"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
E ao que se assiste é a toda uma geração de formados, licenciados, doutorados pela escola pública universal e gratuita, por sua vez descendentes de uma outra geração, também ela pouco alfabetizada e pouco licenciada e pouco doutorada – ver e comparar os índices de alfabetização, licenciaturas e doutoramentos actuais com os de antes da revolução de Abril de 1974 – também pela escola pública, a clamar pelo fim do ensino público universal e gratuito, ou a achar-se no direito de exigir que o dinheiro dos impostos do contribuinte, que tem os filhos no ensino público, financie a educação dos seus filhos no negócio privado na escola privada.
De certeza que isto, mais do que uma questão de ideologia ou de economia, tem uma explicação ao nível da psicologia.
5.141.550 eleitores não votaram, 191.171 votaram em branco, e mais 86.546 rabiscaram o papel, desenharam um bélinho, escreveram uma alarvidade, or ever. Tudo isto num universo de 9.631.890 eleitores. E continuam a falar de “Esquerda” e de alternativas e do PC e do Bloco e do caralho. Não perceberam mesmo nada, pois não?
By the way, falar português, daquele português que o povo entende, também ajuda.