"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
«À minha frente, no elevador, está um homem dos seus 60 ou 65 anos. Pelo modo como me olha fixamente de certeza que é um gay não assumido, com um casamento de fachada, talvez com filhos, quiçá até netos. Um sofredor com vida dupla, que vê em mim a materialização da Canção do Engate do António Variações "E eu sou melhor que nada, lai-lai-lai". Até deixou crescer barba e pôs um ar austero para não levantar a mínima suspeita. Sessenta anos a representar… Chego por fim ao rés-do-chão e saio rapidamente para a invisibilidade da multidão que sobe o Chiado. Já em frente à Brasileira dou comigo a pensar "aquela cara não me é estranha…"»
Terminada a II Guerra Mundial, o jeito que tinha dado aos criminosos nazis uma lavagem, carga completa e programa pré-definido com selector de temperatura para alterar em função das características da roupa, na máquina de lavar da Psicologia.
«Dificilmente alguém doente com uma psicose poderia ter planeado e executado um ataque terrorista com um tão elevado grau de precisão […]»
«... não entendo o que quer dizer com ficar perturbado com estas coisas porque eu, pessoalmente, não assassinei ninguém. Eu era apenas o director do programa de extermínio em Auschwitz». Rudolf Hoess, 11 de Abril de 1946, in As Entrevistas de Nuremberga de Leon Goldensohn.
E lá continuamos nós embeiçados com as estratégias de comunicação, em como passar a mensagem, em versão hardcore "a quantidade de vaselina usada", fazer parecer ser aquilo que não é. O que está em causa não é o secretismo da medida mas a medida ela própria. Vira o disco e toca o mesmo, o povo gosta é de "grandes músicas".