Benfica - Rio Ave, report
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Ando ao tempo a martelar neste ponto (aqui e aqui). E tudo o resto é acessório (a matéria para responsabilidade penal). Ou devia ser. Mas anda toda a gente entusiasmada com o tio e o primo, e agora também com a mãe; como forma de chegar ao sobrinho ao primo, e agora também ao filho. É a qualidade da democracia que temos.
Um dos méritos do Freeport affair foi o de nos revelar ad nauseam o potencial inspector Varatojo que há em cada um de nós, na variante Patilhas & Ventoinha.
Pez Espada - 1998
Flor Garduño
Era o lema dum comercial que passava na televisão usava eu calções. (Agora também uso, mas vocês percebem). Foi o que aconteceu aqui ao blog: bate-chapas & pintura. Está novinho em folha. Só me resta agradecer do fundo do coração à João e ao Pedro Neves (tem blogue?). Principalmente ao Pedro. É preciso ter muita paciência para me aturar!
São para eles os balões na imagem.
(Foto de Alexandre Meneghini via AP)
Post-Scriptum: O Pedro tem blogues(s). Este e este
Ou trocando por português corrente: Esperem lá um bocadinho porque daqui a 3 meses há eleições e pode ser que assim os comunas saiam da Câmara e ganhamos nós e depois avançamos com o empreendimento e temos obra feita para mostrar nas próximas autárquicas.
Só que as contas saíram furadas e 4 anos depois a CDU está de regresso à autarquia de Alcochete.
Agora a questão que se coloca é, quantos mais casos como estes (já) aconteceram, com executivos a manobrarem nos bastidores não em função dos interesses e anseios das populações mas em função do interesso partidário? Quantos mais vão acontecer?
E depois no dia seguinte às eleições aparecem os analistas com teorias do arco-da-velha que a abstenção subiu por isto e por aquilo e por mais não sei quantos. Pois.
Naquele célebre e histórico dia em que Pacheco Pereira foi director do Público, a propósito da trapalhada do Casino Lisboa com Telmo Correia, obrigou os meninos na Redacção a fazer, e passo a transcrever:
«(…) uma cronologia relacional, exaustiva de todo o processo. Reunir todos os documentos, todas as datas, todas as declarações, todas as notícias dos jornais, e com isso desenhar um gráfico, um mapa. Depois procurar as falhas, os espaços em branco, os dados contraditórios. No fim, extrair conclusões. Verdades até então ocultas: notícias. É um método da ciência histórica»
O que se tem verificado com os recentes acontecimentos, é que os meninos à roda da Redacção esqueceram rapidamente os ensinamentos; o prof. Pacheco Pereira à roda do Abrupto ignora ostensivamente o que tentou ensinar com tanto esmero.
Como já aqui escrevi, faça-se a investigação a partir desta base de trabalho: qual a razão para que num distrito com uma área de 5064 km² (8º maior distrito português), se escolhe um concelho com 128 km² de área, para construir um centro comercial, e precisamente numa ZPE?
(Na imagem o distrito de Setúbal; o Freeport fica lá em cima, sensivelmente a pé das letras OC de Alcochete)
LIVROS
Hotel Problemski
Dimitri Verhulst
Mercado de Letras
Onde Está a Sabedoria?
Harold Bloom
Relógio D'Água
DISCOS
Tonight:
Franz Ferdinand
Domino
The Dreamer
Jose James
Brownswood
Via Facebook, fui por estes ilustres convidado a dar um saltinho amanhã à noite até à festa.
E vou.
Eu de manhã acordei com a ideia fixa de ir logo comprar a Visão. Depois saí de casa com a ideia fixa de comprar a Visão. Mas quando cheguei à banca dos jornais e tive de esperar 10 minutos para ser atendido porque os fulano(a)s que todos os dias vejo a comprar o O Record, o O Crime, a TV 7 Dias e a Maria, estavam a comprar o O Record, o O Crime, a TV 7 Dias, a Maria e também a Visão, desconfiei, arrependi-me e guardei o dinheiro na carteira.
Agora são 13:38 e a edição on-line do Público continua com a mesma notícia à cabeça, desde as 19:22 de ontem. Há aqui qualquer coisa que não bate bem…
Ou a economia de mercado a funcionar por auto-regulação, mas a exigir a intervenção estatal.
(Foto encontrada no La Repubblica)
Eu tenho um problema com o JL; digamos assim, um ódio de estimação. Mais com a forma do que com o conteúdo. Não com a forma física do jornal que até me parece bastante simpática e agradável de ler ao tacto; é daqueles que se pode segurar com ambas as mãos e abrir sem precisar de ter uns braços da largura dos do Cristo-Rei de Almada. Mas a forma como o JL ficou colado a uma determinada fauna num determinado período da vida político-cultural tuga (e agora que penso nisso, ou como eles se colaram ao JL. Adiante). Passo a explicar.
Quando o JL sai para as bancas no Ano da Graça de 1981, não havia cão nem gato com uma boina basca no alto da pinha, uma barba mal semeada, óculos à John Lennon, sapatos de camurça bico-de-pato e uma mala de lona verde à tiracolo, daquelas compradas na Feira da Ladra, que não passeasse pela baixa com ele debaixo do sovaco. E depois fumavam SG ventil, só gostavam ouviam música brasileira e discos da ECM, que insistiam em classificar como jazz. Só de me lembrar já me está a apetecer beber uma garrafa de Água das Pedras!
É que naquela altura, acabadinhos de sair do Punk e a começar a ressacar com a New Wave, ainda calçávamos botas da tropa, fumávamos SG Filtro com mistura, usávamos o cabelo descoberto e arrepiado, e alguns tinham o mau hábito de ler o Expresso, o jornal dos fassistass.
Convenhamos, Cozido à Portuguesa não vai com Galão.
O dia de hoje fica para a História da Democracia em Portugal. À hora em que publico este post, via Twitter, o debate quinzenal na Assembleia da República está a ser comentado em directo e em simultâneo por deputados e por cidadãos. E eu vi para contar aos netos.
(Já agora, e para os que ainda não repararam, o meu está mesmo lá no fundo do blogue)
Como dizem os nossos vizinhos de bombordo e condóminos de Saramago “da mãe é de certeza filha”. Mas o timoneiro da Jangada não vai tão longe ao ponto de dizer usem o nome da mãe. Por mais iberista que se seja, um português é um português e um espanhol é outra coisa completamente diferente. E em Portugal diz-se “nasceu no curral é filho do boi”.
(Imagem Kobal via The Guardian)