"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Formar uma maioria parlamentar, constituir um Governo, e governar com um programa radicalmente oposto ao programa de governo que foi proposto aos cidadãos durante a campanha eleitoral, não só não é uma fraude e uma mentira, como é prenhe de legitimidade.
Apresentar-se na casa da democracia aos deputados eleitos pelo povo, em eleições livres e democráticas, com um "programa de governo" para ser "a voz do povo", e ser eleito por 2/3 dos representantes dos cidadãos, não só "não dá garantias de isenção e imparcialidade" como se deve demitir deve tirar as devidas ilações. Parafraseando o alegado primeiro-ministro, o PSD e o CDS-PP que "não confundam os seus desejos com a vontade do país".
United Kingdom, London / Netherlands, Den Haag / Germany, Frankfurt / Spain, Galiza, Madrid , Barcelona / Greece, Athens / France, Paris / Italy / Ireland, Dublin / United States / Portugal, Aveiro, Barcelos, Braga, Coimbra, Faro, Funchal, Guimarães, Lisboa, Loulé, Marinha Grande, Portimão, Porto, Santarém, Setúbal, Vila Real, Viseu.
Os bancos, que abordavam as pessoas nas esquinas das ruas para lhes emprestar dinheiro barato, para poderem comprar um telemóvel, para melhor lhes poderem ligar, para emprestar dinheiro barato, para comprar casas e segundas casas e carros e segundos carros e electrodomésticos e electroselvagens e férias, e tudo o que rendesse dinheiro à face da terra:
O senhor Governador do Banco de Portugal tem falta de protagonismo, consegue aparecer mais vezes nos telejornais que o senhor primeiro-ministro ou o senhor Pinto da Costa ou o senhor que apresenta o Preço Certo no canal público de televisão. Um destes dias ganha alguma alcunha, sei lá, tipo matraca falante, ou cloaca discursiva, ou cabeça de vento ou adjectivo do Miguel Sousa Tavares. Ou será substantivo?
Descontando o kapa, e ainda assim implícito, o título do post é o pão nosso de cada dia nos discursos da maioria PSD/ CDS-PP durante a campanha eleitoral. Como cantava o Zeca, uns por verem rir os outros, e os outros sem sem por nada.
E é, em primeira e última instância, do tão incompetente quanto maquiavélico Miguel Relvas, que agora tem peçonha e vai "morrer" longe, e ainda por cima teve o topete de não ser doutor coisa nenhuma, numa família política que preza, sem questionar, o doutor, o estatuto do doutor, a palavra do doutor, a opinião do doutor, o veredicto do doutor, acima de tudo e de toda e qualquer evidência. Mas isso agora também não interessa nada porque o ministro que é doutor à séria e à antiga, Poiares Maduro, vai resolver a questão em menos de um fósforo, com mais um menos remoque aos limites que o Tribunal Constitucional coloca à "liberdade de deliberação democrática".
Façam a ginástica que fizerem para a história fica que mais uma lei inconstitucional foi aprovada com os votos da maioria PSD/CDS e os votos contra de toda a oposição: PS, PCP, BE e PEV. O Relvas que aguente que já é grande.
Quem perdeu o emprego, porque a empresa onde trabalhava faliu ou porque foi despedido, pela via do ajustamento que as empresas estão a fazer face à quebra da procura, não precisa de andar de transportes públicos para nada, fica em casa sossegado e gasta o menos possível; quem continua empregado passou a contar todos os cêntimos que lhe faltam no ordenado quando o mês começa a sobrar, por via da perda de poder de compra, pelos salários congelados, pelos aumentos brutais, não só dos transportes públicos mas dos bens essenciais, da água, da luz, da renda da casa, da escola dos filhos, dos medicamentos, e, e, e, na medida do possível, ou vai a pé ou arranja alternativas mais em conta, que não passam pelo transporte próprio ou, se passam, sai uma horas mais cedo da cama e vai pela velhinha nacional, de preferência a meias com mais 2 ou 3 penduras, já que a circulação nas auto-estradas protagonizou a maior queda de tráfego da Europa…
Um "artista" que pensa que é secretário de Estado dos Transportes atribui o "fenómeno" à fraude sem ter a noção do ridículo e de que aqui a fraude é ele próprio e o Governo a que pertence.
Em que vivemos entre a ameaça de dois fascismos, o fascismo islâmico e o fascismo fascismo como a Europa já o conheceu e sentiu na pele. É precisa muita lucidez para se manter lúcido.