"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Dez minutos para as oito horas da manhã; hora de ponta.
Bicha enorme na bilheteira da Estação Rodoviária na Avenida 5 de Outubro. Não anda nem desanda, por via duma senhora que ao guichet “não desampara a loja”; os autocarros para Lisboa quase a partirem; começa a impaciência a instalar-se…
- “Quérro um belhête prró ex prrésse das dez e oitenta prra Albufêrra!”
- “Oh minha senhora, dez e oitenta não há; já lhe disse!”
- “Come éque na há?!”
- “Então pode lá haver dez e oitenta?!” responde a funcionária ao mesmo tempo que lança olhares para a fila, como que a pedir ajuda.
- “Atão stá aqui do papel, comequé pode na havêrre?!”
- “Então mostre lá o horário, se faz favor…” (silêncio geral; a fila inteirinha em suspense). “Oh minha senhora; dez e oitenta é o preço do bilhete. Dez euros e oitenta cêntimos! O expresso é às dez e trinta…”
- “Aaah!..Veja lá a menina, quê onte à nôte, más o mê filhe, até ó relóge fomes vêrre onde éque érra as dez e oitenta!”
Assinalam-se hoje os 137 anos do último dia da Comuna de Paris; a primeira República Proletária da história, inspirada nos princípios da Primeira Internacional ou Associação Internacional dos Trabalhadores.
Quando aqui há uns meses atrás, um energúmeno, que por acaso até ganhou um Nobel da Medicina, veio dizer que os negros eram menos inteligentes que os brancos, caiu o Carmo e a Trindade. Foi um vendaval e tanto!
Agora vem um tal de Bruce Charltonafirmar que os ricos são mais inteligentes que os pobres e ninguém ouviu nada…
Caro Alkantara, sou levado a concluir que, das duas três: ou somos todos pretos na acepção Watsoniana; ou somos todos ricos na acepção Charltoniana; ou só já nos indignamos porque multiculturalismo oblige, e convém ser politicamente correcto e ficar bem na fotografia, nesta coisa do interracial (termo descaradamente roubado à indústria porno).
Resta saber se o grupo dos inteligentes abarca aqueles portugueses, ex-pobres e agora mui nobres e considerados nos bastidores político-partidários, que escrevem empresário antes do nome, cujos nomes me vou abster de referir; que enriqueceram a enganar o próximo, e, cujo pecado menor ainda assim, foi “só” terem fugido ao fisco.
É moralizador. Diria mais: é extremamente moralizador! Assistir a esta convergência de opiniões. José Sócrates, Vítor Constâncio, Manuela Ferreira Leite. “Unidos, na saúde e na doença, até que a morte os separe”. Chega até a ser enternecedor…
Sayed Pervez Kambaksh, o estudante afegão de 24 anos que havia sido condenado à morte, por ter efectuado downloads da Internet de relatórios sobre os direitos das mulheres (como aqui havia sido oportunamente referido), está em vias de ser libertado.
Valeu a pena a pressão sobre o Governo do Afeganistão!
«"I really did not believe that I would survive for this long, I thought that they would make sure I would disappear, I would be killed. I was abused and beaten after being arrested," he said yesterday. "But now I think they will overturn this wrong verdict and I can get out of this place and start again."»
Até eu, que de liberal só ao nível de costumes, nada ou quase nada na economia, sou um defensor do princípio do utilizador-pagador, por uma questão de justiça social; nomeadamente nas Scut.
Mas há liberais, com “éle” grande, daqueles mesmo, mas mesmo liberais, que arrumam o liberalismo na gaveta em favor do cumprimento de promessas por parte do Governo. Mesmo que essas promessas impliquem um custo de cerca de 300 milhões de euros ao erário público.
É o liberalismo em versão regionalista, onde são permitidas excepções: para o futebol; para as SCUT. Até ver, que a procissão ainda vai no adro.
Recorrendo a um termo ultimamente muito em voga: liberais de meia-tigela.
Acabo de ouvir Marcelo Rebelo de Sousa na RTP 1 dizer que é provável que na região de Leiria, Pedro Passos Coelho tenha vantagem sobre os outros candidatos, “por causa do peso das Caldas”
«Les logos sont autant de reflets des grandes et petites sagas des entreprises que celui de la formalisation de l’évolution des styles graphiques. La nouvelle version du logo de Xerox (en volume comme il se doit maintenant) (...) donne l’occasion de revisiter l’histoire des logos. (...)Alex à retracé dans un post complet l’évolution des grandes entreprises comme Adobe, Apple, Canon, Microsoft, etc… »