"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Miguel Sousa Tavares escreve esta semana no Expresso sobre o óbvio, e que é exactamente sobre aquilo que muita gente vem desde sempre a escrever - este blog incluído, na blogocoisa, coisa que ele abomina. Tanto melhor, como é mais lido, chega a mais gente, pode ser que assim entre nalgumas cabecinhas benevolentes, secretário-geral do PS incluído, mais o seu "o Governo errou" e "o Governo não cumpriu". Mas esqueceu-se Miguel Sousa Tavares de nomear o "sujeito", de chamar os bois pelos nomes na parte do "rever a legislação laboral". É que a legislação laboral, depois de revista, foi assinada, repito foi assinada, em sede de concertação social. Até percebo que a ideia agora seja malhar no Governo com força, "vassourada!" e "andor!", mas a culpa não pode morrer solteira, ou pode?
«[…] primeiro, rever a legislação laboral, para tornar os despedimentos fáceis e baratos; por essa via, criar um batalhão de desempregados que pressionem o mercado de trabalho, fazendo baixar os custos salariais; assim, potenciar os lucros de algumas empresas de mão-de-obra intensiva; e, assim, garantir o sucesso do “ajustamento” da nossa economia, “so help them God”.»
O que se vê na imagem é um horário escolar - tem no verso uma grelha para colocar as horas e as disciplinas, e está a ser distribuído nas escolas pela JSD, a organização para juventude [???] do PSD, por onde passou Pedro Passos Coelho antes de nos ter calhado em sorte como primeiro-ministro, e de onde, mais certo que o destino, sairá um dia um outro primeiro-ministro, eleito pelo voto popular em eleições livres e democráticas, depois de ter escrito um opúsculo com o seu "pensamento político" e a sua "visão" para o país. A guardar, o horário.
A França que, no pós II Guerra Mundial, e ao contrário dos outros aliados, tentou repetir o guião de dos anos que se seguiram à I Guerra Mundial, exigindo, entre outras, o desmantelamento económico da Alemanha; o pagamento de indemnizações de guerra, incluindo o trabalho obrigatório de alemães em solo francês; a requisição e a retirada de produtos agrícolas, madeira e carvão do solo alemão; o confisco de maquinaria; a separação da região do Ruhr, do Sarre, e algumas áreas da Renânia, do Estado alemão e os seus recursos e produção colocados ao serviço e disposição da França; é desse Charles de Gaulle que, se tem conseguido impor a sua visão para a Europa e Alemanha, a Europa e a Alemanha tal e qual elas são nunca teriam existido, nunca teria vivido o maior período de paz e prosperidade de que há memória, é disto que que Angela Merkel fala?
É grave, muito grave, e só demonstra a falta de bases, de cultura, e de visão de quem a Alemanha, e a Europa, têm à frente dos seus destinos neste desgraçado inicio do séc. XXI ou, se formos muuuuuito maquiavélicos, dos reais objectivos por detrás da política da austeridade "purificadora" dos hunos, ou ainda, a versão bondosa, de que a frau era pequenina, não percebeu e, como diz o povo, em pequenino não conta. Qualquer das três hipóteses é trágica.
Horas antes do final da reunião do Conselho de Estado o Expresso conseguiu fechar a edição com… as conclusões da reunião do Conselho de Estado. É fazer as contas, que é como quem diz, encaixar as pessoas nos seus lugares. Comparado com isto, as fugas de informação em segredo de justiça para as primeiras páginas do Correio da Manhã, é limpar o cu a meninos.
Tudo se resume a uma boa explicação, a conseguir passar "A Mensagem" [com maiúsculas], propaganda como se disse dantes. Não são cegos nem surdos, é mais grave, são incompetentes, irresponsáveis, e inconscientes.
Pedro Passos Coelho garante confiar em Miguel Relvas que, por sua vez, garante confiar em Paulo Portas. Se ao menos houvesse um Estatuto dos Açores a interromper o retiro do senhor Presidente da República nas paredes do Facebook, ainda antes da primeira-dama começar a montar os presépios em Belém…
Excelentíssimo Senhor Presidente do Conselho de Administração da Radiotelevisão Portuguesa
Quero manifestar-lhe a minha total disponibilidade para ocupar o cargo de correspondente da Radiotelevisão Portuguesa na capital dos Estados Unidos da América.
É função que conheço bem e que desempenhei entre 1991 e 1997 nas presidências de George Bush (pai) e de Bill Clinton tendo sido até hoje o único jornalista português com acreditação permanente simultaneamente na Casa Branca, Departamento de Estado, Pentágono e Congresso dos Estados Unido.
Sendo este um ano de eleições presidenciais nos Estados Unidos e dado o melindre da situação económica e financeira mundial, seria com entusiasmo e grande motivação que aceitaria a tarefa de trabalhar na colheita e divulgação de material noticioso naquele país, nas várias plataformas da RTP coordenadas por V. Exa.
Aproveito para lhe enviar com os meus cumprimentos os desejos de felicidades pessoais e profissionais neste ano que começa.
Um Governo de perfeitos incompetentes e ideologicamente obcecados, consegue, em um ano e picos, unir patrões e sindicatos, o RALIS e os Comandos da Amadora. A verdadeira união nacional. Parabéns!