"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Este tal de Vítor Bento, nomeado Conselheiro de Estado pelo Presidente da República, é o mesmo Vítor Bento que foi promovido por mérito no Banco de Portugal, apesar de estar há 8 – oito – 8 anos com licença sem vencimento, o que ainda assim não o inibiu de advogar a «redução dos salários reais» daqueles que efectivamente, e sem promoções e licenças, trabalham? Bem me queria parecer…
(Na imagem Speakeasy Type Peephole In Steel Door via Chicago Tribune)
Até há pouco tempo era tabu. Um tabu do caralho; passe a ironia. Até que começaram a aparecer por aí uns anúncios na televisão, e lembro-me de que um até era com o Nicolau Breyner: "Sabia que mais de 500 mil homens portugueses têm problemas de disfunção eréctil?". Olha isto nos tempos do meu pai, em que homem que era homem nem despejar o lixo ao contentor ia! Parece que os estou a ver: “olh’ó gajo! Quem diria?! O Senhor Contente também é dos tais…” Disfunção eréctil mas é o caralho! Homem que é homem tem sempre força na verga, e mulher que não aguenta casamento por falta de pau, não é mulher é galdéria. Mas os tempos mudam, e pelo que me constava e via nos anúncios, o desgaste do Apito levava ao divórcio, nunca o contrário…
(Na imagem Simone Silva with Robert Mitchum via Getty Images)
Uma mão cheia de beatos saudosos dos tempos ainda antes da implantação da República, beija-mão e Amén, tem-se em grande conta, isenta-se de ler os programas eleitorais dos partidos, e vem pedir respostas para essa espécie em vias de extinção, o “eleitor cristão” (sic) - o que quer que isso signifique - saber ao que vai no próximo acto eleitoral e não "trair a sua consciência no acto de votar". Não me parece que venha daí grande mal à Nação; vivemos numa Democracia e até o “eleitor benfiquista” ou o “eleitor masoquista”, por exemplo, é livre de fazer manifestos, abaixo-assinados e exigências.
O meu reparo - se me é permitido - é para o PS. Agora que decidiu “virar à esquerda”, que tire as respectivas ilações, e, na hora da constituição das listas e da atribuição de lugares a deputados, o faça «em liberdade de consciência tranquila» e não por indemnização compensatória.
(Na imagem 'La Confesión' de Cristina García Rodero)
Estive ontem à noite a ver na SIC o documentário de Brian Williams para a MSNBC, Inside The Obama White House, e chamou-me a atenção o facto de que cada vez que Obama entrava, ou num gabinete, ou numa sala, ou até na Press Room para os encontros ou briefings com os jornalistas, toda a gente se levantava do respectivo assento. Era uma coisa que também nos era ensinada aqui, em casa e na escola, durante a “longa noite” do Fascismo; como o João Soares gosta de dizer.
E depois lembrei-me das imagens que a mesma SIC transmitiu no dia das eleições para o Parlamento Europeu, onde se vê o Presidente Cavaco Silva entrar na Assembleia de Voto e ninguém mexe uma palha, que as cadeiras são de sumaúma, e à saída, alguns dos elementos da mesa até ignoram ostensivamente o estender da mão para o passou-bem da praxe.
A boa educação e o respeito pelas instituições e pelos seus representantes é uma coisa de fascistas.
O ano lectivo de 1978 que eu militantemente tinha passado a saltitar entre a Associação de Estudantes, as aulas, e a Rádio da Escola, tinha terminado, e, apesar de já saber ao que ia e o que me esperava, e apesar de não ter uma única negativa, levava uma secreta esperança a caminho das pautas. P. P. F. era o que lá estava escarrapachado a tinta vermelha. P. P. F. na gíria estudantêz-baldasmeans Partiu Para Férias, em linguagem professorêz-burocrático significa Perdeu Por Faltas. Havia lá maior injustiça? Eu era quase um herói da revolução e não tinha tido uma única negativa!
Podemos continuar com o orgulho pátrio intacto. Afinal os Descobrimentos ainda continuam a ser o maior feito da História da Humanidade. E o Elvis está vivo (e quiçá o Michael Jackson também) e avó Ilda morreu coberta de razão.
O Sheik muçulmano Suhaib Hasan, secretário da Islamic Sharia Council – entidade autorizada a aplicar a Lei Islâmica em casos de casamento, divórcio e heranças (em algumas regiões da Grã-Bretanha - Birmingham, Leyton em East London, Manchester, Bradford e Rotherham) –, vem dizer que a aplicação do código penal Sharia, nomeadamente a amputação de membros como punição para o furto, beneficiaria, e tornaria a Grã-Bretanha um lugar mais seguro.
João Nabais, advogado de Arlindo de Carvalho, disse à entrada para o Tribunal Central de Instrução Criminal que ser constituído arguido num processo era uma coisa absolutamente normal.
Que o digam para aí os 90 e tal por cento de anónimos cidadãos deste país, metidos em esquemas mais ou menos manhosos envolvendo bancos, no seu dia-a-dia casa-trabalho e trabalho-casa, levar os filhos à escola e arranjar uns diazitos de férias com a família., de preferência à beira-mar e com muito Sol, no intervalo de pagar as contas. É absolutamente normal. Nem sei porque é que a Justiça insiste nesse expediente…
(Na imagem Captain Streeter, Circa 1880s via Chicago Tribune)
Nos 40 anos da grande odisseia, será politicamente incorrecto evocar aqui a Operation Paperclip e Wernher von Braun, Arthur Rudolph, Hubertus Strughold, Konrad Dannenberg, entre outos, cientistas nazis por detrás do programa espacial do presidente Truman?
1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privadode qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.
Mas o que é que interessa o que diz a Constituição quando a pretexto da tolerância e do combate ao sectarismo se invoca um qualquer lobby gay como máscara para esconder uma verdadeira face discriminatória e homofóbica?
Enquanto Pacheco Pereira no blogue, na televisão, nos jornais e revistas, e mais que haja, se dedica a descredibilizar e demolir a nova geração de militantes do Partido nascida sem filiação ou paternidade M-L ou UN, e, passe o pleonasmo, genuinamente genuína; o DCIAP continua paciente e meticulosamente a autopsiar o cadáver do Cavaquismo.
Eu quero acreditar que isto vai terminar ainda antes do fim do Verão para que Dona Manuela saiba quais os poucos com que vai poder contar para a elaboração das listas e para um possível futuro Governo.