"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Depois dos Radiohead terem deixado ao critério dos fans e restante público interessado, o valor justo a pagar pelo seu novo trabalho, a moda pegou de estaca e chegou agora à música clássica / erudita; a sopranoBarbara Hendrix colocou o seu novo trabalho Endless Pleasure na rede. É descarregar vilanagem!
Já por várias vezes aqui referi que de Direito não percebo nada; esclarecido que penso estar este ponto, há duas ou três coisas que, e independentemente de nada perceber de Direito, não me inibem de ter uma opinião baseada numa interpretação de um cidadão comum:
Sem sombra de dúvidas que Portugal é uma Democracia representativa, assente no Estado de Direito. Imperfeita, mas é.
Sem sombra de dúvidas que um dos pilares das democracias representativas assentes no Estado de Direito é a total independência do poder judicial em relação ao poder político. Nem merece qualquer tipo de discussão.
Quem paga os salários aos senhores juízes, aos senhores magistrados e aos senhores do Ministério Públicoé quem paga os salários aos restantes funcionários públicos; ou seja, o Estado através dos impostos pagos por todos os cidadãos.
Qual é a diferença então, para que a partir do momento em que as carreiras profissionais dos senhores juízes, senhores magistrados e senhores do Ministério Público seja enquadrada nas tabelas salariais da Função Pública se possa considerar como ingerência do Governo e subjugação ao poder político?
Eu, que de Direitonão percebo nada, quer-me parecer que o Governo foi infantil no modo em como geriu a questão, dando margem de manobra para que a faceta político-sindical dos tais barões, baronesas, viscondes e viscondessas de que falava Pinto Monteiro surgisse em força. Porque o que aqui está em causa não é a independência do poder judicial e do Ministério Público em relação ao poder político, mas antes a manutenção de um estatuto de onde todos são sempre óptimos e excelentes, com mordomias e progressões de carreira; trabalhem muito, trabalhem pouco, produzam ou não.
Nos tempos da ditadura do Estado Novo e dos tristemente célebres Tribunais Plenários, onde juízes assinavam condenações de opositores ao regime a mando da polícia política PIDE/ DGS, sendo que a maior parte das vezes o réu comparecia perante o juiz apresentando sinais evidentes de tortura, nunca se ouviu falar de independência do poder judicial…
Já agora uma pergunta inocente formulada por quem de Direito não percebe nada: Quantos senhores juízes e senhores magistrados estão ainda em funções desde o tempo dos célebres Tribunais Plenários?
O CDS/ PP que não organiza almoços e jantares comemorativos da data que pôs fim a 48 anos de ditadura e repressão, e restituiu asliberdades (atenção ao plural)ao povo português – o 25 de Abril, celebra o 25 de Novembro. Cada qual é livre de celebrar as datas que na sua escala de valores considera valerem mais. Até de celebrar o 28 de Maio; e esse é indubitavelmente um mérito do 25 de Abril.
Uma das liberdades adquiridas com o 25 de Abril foi a de qualquer um poder dizer o que lhe vai na alma. Mesmo a maior das barbaridades. E o que disse o líder da Juventude Centrista, Pedro Moutinho, no jantar evocativo do 25 de Novembro (link aqui e aqui) é, sem sombra de dúvida, mais que uma gafe: uma barbaridade. Mas não uma barbaridade que possa ser classificada como falta de informação ou de cultura geral, do género daquelas que levavam os miúdos a apanhar umas reguadas na primária quando não sabiam a data da batalha de Aljubarrota; mas antes uma barbaridade de ressabiado com o 25 de Abril, e com tudo o que significou e que ainda representa no imaginário do povo português, independentemente do partido em que votam. Na melhor linha dos meninos trauliteiros e caceteiros que já aqui havia evocado e que grande celeuma causou aqui.
Aqui no blogue sabemos perfeitamente que o CDS, antes de ser PP, foi uma das vítimas do 25 de Abril. Uma vítima que, apesar de ter sido o único partido com assento parlamentar à época a votar contra a Constituição de 75, não lhe impediu o acesso à cadeira do poder por via de uma coligação com os socialistas, e com Mário Soares como Primeiro-ministro. Mas isso são contas de outros rosários (mais uma vez, atenção ao plural).
Fomos vasculhar no baú, e encontrámos as provas dos assaltos e destruições às sedes do CDS, que Pedro Moutinho referiu no discurso. Atenção portanto às imagens, onde é possível ver perfeitamente Bernardino Soares com 4 anos em alegre pilhagem:
A rapariga (que tem bom gosto) e respectivos comparsas (um autocarro cheio deles; e que tocam que se fartam), estão amanhã à noite no Casino Lisboa, e de borla! Eu vou ver. Se querem aceitar um conselho aqui do “velhote”, vocês também deviam ir. Não é que eu receba alguma comissão por divulgar o evento, nada disso; vocês, meus trastes, é que ganhavam créditos que vos podem vir a fazer falta num futuro próximo. Este e este ao menos têm desculpa para não aparecerem; vocês não.
