"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
De assinalar só o visual afro, Black Power/ Black Phanter, de Manuel Fernandes. Não vamos lá por um lado vamos por outro. Também veio a consciência, e o gang é coisa da juventude nos subúrbios, ou é só mais futebol fashion?
Se é legítimo defender que a dívida dos municípios deve ser analisada «tendo em conta o número de habitantes dos mesmos», é também legitimo argumentar que a dívida dos municípios deve ser paga pelos respectivos habitantes, a dividir pelas cabeças dos munícipes, segundo uma fórmula [a inventar] em que entrem as variáveis "permilagem ocupada" e "rendimento mensal ilíquido", por exemplo? Não. Por todas as razões e pelo princípio da coesão e da unidade do território nacional, e da solidariedade inter-regiões.
E é nestas alturas que a regionalização deixa de ser a salvação da pátria, e é também nestas alturas que os cidadãos deviam pensar duas vezes, antes de fazer a cruzinha no boletim de voto, no quadradinho do campeão da betonização do espaço público, a que se convencionou chamar de progresso e desenvolvimento.
Na caça aos dotes de Clóris e Nise, curiosa a bicada dada por Gil Vaz em Fuas, que é como quem diz, a farpa do Correio da Manhã, em editorial, no "rival" Jornal de Notícias, na guerra pela conquista do nicho de mercado.
Ficamos todos a saber que, para o Correio da Manhã, há nichos de mercado, o do crime, do populismo, e o da fixação psicótica em determinados políticos, mais nobres que outros nichos, o da futebolite-regionaleira, inevitavelmente com sotaque.
E ainda mais curioso é a bicada vir quando o Jornal de Notícias abdica, por vontade própria, de ser um jornal de dimensão nacional para passar a ser um jornal regional com tiragem nacional.
"é preciso olhar às pessoas". E, antes de ler ou ouvir a entrevista, a gente vai olhar para a pessoa que a concede. Para ver se é coisa para se levar a sério ou se é coisa para se dar o desconto.
A legenda na foto diz "Glória ao vencedor! Triunfo do Vitória sobre o Benfica, na final da Taça de Portugal", o texto que a acompanha remata "Jaime Graça ergue a Taça de Portugal, e, desportivamente, Mário Coluna aplaude". O futebol já foi assim. Glória a Jaime Graça!
Adenda: O Diabo é vermelho. Sempre foi. Com excepção da paleta cromática que vigorou entre 28 de Maio de 1926 e 25 de Abril de 1974, em que foi encarnado, apesar de usar bivaque verde e uma cruz da Ordem de Avis no braço esquerdo. Por isso…
[…] fomos campeões do liberalismo, na nossa região, e da desmontagem do Estado. […] fomos excelentes alunos das ideias do denominado Consenso de Washington. […] Houve um aumento da desigualdade e uma situação muito grave, a debilitação do Estado. Os períodos de violência – que foram muito intensos e cruéis – têm a ver com a ausência do Estado no território nacional… (…) O que temos de fazer, agora, é reconstruir o Estado, porque não há uma dicotomia entre o Estado e o mercado, é o contrário: onde chega o Estado, chega o mercado. […] Não se trata de criar um Estado burocrático e pesado, mas permitir que a segurança do cidadão, a educação, a saúde possam chegar à totalidade do território nacional. Isso vem em conjunto com o objectivo de ter uma sociedade menos desigual, uma sociedade com uma melhor distribuição de rendimentos. […]
Desmantelar o Estado e a iniciativa privada e as ruas a arder. Depois não digam que não foram avisados. Rafael Roncagiolo, ministro dos Negócios Estrangeiros do Peru, a partir do minuto 12:51.
Quando o problema é os campos de cultivo que não são cultivados e o porquê de o não serem, meia dúzia de maduros que, arrisco, até já se sabe quem vão ser, vai ter, do dia para a noite, o património substancialmente aumentado, a bem da auto-suficiência alimentar, da balança de pagamentos, ou de coisa que o valha.
[Na imagem Benito Mussolini participa na Batalha do Trigo, uma campanha dinamizada com o objectivo de aumentar a produção de cereais. Não, a Campanha do Trigo não foi um exclusivo de Salazar]