"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
E se de repente, como que por artes mágicas, os partidos de Direita passassem a ser os maiores defensores do Rendimento Social de Inserção? O mundo ao contrário? Não. O mundo tal e qual ele deve ser, a bem das empresas e do crescimento económico e da criação de riqueza.
Embaratecer o despedimento até à indemnização zero, limitar aos mínimos dos mínimos [no custo e na duração] o subsídio de desemprego, até não haver distinção entre este e o RSI, e compensar as faltas com cheques-géneros e cantinas sociais nas IPSS.
Não vale nada, é uma merda, mas se tivesse sido inventado pelo Andy Warhol, e podia muito bem ter sido, e até inventou vómitos que são objecto de culto, já valia, muito, e era a next big thing. E por aqui me fico.
«"In a time where showing genitals on the internet is not shocking anymore, tears are a new form of pornography," says fashion journalist Dora Moutot […]»
Ouvido ao balcão do café: "Quem é que a GfK tem próximo ao poder para ter ganho o concurso como ganhou e, depois de tudo, ainda continuar a medir audiências".
Depois de ter visto o vídeo [fanado à Shyz] da carga policial na íntegra, e não só aquela "parte bonita", que é a parte em que a polícia aparece como vítima dos anarkas-terroristas-okupas da Plataforma 15 de Outubro, e que o ministro Miguel Macedo se apressou a apresentar como a verdade a que temos direito, logo secundado de um coro de "muito bem!" e "apoiado!" e "ordem neles!" de Pê PÊ Dês e Cê Dê Ésses, em particular, e de toda a Direita trauliteira, no geral, só me ocorre uma maneira de a PSP "acompanhar e analisar as notícias produzidas pelos órgãos de comunicação social e, consoante os assuntos noticiados, encaminhá-las para os competentes órgãos […], sugerindo estratégias de combate às menos positivas" e que, aliás, nem é nova. Vigorou em Portugal durante 48 anos e com resultados muito relativos porque foi das alturas mais criativas ao nível da escrita e das artes, por ter obrigado os emissores e os receptores a usar a massa cinzenta, coisa que parece estar a cair em desuso, e a ler nas entrelinhas, e nem sequer havia internet nem o Feiçe Coiso nem o Tuita. Repetições da História é o que mais há por aí.