(E depois digam que eu não me preocupo)
If This Ain’t Love (Don´t Know What Is) – Nicole Willis & The Soul Investigators
O telefone tocou. Era o Pedro. “Eh pá, vamos ter de adiar! Não vale a pena vires até cá hoje à tarde… E o pior é que nem eu consigo ir aí a tua casa!”, “O que é que se passa?!?”, perguntei eu já a pensar no pior; “É a romaria (palavrão começado por éfe e terminado em se)!”. “Romaria?! Qual romaria meu?”, “Veio tudo ver o prédio da explosão; está um engarrafamento com mais de 4 quilómetros em tudo o que é cruzamento para o Intermarché! (palavrão começado por co seguido de um “da mãe”)! Não consigo sair por lado nenhum! Só se vier aqui o Manuel Damásio buscar-me de helicóptero…”
(O prazer mórbido que nos dá a desgraça dos outros)
O Expresso avança hoje com a notícia que o presidente da Confederação do Comércio Português, José António Silva, decorria a greve do lixo, telefonou ao secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva a propor-lhe uma acção conjunta “contra o aumento do desemprego, incluindo um eventual apoio a uma greve geral”; por miúdos: os patrões querem fazer greve ao lado dos empregados.
Se Marx fosse vivo e residisse em Portugal, também não ficava admirado; não é isso que despertou a minha atenção na notícia.
O que eu achei interessante, isso sim, foi a reacção de João Proença, o da outra central, aquele que dá a cara pela UGT: “Fico muito surpreendido com uma ideia dessas, que me parece mais ditada por interesses partidários” (…), “Isso de uma confederação patronal apoiar uma greve geral é um bocado surrealista”. À parte aquela parte do “ditada por interesses partidários”, pois quem assistiu a fundação a UGT sabe perfeitamente que os partidos políticos não tiveram nada a ver com o assunto…, acho que João Proença ficou tramado; no sentido de danado, raivoso, chumbado – com éfe grande.
Então andamos para aqui nós (UGT, entenda-se) há uma quantidade de anos a fazer fretes aos patrões; a assinar concertações sociais; a dar améns às políticas governamentais com brindes de vinho do Porto em directo e ao vivo; a fazer passar a imagem de que somos muito compenetrados e responsáveis; nada como os do reviralho, os comunas da CGTP; e agora a paga que nos dão é isto?! Irem falar com os outros?!
(*) Expressão utilizada em Setúbal quando alguém é desconsiderado.
“É certo que vai (Hugo Chávez) fazer plebiscitar uma emenda constitucional que lhe permitirá fazer-se reeleger e perpetuar indefinidamente no poder – coisa que não é bonita, mesmo se plebiscitada, mas que tantos outros fazem, sem necessidade de emendas constitucionais: veja-se Alberto João Jardim na Madeira ou Jardim Gonçalves no BCP.”
O "covil" alternativo ainda em actividade, mais antigo de Portugal, com excepção talvez do 31 no Porto, faz amanhã 17 anos. Eu, e os suspeitos do costume, vamos lá estar a partir a meia-noite e meia, mais coisa menos coisa, a dar música ao povo.
EE UU advierte en los DVD que los contenidos son sólo para adultos
(…)
Los vídeos acaban de editarse en Estados Unidos con una advertencia: ?El contenido es para mayores y podría no ser apto para los niños de preescolar de hoy?.
(…)
En el primer episodio de Barrio Sésamo, que se emitió en noviembre de 1969, una niña se hacía amiga de un desconocido que la invitaba a su casa a comer leche con galletas, algo que, ante los continuos casos de pederastia, hoy sería inconcebible. También hay una escena en la que Epi le pide a Blas que le pase el jabón mientras está en la ducha. Hace ya tiempo que saltó la polémica sobre si los dos muñecos que vivían en un bajo algo cutre eran una pareja gay y por lo tanto peligrosos para los niños.”
Os Estados Unidos ficam lá muito longe; “N’América” como na canção dos Xutos (pelo menos para mim), mas a Polónia é membro de pleno direito da União Europeia, e a Turquia é candidata. E lá “vamos cantando e rindo”, também como na canção.
Como escreveu o Teófilo a propósito da corrente “Com’eravamo, i giochi prima della PlayStation”, o post do Pedro Rolo Duarte, e o livro do Batista-Bastos; estas coisas parecem que estão todas ligadas. Agora até o prazer de ser puto tiramos aos putos?!