"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
A propósito do relatório da Amnistia Internacional que coloca a China como detentora do recorde mundial de execuções pela Pena de Morte (72%, 1718 execuções em 2008, podendo os números ser maiores), recupero aqui nas páginas do blogue o Autocarro dos Condenados, na foto).
A China inventou o autocarro das execuções, para poupar tempo e dinheiro e, sobretudo, para recuperar os preciosos órgãos dos condenados, que são imediatamente retirados, para de seguida voltarem a ser vendidos para transplantes. Para isso, havia a necessidade de os corpos dos condenados serem transportados imediatamente para uma sala de cirurgia. A solução encontrada, como forma de rentabilizar todo o processo, foi aplicar a injecção letal num autocarro enquanto é percorrido o caminho para o hospital.
Asséptica – A notícia da existência destes autocarros não é nova e já foi falada há uns anos atrás na imprensa chinesa. São fabricados pela Jinguan Auto que desde 1992 constrói ambulâncias, veículos policiais, mini bus para o transporte de valores e carros blindados, e vendeu até agora uma dúzia destes mini bus de 7 metros de comprimento e 17 lugares. O condenado é colocada numa cama, mãos e pés amarrados, em seguida é-lhe aplicada a injecção letal. Existe também um sistema de vídeo para filmar a execução e para certificar que tudo é feito legitimamente.
Vantagens – A outra "vantagem" do autocarro é que pode chegar à mais remota aldeia chinesa onde haja a necessidade de executar alguém, sem ter que transportar o condenado para a prisão provincial, com custos acrescidos e tempo extra dispendido. A execução por injecção letal foi solicitada pelos carrascos. Anteriormente os condenados à morte eram executados com um tiro de pistola no pescoço (por vezes mais que um). O executor tinha de vestir fato de macaco e calçar botas de borracha para evitar ser atingido pelo sangue das vítimas. Além disso, com o aumento das execuções de traficantes de droga (muitas vezes eles próprios toxicodependentes), os carrascos receavam doenças como a SIDA.
Qualquer semelhança com a “indústria da morte” do regime nazi na Alemanha do III Reich é pura coincidência.
É com José Pacheco Pereira, José Santos Cabral, José António Barreiros e com moderação de José Pedro Aguiar-Branco.
O tema é “Segurança: Direito das pessoas, dever do Estado” e é amanhã dia 26, em Setúbal, a cidade que já foi “Vermelha” e que agora é dos pretos, do carjacking, dos assaltos, dos ciganos, dos brasileiros de chinelo no pé e das brasileiras com anúncio na página “Encontros Íntimos” no Correio da Manhã, dos agarrados, dos desempregados e de outras coisas que tais a evitar por gente com cabelinho e camisinhas à Lobo Xavier e Paulo Portas.
Virou à Esquerda; a cidade. De “Vermelha” a “Lumpen”.
Fui convidado e vou. Ai não que não vou; ia lá perder uma coisa destas!
Adenda: A Estalagem do Sado, onde o debate vai ter lugar, fica numa zona da cidade anteriormente ocupada por um bairro de lata. Até às presidenciais de 1980 nem a caravana da campanha de Otelo Saraiva de Carvalho lá conseguia entrar. Otelo era muito “à Direita”. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades…
É em Inglaterra (por enquanto) mas extremamente pertinente:
«Suppose the Government announced plans to follow every Briton and record their conversations. Imagine a society in which you had to submit lists of your friends to the state. What if photo labs sent the police a copy of every photograph you bring in for developing? Imagine all of this being done just in case it became relevant to an as yet uncommitted crime. It sounds farcical - it is farcical - yet yet this is what the Government's plans to snoop on our internet activity amount to.»
Segundo o Público de Espanha há duas coisas tipicamente chinesas: a obsessão por cremes hidratantes e branqueadores da pele, e a ligeireza com que usam na publicidade a imagem das celebridades sem a sua permissão.
Este anúncio é uma espécie de dois em um. Uma pérola.
Gostava de conhecer a opinião de António Chora, militante e dirigente do Bloco de Esquerda, e líder da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, sobre a remake feita pelo seu partido ao anúncio da Antena 1.
E se a joint-venture entre a Ford e a Volkswagen que levou à criação da Autoeuropa tivesse no início optado pelos Estados Unidos ou pela Alemanha para instalar a unidade de produção?
Ouvi ontem José Sócrates, dizer para os microfones do telejornal depois da visita à Energie, aquela fábrica de painéis solares que afinal não são painéis solares, que, mais ponto menos virgula, é um investimento em território português que vai criar emprego para portugueses.
À noite, no debate Prós & Contras, ouvi o presidente do Sindicato dos Jogadores Joaquim Evangelista dizer em tom de lamento, também mais coisa menos coisa, que os futebolistas portugueses por não terem condições de trabalho cá, emigram hoje como os trabalhadores emigraram nos anos sessenta, e que os clubes de futebol têm de ir buscar jogadores ao Brasil e ao estrangeiro.
Na casa de banho dos Homens do Freeport em Alcochete, toda ela decorada com máximas célebres de gente célebre, mesmo por baixo do lavatório pode ler-se em letras azuis pintadas à mão em azulejo branco vidrado:
Não consigo perceber os motivos para tanta indignação e revolta. Este futeboleco da treta é o reflexo do país político desde pelo menos os anos de 1977/ 1978.
Veja-se quem esteve e está à frente das Associações de Futebol e da Federação Portuguesa de Futebol, e muito mais tarde da Liga; quem esteve e está à frente dos clubes; quem esteve e está à frente das Câmaras Municipais e simultaneamente acumula funções directivas nos clubes ou transita de uns para outros como quem vai de fim-de-semana ao Algarve. Até os paineleiros, vulgo comentadores, dos programas desportivos.
Entre deputados, ex-deputados e futuros deputados; ex-ministros e ex-secretários de Estado e futuros ministros e futuros secretários de Estado, exactamente os mesmos que gerem os destinos do país desde há 30 anos a esta parte e a que se convencionou chamar de Bloco Central.
Palavras bonitas de serem ditas pela boca de quem escreveu o Monitum na pele de Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, e agora Sumo Pontífice de uma igreja em que o papel atribuído às mulheres pouco mais é que cantar nas homilias, limpar o templo, colocar flores no altar e recolher as esmolas.
Compreendi-te!
(Imagem de Michelle V. Agins via The New York Times)
Como é que será a “diversidade” na UGT; Arménio Santos a jogar à Bisca Lambida com João Proença no intervalo de uma “mão” de Sueca com Francisco Van Zeller e José António da Silva?
Um crucifixo envolto num preservativo é o trabalho apresentado por Sebastiano Deva no Pan di Napoli, exposto na sala Emergency Room, e que foi retirado ao sétimo dia – era para escrever “ao sétimo dia descansou" – após protestos da presidente da Câmara de Nápoles, Rosa Russo Iervolino.
De nada valeram os argumentos de Nicola Oddati, vereador do pelouro da Cultura, de que a arte não pode ser moralmente julgada.
É passar os olhos pelas fichas técnicas dos diversos jornais e revistas, ou nas televisões, esperar que acabem os telejornais e/ ou restante programação e ver os nomes que passam em 5ª velocidade, relacionados com a produção e realização. O último nome, vulgarmente conhecido por “nome de família”.
Os jornalistas não vasculham na vida dos outros jornalistas? Sim, eu sei que há nomes mais comuns que outros; só “Cunha” são mais de 20 páginas nas Páginas Amarelas…