"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Exactamente os mesmos princípios que nortearam há 5 anos o candidato Cavaco Silva. Na altura, malgré o apoio do CDS/ PP, o PSD percebeu o que estava em jogo e, apesar de empenhado desde o anónimo militante de base até ao presidente, remeteu-se enquanto partido para uma posição de segundo plano, durante toda a campanha e no minuto seguinte à eleição.
Mas o Partido Socialista tem um problema com o Bloco de Esquerda: se o BE is on his way e apresenta candidato próprio é acusado de divisionismo e de favorecer a candidatura da Direita, se o BE se antecipa e apoia Manuel Alegre é porque se está a apropriar de uma candidatura e a condicionar o PS. Continuem assim que vão bem.
Foi muito educativo – era para ter escrito interessante – ouvir falar em “ideais republicanos” e em “novo espírito de cidadania” e em participação cívica e em transparência na cousa pública; diria mesmo: foi até comovente.
E depois seguiu-se o almoço comemorativo da praxe, vedado às imagens da comunicação social e aos comentários dos jornalistas.
Eu ainda sou do tempo em que em Setúbal, mulher casada e “decente”, não saía à rua de cabeça descoberta e cabelo ao vento, dito de outra forma, sem um conveniente lenço como adereço. Saias eram a tapar o joelho e de calças nem sequer vamos falar. Não porque fosse obrigatório por lei, mas porque parecia mal aos olhos dos outros, e parecer mal aos olhos dos outros implicava falatório nas tabernas e nas mercearias e nenhum homem gostava de ser apodado de marido-cabrão-manso, e o marido, cabrão ou não, tinha o direito de bater na mulher porque entre marido e mulher ninguém metia a colher, e era chefe de família e tinha o poder de assinar papéis a autorizar a mulher a fazer o que ele, marido e chefe de família, muito bem entendesse, com a bênção do Estado e da Santa Madre Igreja, Ámen. Não foi há muito tempo, foi em finais de 60, princípios de 70 do século XX, era eu uma criança na escola primária.
Por muito menos colocava o meu professor da Primária o pessoal de castigo a escrever 50 vezes a mesma palavra em cadernos de duas linhas.
Duas coisas que nunca percebi: como é que alguém consegue tirar um curso de Medicina sem saber escrever, e porque é que o curso de Farmácia inclui uma cadeira de Caligrafia, vertente hieróglifos.
(Na imagem caligrafia de Bíblia Latina de 1407, manuscrita na Bélgica por Gerard Brils, para leitura em voz alta num mosteiro e em exibição em Malmesbury Abbey, Wiltshire, Inglaterra.)
Curiosamente (ou nem por isso) a Lei do Crime Urbanístico é aprovada única e exclusivamente com os votos do partido com reduzida representação e implantação autárquica.
(Na imagem Sheep Dog With Field Glasses fanada ao Chicago Tribune)
Os radicais são os talibans com ligações à Al-Qaeda que travam a Jihad e se explodem em tudo o que é sito por dá cá aquela palha.
Os moderados são os talibans que travam a Jihad e enforcam os homossexuais na praça pública, oprimem e agridem e impedem as mulheres de ter acesso à educação, recusam a Democracia e a liberdade de culto, entre outras.
Um aplicativo para iPhone contendo 100 discursos do ditador fascista Benito Mussolini tornou-se o segundo item mais descarregado em Itália, ultrapassando mesmo um jogo inspirado em Avatar:
Aos 27 dias do mês de Janeiro do Ano da Graça de 2010 o Ano Judicial é oficialmente aberto com pompa e circunstância e discurso do senhor Presidente da República e tudo.
Eu disse 27 - vinte e sete - 27 dias; que são os dias que o país inteiro já leva de avanço em trabalho e em pagamento de impostos? Podiam ter “aberto” o ano no dia 2 de Fevereiro, sempre era numa segunda-feira, o dia a seguir à folga, e no princípio do mês…