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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Halloween

por josé simões, em 31.10.07

É para logo à noite. Uma americanice; assim ao jeito de um carnaval fora de horas...

 

Foto roubada ao Boston Globe

 

 

Verticalidade

por josé simões, em 31.10.07

Vi ontem no telejornal da RTP1, uma senhora apresentada como "a protegida de Salazar" dizer que afinal estamos todos enganados acerca da personalidade do ditador de Santa Comba. Ele não era má pessoa. Tinha um grande coração e grande humanidade, que os outros, os que o rodeavam, esses sim é que eram os maus; e outras coisas do género. Fiquei sem vontade de jantar.

 

“Também lhe poderia chamar passado e presente, antiguidade e modernidade, etc... O facto é que as chaminés das antigas industrias conserveiras de Setúbal ainda se mantêm de pé, como que teimando com o tempo”. Nem de propósito Mário!

Outros blogues

por josé simões, em 31.10.07
As Galáxias da Blogosfera, por Joana Lopes no Entre as Brumas da Memória:
 
“Mas, mais do que um café do fim do século XIX, a blogosfera lembra-me o Google Space. Cheio de astros isolados que ganham forma quando nos aproximamos, de constelações mais ou menos difusas que reconhecemos ou não, de manchas sem formas bem definidas que se mostram e se escondem.

Quem é só leitor e não também «dono» de blogues (o que era o meu caso até há meia dúzia de meses) não se apercebe da subtil complexidade das galáxias em que pairam e se movimentam autores, textos, fotografias, comentários, mails, links e sitemeters.”
 
(Continuar a ler aqui)
 

Rankings; esquerda / direita e falsas questões

por josé simões, em 31.10.07

 

E de cada vez que o ranking é publicado volta a polémica e a discussão sobre os defeitos e as virtudes; escola pública vs. escola privada. Isto dura uma semana, no máximo duas e depois tudo volta à normalidade. Até para o ano.
 
A minha escola, que é agora a escola da minha filha; uma escola pública, ficou em 23.º lugar no famigerado ranking, (Link aqui), e fazendo um exercício de “sociologia de bolso” igual ao efectuado por Rui Tavares (aqui) para tentar seguir o rasto do pessoal daquela época, constato que, e logo à cabeça, encontro um treinador de futebol considerado “” como o melhor do mundo, um actor do Teatro Nacional D. Maria II, um director de um jornal diário, por sinal o de maior tiragem nacional, actores de várias companhias e que não passa um dia que não tenha que gramar com eles em telenovelas e anúncios de cada vez que ligo a televisão, um encenador, mais uma repórter de uma televisão privada, e um sem fim de outros anónimos, mas não menos importantes, que vão desde professores, passando por engenheiros mesmo engenheiros, a gestores de empresas privadas.
 
Não é por aí que vamos lá. Ainda para mais se a este exercício somarmos outro, que Paulo Portas classifica como o complexo da esquerda “entretendo-se demasiado a perceber” contextos sociais e responsabilidades do Estado, e quisermos contextualizar Setúbal nos finais da década de 70 princípios de 80 do século passado, com greves, encerramentos de empresas, desemprego, fome, mais bandeiras negras na cidade “vermelha”, o bispo D. Manuel Martins e o diabo a sete.
 
Neste “Pingue-Pongue” que diariamente Rui Tavares mantém na última página do Público com Helena Matos, escreve esta no passado dia 29: “Em que escola estavas quando foi o 25 de Abril? Em que escola estão os teus filhos? À célebre pergunta “Onde é que estavas no 25 de Abril?” é imperioso que se juntem agora estas duas interrogações. Experimente-se por exemplo fazer estas perguntas aos ministros, deputados, autarcas, assessores, artistas, professores… e descobrir-se-á que a maior parte deles frequentou o ensino público, mas optou pelo ensino privado na hora de inscrever os seus filhos e netos na escola. Não porque os seus filhos sejam mais ou menos inteligentes, mas simplesmente porque têm medo que a falta de exigência embruteça.”
 
Vamos então apontar e com justiça o dedo à esquerda e à febre do PREC, mais a luta de classes e a pulsão igualitária, e uma tentativa de tudo nivelar (e por baixo!) a começar pelo ensino. Acaba-se com a divisão entre Liceus e Escolas Comerciais e Industriais com a invenção do ensino unificado. Agora todos podiam ser doutores e engenheiros e foi o que se viu e o que se vê, tenta-se agora corrigir com os cursos de formação profissional; do mal, o menos. Mas a direita não fica isenta de culpas no cartório. É que não sei se já repararam quem esteve maioritariamente no poder desde a revolução de Abril até hoje… foi exactamente a mesma direita que agora grita e esbraceja e nada fez para alterar o rumo das coisas enquanto foi poder. Por aqui ficamos conversados.
 
