"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Foi por causa da UGT, por interposta pessoa Torres Couto, que a corrupção acabou em Portugal, como moeda de troca para a perda de direitos dos trabalhadores.
Tivessem avançado com Papandréou e com a ideia do referendo e a esta hora já os alemães estavam encostados à parede.
Entretanto os alemães falam com os franceses mas nós não falamos com os gregos nem os irlandeses falam connosco e os espanhóis não conhecem ninguém de lado nenhum e os italianos nunca viram nenhum dos outros nem mais gordo nem mais magro. Heil.
Carlos Moedas que entrou directamente para os primeiros lugares do Top of the Pops do anedotário político nacional com a afirmação de que o rating da República voltaria a subir assim que o PSD fosse Governo, e que é ainda demasiado novo [na aparência, porque de mentalidade consegue ser mais velho que o meu avô que já morreu] para ter direito a uma corte de pitonisas que lhe interpretem o pensamento, à imagem do que acontece com Cavaco Silva e Manuela Ferreira Leite, viu-se na contingência de vir ele próprio pitonisar [inventei agora] sobre ele próprio. Que não escreveu o que realmente escreveu, que houve um erro de tradução. Temos pena. Não que Carlos Moedas aprenda à própria custa e que ainda assim não tenha de carregar a cruz até ao fim dos dias da sua vida porque, como diz o outro, "há muita fraca memória na política e nos políticos" e o senhor tem, quase de certeza, um futuro radioso pela frente, ligado ao Estado ou no privado por ser "cara conhecida"; mas temos pena da facilidade com que, independentemente das competências, os destinos de um país fiquem nas mãos do primeiro que aparece, e temos pena que o povo tenha de aprender à custa dos Carlos Moedas deste país.
Uma boa causa porque há por lá “muita miudagem”, tudo boa gente que até nem quer dinheiro, “não é isso que nos [os] motiva”, e a mão-de-obra é por conta da casa, trabalho voluntário em horário pós-laboral e ao fim-de-semana, mais um mamarracho em tijolo de 4 e lusalite.
Talvez não fosse de todo mal pensado ceder um bocado da Praça do Bocage, que aliás acaba por não servir para nada, só lá está a Câmara Municipal, ao Clube de Amadores de Pesca de Setúbal que é mesmo ali ao lado, para construção de tanques e aquários onde a miudagem podia aprender a desarrochar chumbadas e a empatar anzóis, ou metade do Parque do Bonfim, que também não serve para nada, só lá há árvores e relva, ao Clube Desportivo Os Pelezinhos, também ali a dois passos, para formação de futuros Edsons Arantes do Nascimento e Cristianos Rónáldos [lê-se com dois acentos na televisão] e Lionéis Messis e assim, já que em Setúbal o mundo parece girar à volta de uma bola, de dar banho à minhoca, marchar na Luísa Todi nos santos populares, e o património comum é coisa que só 'estrova'. Apá sóce…
O Partido Socialista que recusa a criminalização do enriquecimento ilícito por considerar que se está perante uma inversão do ónus da prova, é o mesmo Partido Socialista que não tem pruridos em nos considerar a todos de criminosos, com o Projecto de Lei 118, ao introduzir uma taxa sobre todos os suportes, aparelhos e dispositivos de armazenamento digitais que são actualmente, ou venham a ser no futuro, utilizados para cópia privada?
Um dia antes de se saber que a Petroplus, o grupo refinador de Patrick Monteiro de Barros, vai avançar com um pedido de insolvência, Patrick Monteiro de Barros himself, decerto por coincidência, foi o convidado de honra do telejornal de Mário ‘Washington’ Crespo na SIC Notícias para comentar o estado da economia nacional e internacional, e onde demorou 3 longos minutos numa entrevista de 25 até começar a arrasar as energias renováveis e a enaltecer as virtudes do nuclear, de cujo lobby é um dos principais mentoresmanifesto é um dos principais signatários, conjuntamente com Mira Amaral que, logo no dia a seguir, por coincidência também, esteve frente a José Gomes Ferreira no Negócios da Semana também na SIC Notícias, para falar sobre as virtudes da energia… nuclear e arrasar as energias… renováveis. Há coisas fantásticas, não há?