"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Já que a sumidade invocou o argumento Hitler, aproveito para recordar que também na Alemanha nazi havia para alguns a obrigatoriedade de se assumirem, caso contrário seriam “processados”. E “processo” por “processo” mais valia permanecer clandestino.
Partindo do princípio que a preocupação maior dos candidatos a pais é o que fazer quando o(s) filho(s) atingirem a idade de votar, e não o pós-parto, mais o pediatra e os medicamentos e as papas e as fraldas e as roupas e calçado que deixam de servir a cada 15 dias, e mais o berçário e o infantário e ainda as mensalidades, mais caras que propinas universitárias, e é melhor ficar por aqui, nas margens da entrada para a escola básica; € 200 - duzentos euros - € 200 parecem-me uma exorbitância.
Vou aqui acertar contas com a mãe dos meus filhos e ainda hoje vamos tratar de começar a aumentar a prole. A bem da Nação.
O que fica para a história, do que as pessoas se vão lembrar, é das coisas más, nunca das boas. Não sei se é por ter sido praticamente criado ali, "à solta", do que me vou lembrar é do saque do litoral, desde Tróia até ao Cabo de Sagres. A coberto dos PIN’s, sítios onde antes, e a pretexto da defesa da natureza, do meio ambiente e da protecção do ecosistema, nem sequer uma tenda de campismo selvagem se podia erguer, estão agora ocupados por urbanizações e resorts, mais as suas piscinas, campos de ténis e campos de golfe. Lamento discordar, mas é disto que me vou lembrar: da destruição do património natural comum para benefício de uns quantos.
(Imagem Rue des Archives via Collection Bourgeron)
“Descubra qual foi o governo que mais gastou nos últimos 24 anos”
O “i” joga com a notícia da morte de Merce Cunningham e usa como foto o momento de uma coreografia onde os bailarinos aparecem a dar a ideia de gráfico: «Ricardo Reis, professor da Universidade de Columbia, Nova Iorque, revela que Durão e Santana são os mais despesistas.» Grande primeira página.
O raid efectuado por José Sócrates, em formato Blitzkrieg, às fileiras do Bloco vem levantar muitas interrogações no eleitorado “Portugal profundo”. Nomeadamente sobre a real diferença na natureza das coisas. E o PCP agradece.
E nós todos aqui, que nascemos ontem e nem sequer temos memória dos tempos do primeiro primeiro-ministro das primeiras maiorias absolutas da Democracia pátria, que nunca lia jornais, que nunca tinha dúvidas e que raramente se enganava, e que governou sem prestar cavaco a ninguém e nem sequer se dignava pôr os pés no Parlamento, cantamos em uníssono, o regresso, na reencarnação Senhor Lei, que vai meter na ordem o Sonso e o Mafarrico:
Abram alas para o Noddy; Noddy!!! Vamos gritar um viva Preparar, estar pronto já Hoje é um grande dia O Noddy está a chegar!
Com mais de 20 anos de “noite”, como dj e como “vamos até lá abaixo beber um copo”, uma coisa aprendi: o racismo vem de onde menos se espera. Que o diga a personagem mais odiosa da noite – o porteiro. Batem à porta e é um grupo de brancos: “boa noite, queiram desculpar mas a casa está cheia”, ou “hoje é uma festa só para convidados”, ou “já passa das tantas e já não podemos deixar entrar”, or ever. “Então boa noite”, meia volta e fora, vamos a outra freguesia. É um grupo de pretos, ou negros, ou blacks, ou afro-europeus, ou o caralho, como lhes queiram chamar, que todos os termos são sempre insultuosos e já vai faltando a pachorra, e a resposta é logo: “Racista!” ou “Se fossemos brancos…”. Foda-se que não dá para falar com quem está sempre com uma navalha na liga!