"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
«Cândida Almeida prevê “a possibilidade exponencial do aumento do crime, nomeadamente do crime mais complexo, do organizado, do que tem uma dimensão internacional.” Da mesma forma que, acredita, as polícias internacionais “deixarão de partilhar informações de crimes internacionais com as polícias portuguesas, uma vez que aqui há acesso aos processos.”»
Cândida de Almeida, Procuradora-geral adjunta e directora do DCIAP no Correio da Manhã. (Ler mais aqui)
Li os outros jornais, vi os telejornais, andei pelos blogues, e continua tudo na “Paz do Senhor”. Népias. Népias, não; há quem se preocupe em discutir se os juízes são ou não funcionários públicos. Prioridades…
Vou repescar uma fase roubada n’O Jumento a propósito de outro tema, outro post:
“Por este andar Portugal ainda se transforma num protectorado da Sicília e todos vamos achar isso muito normal, porque em Portugal é tudo normal.”
“Não há dinheiro, não há palhaço” é um ditado muito antigo. Como não há dinheiro, alguns museus viram-se na contingência de fechar alas por falta de verba para pagar aos vigilantes. Reacção pronta da ministra da Cultura: A culpa é do Instituto dos Museus e da Conservação!
Não entrando pelo ridículo que é alguém, para o caso uma ministra, passar as culpas de uma determinada situação para um organismo que depende directamente da sua tutela; vejamos a coisa por outro prisma:
# Não há dinheiro, a menos que seja para fazer negócios com a Fundação Berardo.
Não gosto muito – não gosto nada – de misturar estas coisas; até porque são áreas diferentes, diferentes ministérios, mas a experiência diz-me que mais tarde ou mais cedo a situação será extensível a outros ministérios e departamentos do Governo:
E também pode parecer completamente descabido e que não tem nada a ver com nada mas leio hoje na P2 do Público sobre Micas, a herdeira de Salazar e do livro que acaba de lançar: “ (…) que incutia o espírito da “poupança” em casa (a governanta fazia saias com o tecido das velhas calças do então Presidente do Conselho e aproveitava os antigos roupões para fazer vestidos para a criança); que ordenou à criada para fechar a sete chaves todos os pertences do Palácio de São Bento (“entendia que aquilo era do Estado, não devia utilizar-se”); que Maria era “uma pessoa austera” e implacável com as criadas, recrutadas em orfanatos da província (transformou os jardins de São Bento num aviário cuja produção até dava para fornecer as despensas de alguns hotéis de Lisboa)”
Não digo para Isabel Pires de Lima aproveitar as calças velhas de Sócrates para fazer umas saias; nem tão pouco para Sócrates fazer “criação” em São Bento que dê para dispensar ao Ritz, nem que vista os seus filhos com restos de tecido de roupão, nem tão pouco que vá recrutar criadagem à Casa Pia… Já quanto ao: (“entendia que aquilo era do Estado, não devia utilizar-se” lembrei-me de Paulo Portas, vá-se lá saber porquê?.. Mas é por causa destas e de outras como estas que depois anda por aí tudo de boca aberta por Velho Botas ter ganho o concurso…