.
«[...] se esteve em exclusividade não podia ter recebido qualquer pagamento pelo exercício de actividades profissionais exteriores ao Parlamento. E se não esteve em exclusividade, [...], isso quer dizer que recebeu indevidamente cerca de 30 mil euros, correspondentes a parte do subsídio de reintegração que requereu e foi aceite.
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E que tal se o salsicha política que ocupa a cadeira de primeiro-ministro ao invés de recorrer a metáforas manhosas para esconder a incompetência e o fanatismo ideológico do ministro da Educação, Nuno Crato, começasse a implementar o memorando de entendimento assinado com a troika, no capítulo referente ao ensino e à educação, «and reducing and rationalising transfers to private schools in association», e não o seu contrário, cortar, cortar, cortar no orçamento da escola pública, aumentar as turmas, reduzir professores e pessoal não docente, ao mesmo tempo que aumenta as transferências para os colégios privados com contratos de associação que se dedicam ao ensino de qualidade, rigor e exigência que é o inflacionar as notas para o acesso à universidade e para os primeiros lugares do top of the pops que é o ranking das escolas, metaforizando também, o ensino farinheira?
«Sistema de ensino entre as "cobaias" e as "salsichas educativas" não deu resultados»
[Imagem de Paul Goirand]
Não se lembra. Cinco mil euros mensais entre 1995 e 1998, como 'porteiro'. Não se lembra. Em 2014 Marinho e Pinto vem dizer que 4 800 euros não dão para viver razoavelmente em Lisboa, como deputado. A inflacção. Quase 20 anos antes e não se lembra. Vivia em Massamá. Cinco mil euros mensais como 'porteiro', extra parlamento. No país do salário médio a rondar os 980 euros e o mínimo a não bater os 500. Não se lembra. O custo de vida aumenta, o povo não aguenta. E o remanescente não ia para o partido que PPD não é PCP. Não se lembra. O 'porteiro'. No 'condomínio' entravam e saíam muitas caras. Ninguém é obrigado a ter memória de polícia político. Não se lembra. A vida custa a todos.
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Houve um tempo em que as mulheres eram enganadas. Foi no tempo em que o prazer era só do homem e a mulher era um acessório, tipo boneca insuflavel. Casavam prenhas porque tinham sido enganadas. Ainda assim menos mal. Podiam nem sequer emprenhar mas não casavam porque já tinham sido usadas por outro, vítimas do prazer alheio. Foi enganada, coitadinha. Isto até ao fim dos dias da vida. Foi nos idos do velho de Santa Comba Dão, a chamada mentalidade salazarenta-cristã de que este Governo, de gente aparentemente nova, é o legítimo herdeiro. Paula Teixeira da Cruz também emprenhou, de arrogância, soberba e prepotência, [e até já pediu desculpa por ter emprenhado] mas vai ficar solteira, coitadinha, porque quem teve o prazer foram as "estruturas intermédias".
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