(E até podia ter aqui uma tirada à Álvaro Cunhal, e dizer que foi assim porque lhe convinha, de forma a desacreditar o ensino público na opinião pública e abrir caminho aos privados).
 
Neste “Pingue-Pongueescola pública / escola privada, não só entre Rui Tavares e Helena Matos, mas alargado à generalidade da sociedade, com escolha das escolas pelas famílias, mais o cheque-educação e subvenções estatais a escolas privadas e sei lá que mais, recorro outra vez a Helena Matos no “Pingue-Pongue” de hoje: “Não sei como (…) se explicará que, uma vez na faculdade, as mesmas famílias optem sempre que possível pelo ensino público (…)”.
 
Ora aí está; o dedo na ferida! Pela mesma razão que a Faculdade de Direito não dá Medicina e vice-versa, nem existem cursos de Arquitectura no Técnico. A isto chama-se especialização. Houve uma altura, e foi o meu caso, em que quem queria seguir a Área Jornalismo tinha uma única hipótese em Setúbalo Liceu, independentemente de residir ou não na área da escola. Mas desconfio que não seja esta a ideia de Helena Matos. Assim como também desconfio da esquerda que embarca e vai a reboque da agenda da direita para a educação, e desata a discutir falsas questões como o são o direito das famílias a escolher as escolas. Depois queixem-se de como que por artes mágicas sejam as escolas a escolher as famílias. Estou mesmo a ver quem, aqui em Setúbal, iria a correr matricular os seus filhos na escola do Bairro da Bela Vista
 
(Foto de Paul Preece para o Guardian)
 

Influências (VI)

por josé simões, em 30.10.07

Blank Generation - Richard Hell & The Voidoids

Um gesto de perdão

por josé simões, em 29.10.07

 

O Vaticano beatificou ontem 498 mártires das perseguições à Igreja durante a Guerra Civil espanhola. “Que as suas palavras e os seus gestos de perdão para com os seus executores nos levem a trabalhar incansavelmente para a misericórdia, a reconciliação e a coexistência pacífica”, disse Bento XVI lá do alto da varanda na Praça de S. Pedro.
 
Um digno gesto de perdão era, o Vaticano, já não digo beatificar, mas no mínimo considerar mártires pela Igreja, todas as vítimas das perseguições movidas pela própria Igreja ao longo dos séculos. Esse sim verdadeiros mártires, que pelo seu sacrifício em nome de um Deus nos altares da ignorância, intolerância e fundamentalismo, na maioria dos casos só por serem diferentes, contribuíram ainda que indirectamente para a decisiva implantação da Igreja católica no Velho Continente.
 
(Foto roubada no Guardian)
 

 

Um sítio onde se pode respirar

por josé simões, em 29.10.07

 

Ontem vi uma Senhora com a provecta idade de 60 anos, e que não fora os cabelos brancos diria que tinha para aí 17 ou 18, pela forma como se mexeu em palco, dizer para uma plateia do Coliseu dos Recreios que tinha ficado “agradavelmente surpreendida” com a cidade de Lisboa. A agradável surpresa, e segundo Patti Smith, deveu-se ao facto de ter vindo com alguns dias de antecedência para poder “desfrutar da cidade” e ter encontrado uma metrópole onde “ainda se pode respirar”. Este “respirar”, ao contrário do que se possa pensar, não tem nada a ver com a poluição atmosférica ou com o aquecimento global; respira-se porque continuamos a ser um país que escapa “à ditadura das corporações como a Starbucks e outras” (sic); onde ainda é possível beber um cafezinho, no café e a sabe a café. Coisas simples da vida...
 
Até quando?! Vim eu a interrogar-me no regresso a casa.
 

Fim-de-semana

por josé simões, em 28.10.07

 

Este fim-de-semana foi assim.

Joaquim Costa - Canta Rock and Roll

(Vinyl 7")

Rise Up!

por josé simões, em 28.10.07

 

 

“My generation. We had dreams, man… And we fucking created George Bush! New generations, rise up. Rise up! Take the streets. Make the change. The world is yours, change it!”
 
Vemo-nos logo à noite no Coliseu.
 

