|| Prémio Nobel da Oligofrenia
Categoria "Oligofrénicos Profundos", atribuído a "pessoas humanas", que ocupam cargos de exposição pública, e com boa imprensa:
[Imagem de autor desconhecido]
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Categoria "Oligofrénicos Profundos", atribuído a "pessoas humanas", que ocupam cargos de exposição pública, e com boa imprensa:
[Imagem de autor desconhecido]
"o ódio pessoal cega-nos, torna-nos insensatos, faz-nos mentir e torna-nos ridículos"
[Imagem "Dancing off the Stage", Elizabeth Jordan, 2013]
Mentiras à parte, o que as comissões parlamentares de inquérito, as audições parlamentares, e também os debates com o Governo no Parlamento, mostram, até à exaustão, aos cidadãos-contribuintes – termo mais alargado, por abarcar os cidadãos-eleitores e os cidadãos-que-já-deixaram-de-ser-cidadãos-eleitores, é que a fidelidade dos deputados eleitos da Nação vai para com o partido e nunca, ou raramente, para quem os elegeu, no sentido dar voz. Os partidos da maioria, nas comissões e nas audições parlamentares e nos debates com o Governo, são assim como aquele senhor que no teatro está dentro duma caixinha à frente do palco a sussurrar as deixas aos actores: o ponto. E quantas mais dicas sussurra perguntas faz, mais o grupo dos cidadãos-que-já-deixaram-de-ser-cidadãos-eleitores aumenta.
[Imagem]
Aqui estou eu disponível para contribuir para a redução das receitas fiscais do Estado, que terá de ser compensada por cortes nas funções sociais do Estado ou num aumento de impostos sobre o trabalho, que é como quem diz numa redução do rendimento efectivo dos cidadãos e, como ainda assim não vai chegar, porque o dinheiro não estica nem nasce do chão, eis o álibi perfeito para o Estado se demitir de algumas das suas funções, não há dinheiro não há palhaço, que serão asseguradas pelo sector privado, para quem puder pagar, quem não puder temos pena, que se aguente e que espere pela senhora Jonet e pela Igreja, e também porque, depois destas engenharias e arquitecturas económicas, ninguém se vai lembrar de perguntar porque é que apesar de tudo, e de todas as reformas e de todas as receitas fiscais oferecidas ao capital e de todos os aumentos de impostos ao trabalho, a economia não cresceu, nem o investimento veio em catadupa e aumentou o fosso entre os mais ricos e os mais pobres, porque quem está de barriga vazia, e com a corda na garganta, porque lhe sobra mês no final do ordenado, não tem especial apetência para fazer perguntas.
E nem sequer falamos/ falámos das pequenas e médias e micro empresas que, pelos vistos, no país do homenzinho cheio de "sentido de Estado" e muito preocupado com a captação de investimento, nem têm importância nenhuma nas reformas fiscais que se mostra disponível para debater com muita responsabilidade.
[Imagem "Three unidentified men making notes while working the floor at the Merchandise Mart", Stanley Kubrick, Chicago, 1949]
Interpretações cirúrgicas, e por medida, da Lei, mais uma questão ideológica, óbvia, que não se esconde, tudo pesado na balança do interesse público, com o fiel do interesse privado. Direita e cultura não rima. A menos que tilinte.
[Hanns Johst na imagem]
Independentemente da agenda escondida dos despedimentos em massa; independentemente da agenda escondida de retirar ao Estado competências para posteriormente as atribuir a grupos privados, com ligações mais ou menos obscuras, ou declaradamente às claras, aos partidos no poder [PSD e CDS-PP]; independentemente de as vitimas prioritárias do Governo, ou os alvos escolhidos, para o caso tanto faz o modo como é dito, serem os funcionários com menos qualificações, logo os que mais facilmente vão engrossar as fileiras às portas dos centros de emprego, e os que por lá vão ficar até ao último minuto de onde, inevitavelmente, transitarão para a caridadezinha e para a miséria; independentemente do número de funcionários públicos se encontrar acima, abaixo, na média, da média comunitária; independentemente da realidade, real ou construída, da necessidade do país não produzir riqueza suficiente para pagar a um determinado número de funcionários públicos, ou de o país só poder suportar até um número determinado de funcionários públicos; independentemente de a coisa parecer ser feita à toa, sem racionalidade, sem olhar para onde há excedentários – que os há, e para onde há faltas – que as há, as pessoas tratadas como números, como peças nas casas de um jogo que desconhecem as regras, as regras alteradas ao sabor das circunstâncias; independentemente da estratégia do Governo PSD/ CDS-PP de divisão da sociedade ente bons e trabalhadores – sector privado, e maus, manhosos e calaceiros – sector público; independentemente de todo e qualquer argumento atirado para cima da mesa e de todo e qualquer pró e contra; independentemente de tudo isto, o que nós todos, portugueses contribuintes, gostávamos de ver esclarecido é porque é que é inconstitucional despedir no sector público e é constitucional despedir no sector privado, porque é que o privado pode trabalhar 40 horas semanais [oficialmente] e o público só pode trabalhar 35 horas [oficialmente, também]; independentemente de haver uma diferença entre tabalhar 40 horas e estar 40 horas ao serviço; independentemente de isto soar, aos ouvidos dos não sei quantos milhões dos que ainda, por enquanto, têm emprego no sector privado, que são portugueses de segunda categoria, comparativamente aos não sei quantos milhares dos que têm emprego no sector público. Independentemente.
Depois do "prefiro ir para o Inferno a adorar um Deus homofóbico" do arcebispo, e Nobel da Paz, Desmond Tutu na semana passada, o "quem sou eu para julgar os gays?" do Papa Francisco. Sinais. [I want to believe].
[Imagem de autor desconhecido]
«Austeridade provoca perda de 792 euros no rendimento de cada português.
Contribuintes pagam este ano mais 2400 milhões em IRS»
[Imagem, detalhes]
[Parece que não é aumentando os impostos que se consegue recuperar a economia]
O primeiro-ministro acha inaceitável a indulgência perante a irresponsabilidade. O primeiro-ministro também acha indesculpável uma sociedade política que não tem inteligência e exigência para cobrar a quem governa os resultados que são importantes para o país. O primeiro-ministro ri-se na cara dos portugueses e chama burros a todos os que o elegeram. E se calhar com razão.
O primeiro-ministro da Tecnoforma e do Governo, eleito pelos portugueses, para as grandes empresas à sombra do Estado, também acha que o Estado não pode ficar a pagar eternamente para fazer o que não é preciso. O primeiro-ministro disse que “em pequenino não conta”, já tratámos da nossa vidinha, e da vidinha dos nossos amigos, a partir de agora começamos no ponto zero e tratamos da vossa vidinha, sociedade sem inteligência nem exigência.
SejEmos realistas, extraordinariamente fantástico é a capacidade que o senhor primeiro-ministro tem para fazer discursos onde, alegadamente, critica terceiros, causadores de todos os males da Pátria antes da sua chegada messiânica ao governo da Nação, recorrendo a todo o tipo de argumentos que podem, e devem, ser usados para desmontar a sua governação.
Como na anedota das putas, "chama-lhes filha! antes que elas te chamem a ti".
[Imagem]
El dictador de Kazajistán logra que Italia y España extraditen a la familia de su principal opositor. La larga mano de Nazarbáyev.
[Imagem de Malcolm Moore]
Este fim-de-semana foi assim.
Cocaine ~ J. J. Cale
[7" vinyl]