"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Perfeito é poder beber uma cerveja fresca a um preço aceitável, com boa música, falar das coisas que realmente interessam – gajas, futebol e música – no melhor sitio a sul da Torre de Belém; o Telegraph e o Guardian que se lixem mas este é que eu não dispenso de ler todos os dias; e os “meus” putos atingiram (finalmente) o estrelato.
É sair de carro para ir comprar um bolo-rei a uma pastelaria situada a 2 quilómetros de casa, e, por causa do trânsito, levar meia hora para lá e 45 minutos para cá.
É bem feito que é para não seres parvo. Da próxima vez vais a pé.
Via Corriere Della Sera descubro o Síndroma Alice no País das Maravilhas. É uma doença que vai buscar o nome à história de Lewis Carroll e que se aplica a todos aqueles que sofrem de uma disfunção visual que consiste em que, qualquer objecto observado, pode parecer menor, maior ou mais distante do que realmente é ou está. É um distúrbio que pode aparecer em criança e desaparecer com o crescimento. Nos adultos, pode ser um sintoma de epilepsia, tumor cerebral ou provocado pelo consumo de drogas.
Apetecia-me escrever aqui um post, daqueles que nunca mais acabam, sobre este síndroma aplicado ao ano político nacional e às peripécias da governação no ano que hoje se fina. Mas, e pesando bem as coisas, fica a informação (para quem como eu desconhecia) da existência do dito cujo síndroma, e cada qual que exercite a imaginação. Não vai ser difícil.
Desde que me lembro, um dos argumentos usados pelo anti-semitismo (e que vale para tudo) é o da existência do lobbie judaico. Há um lobbie judaico em Hollywood, há um lobbie judaico na Casa Branca, há um lobbie judaico nas chancelarias ocidentais.
O que os acontecimentos recentes nos mostram, pelo apoio mais ou menos implícito ou explícito ao Hamas, ou pela ausência de condenação dos seus actos terroristas, é, afinal, da existência de um lobbie terrorista na comunicação social e nos blogues.
Será financiado pelo dízimo recolhido das esmolas nas mesquitas; o mesmo dízimo que serve para subsidiar os atentados terroristas e a compra de material bélico?
Nos meus tempos aqui, quando no dia seguinte se comiam os restos das refeições servidas na véspera dizia-se que o almoço era “estilhaços”.
Nos hotéis de 4 e 5 estrelas também servem estilhaços no dia 1 de Janeiro de cada ano, a(s) diferença(s) são, no preço a pagar - mais barato no hotel de 5 estrelas -, não ser necessário vestir a farda para entrar na messe, e a nuance no nome.
Freddie Hubbard proporcionou-me num Seixal Jazz o pior concerto que já vi nos dias da minha vida. Bêbado que nem um cacho, tocou para aí um minuto e meio e o resto do tempo foi passado a fazer merda no que tocava e, não contente com isso, no que a banda tocava. E apresentou a banda que o acompanhava como "a nata dos músicos de Nova Iorque" quando nem na Orquestra de Jazz do Barreiro teriam lugar, por muito respeito que me mereça - e merece - a agremiação barreirense. E os tugas na sala bateram efusivamente palmas ao Deus vivo e fuzilaram-me com o olhar e chamaram-me mal-educado por ter exigido o dinheiro do bilhete de volta. É só uma nódoa numa carreira brilhante de um musico brilhante. Foi mais uma mancha na reputação do público mais servil e abana-rabo que conheço - o português.
O passo seguinte seria a dissolução da Assembleia da República ou Cavaco Silva resignar. Nada disto ter sucedido é que é incompreensível. Não há crise económica que justifique tamanha incoerência.
Adenda: Dona Manuela e Paulo Rangel e restante turma parlamentar deviam abster-se de comentar o discurso do Presidente já que se abstiveram de tomar posição aquando da votação do Estatuto. Mas isso era se houvesse um pingo de vergonha.
Eram oito da manhã e ouvi no telejornal da SIC N que Steven Gerrard, capitão do Liverpool, tinha sido detido por desacatos num bar e estava “neste momento a ser interrogado pela polícia”.
Era meio-dia e ouvi no telejornal da SIC N que Steven Gerrard, capitão do Liverpool, tinha sido detido por desacatos num bar e estava “neste momento a ser interrogado pela polícia”.
Eram 19 horas e ouvi no telejornal da SIC N que Steven Gerrard, capitão do Liverpool, tinha sido detido por desacatos num bar e estava “neste momento a ser interrogado pela polícia”.
Como a detenção ocorreu por volta das duas e meia da manhã, isto dá, mais coisa menos coisa, cerca de 18 – dezoito – 18 horas e meia (!!!) de interrogatório a um bêbado que armou confusão num pub.
O que vale é ter sido em Inglaterra, uma democracia parlamentar e um Estado de Direito, fosse no Zimbabwe ou na Birmânia e ainda era levado a crer que era verdade e que estavam a torturar o homem.
Pela argumentação usada e pelo que tenho lido por aí, quer-me parecer que tudo seria mais aceitável se Israel utiliza-se o principio do “olho por olho, dente por dente”. Mataram dois israelitas? Nós matamos dois palestinos. Lançaram uns mísseis Qassam? Nós lançamos uns morteiros de romaria.
Quando era puto não havia dia em que na televisão lá de casa não estivessem a cantar, ou o António Calvário, ou a Simone de Oliveira, ou o João Maria Tudela, ou a inevitável Hermínia Silva. Agora não há talk show, concurso ou “programa da manhã” em que não apareçam, ou o Luís Represas, ou o Rui Veloso, ou os Xutos, ou o Jorge Palma. Os mesmos de sempre com um intervalo de 40 anos. Some things never change.
O Independente pediu a seis agências publicitárias para anteciparem uma possível campanha eleitoral em Inglaterra já em 2009. E o resultado é muito bom. Para saber mais e ver os restantes cartazes, aqui.