 

 

30 anos é uma vida

por josé simões, em 28.10.07

 

Passam hoje 30 anos sobre o lançamento da “bomba atómica” que dá pelo nome de Never Mind The Bollocks Here’s The Sex Pistols, e que ao mesmo tempo assinala o dia em que o Punk morreu, dando origem a uma miríade de tribos, subgéneros e outros derivados. Aliás só podia ser desta maneira, num movimento que trazia gravado no seu ADN o que o futuro lhe reservava: No Futur! era então o lema e a palavra de ordem. No Futur! para o Punk, numa atracão suicida pelo abismo mas necessária para pôr cobro ao marasmo em que o Rock n’ Roll havia caído por via de bandas como os Genesis, Yes, Van deer Graft Generation ou King Crimson, que lhe haviam retirado toda a energia e rebeldia, e o tinham levado pelos caminhos do sinfónico até aos limites do insuportável. No Futur! a máxima personificada na vida e na morte de Sid Vicious, para a posteridade como o ícone do movimento; too fast too live too young too die. Nesta fúria avassaladora os Pistols não eram os porta-vozes da destruição, eram a própria destruição encarnada em forma de banda; o papel de ideólogos, a consciência política estava reservado para outros, os The Clash. O puto John Simon Ritchie-Beverly, filho de uma hippie, e que havia sido repescado para a banda já com o comboio do Punk em andamento, acaba por simbolicamente personificar Orestes na tragédia grega: o Punk, descendente directo do movimento Hippie, e cuja praxis levou à destruição da aberração musical em que o flower power se tinha transformado.
 
Ao contrário dos desgraçados da chamada geração de 60, que respondem pelo nome de hippies e que constantemente bradam aos ventos que “no nosso tempo é que era bom!”, nós, os do Punk não dizemos que "naquele tempo é que era". Eu andei por lá e digo, naquele tempo foi o que foi. Foi bom? Com certeza que foi. Foi curto e bom, mas não vamos ficar até ao fim das nossas vidas a chorar pelos bons velhos tempos. Antes pelo contrário, neste momento, e pelo caminho que as coisas levam, já vai fazendo falta uma outra bomba atómica. Aqui há uns anos tivemos umas ameaças com o grunge, mas não passaram disso mesmo, ameaças. O que me dói, o meu quase desespero, é não conseguir ver actualmente, mesmo que em gestação, nada minimamente semelhante e que possa vir a produzir resultados idênticos aos de 77. Vai ser preciso esperar muito mais?
 
Post-Scriptum: Por uma daquelas coincidências da vida, hoje 30 anos após o lançamento de Never Mind The Bollocks, e dois antes de escrever este post, tive um jantar de amigos, daqueles que já não vemos "aos anos!", assim ao jeito de Os Amigos de Alex, aqueles amigos que como já aqui havia referido, e que, apesar de serem da minha geração, à época andavam pelo sinfónico e me faziam a cabeça em água. Trinta anos passados e eles por lá continuam, pelo sinfónico, e eu, que já não ando por lá, pelo Punk, nem de longe nem de perto, e que depois disso já passei por tantas! O gozo que este jantar me deu!
 
(Na foto abaixo, poster que acompanhava a primeira edição do disco)
 

 

 

Outros blogues

por josé simões, em 28.10.07
O Clube por JPG no Apdeites
 
"A Internet é um espaço de liberdade ou um tugúrio de libertinagem? Os blogs democratizaram a difusão da informação ou apenas servem para lançar a confusão? Deverão os bloggers ser responsabilizados por todos os conteúdos que publicam, incluindo os comentários de terceiros que permitem nos seus blogs?
 
Estas são três questões na ordem-do-dia, que dizem respeito a todos nós e de cujas respostas depende a sobrevivência deste meio de comunicação. No entanto, essas três questões poderiam facilmente ser condensadas em apenas uma, fundamental, radical e definitiva: a blogosfera tem futuro?
 
A resposta, infelizmente curta, é: não!" (Ler mais aqui)
 

Gloria! (Um aperitivo para amanhã)

por josé simões, em 27.10.07

Esta Senhora - com S grande - toca amanhã à noite no Coliseu de Lisboa.

Gloria - Patti Smith

 

Olha se a moda pega...

por josé simões, em 27.10.07

 

Beduíno paga 46 camelos por lançar piropos
 
Um tribunal beduíno condenou um homem a pagar 46 camelos, na comutação de uma pena que previa também que lhe seja cortada a língua, por ter lançado um piropo a uma mulher de uma outra tribo” (Aqui)
 
Foto roubada no La Repubblica. Desfile de Pierre Cardin no deserto. Mais fotos do desfile aqui.
 

Contagem decrescente (IV)

por josé simões, em 27.10.07

 

Porque hoje é sábado

por josé simões, em 27.10.07

 

L' Accordeoniste, Rue Mouffetard, Paris - 1951

Robert Doisneau

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