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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Pequim 2008

por josé simões, em 31.07.07

 

Saiba mais aqui.

 

Apoie a petição internacional ds Repórteres Sem Fronteiras:

«Apoye la campaña internacional firmando esta petición, que será enviada a Liu Qi, presidente del Comité organizador de los JJOO 2008 y jefe del Partido Comunista Chino en Pekín.»

 

A estátua que não se faz

por josé simões, em 31.07.07

 No número de Agosto da revista Atlântico, há um artigo que me merece especial atenção. Couve de Bruxelas, assinado por Henrique Burnay (HB). Reza assim:

 

A Estátua Que Não Se Faz

«Os americanos fizeram uma estátua às vítimas do totalitarismo comunista, mas é pouco provável que os europeus de Bruxelas também fizessem uma. Os dois lados da ‘Europa’ têm memórias diferentes. O problema é que se não se entendem quanto a quem eram os maus, como é que vão concordar sobre quem são os bons?»

 

O problema, caro HB, não reside em os europeus não se entenderem. O problema está na eterna perspectiva norte-americana em dividir o mundo entre “bons” e “maus”. O problema está na rapidez com que os norte-americanos, partindo da visão maniqueísta que têm do mundo, erguerem estátuas. E também as derrubarem.

 

«Tune Kelam, eurodeputado e um importante político estónio, foi à inauguração do memorial destinado a homenagear as cem milhões de vítimas do comunismo, erguido em Washington (…)» escreve HB; muito bem, fosse o monumento aqui mais perto e eu também iria, sem sombra de dúvida. Mas o problema é muito maior que isso. Lestos a homenagear as «vítimas do totalitarismo comunista», que passou ao largo dos EUA, os americanos esquecem-se de homenagear, por exemplo, as vítimas do McCartismo surgido como resposta histérica da “inteligentia” americana ao comunismo; e que não foram tão poucas como isso. Partindo do princípio que vítima não é só aquele que perde a vida. Mas se for só aquele que perde a vida, esquecem-se, por exemplo, de homenagear as vítimas das ditaduras militares na América Latina, inventadas e apoiadas pelos EU, também como reacção ao perigo comunista.

O problema, visto daqui, deste lado da Europa, é que os EU têm problemas em lidar com a sua história recente, e, absolutamente nenhuns quando se trata da história que fica para além dos limites geográficos das suas fronteiras, e principalmente da Europa. Daquela Europa que foi “ganha” para o “lado de cá” pela Guerra-Fria e pelo colapso económico dos comunismos.

 

Quando HB escreve «mas é pouco provável que os europeus de Bruxelas também fizessem uma» traz-me à memória uma célebre entrevista da Rolling Stone ao músico norte-americano Frank Zappa, em que ele dizia não compreender porque é que os europeus falam diversas línguas e têm diversos governos. «É pouco provável que os europeus de Bruxelas também fizessem uma», mas não é de todo improvável nem impossível que os europeus de Tallin ou de Varsóvia, por exemplo, venham a fazer a sua. E não será por isso que deixaremos de ser mais ou menos Europa; que o projecto europeu se deixará de concretizar. Esta é a riqueza do Velho Continente, e dá pelo nome de diversidade histórica e cultural. Não perceber isto é fazer figura de Frank Zappa, que, com este célebre comentário, definiu o pensamento do americano médio. E fazer figura de Frank Zappa, por razões que não ligadas à música, é fazer uma triste figura.  

 

É fácil erguer estátuas. Ainda mais fácil é derrubá-las. Recordo-me de ver em directo na TV os milhares de alemães, armados de escopros, martelos e picaretas, que participaram no derrube do Muro de Berlim, essa estátua à Guerra-Fria. Da sua genuína alegria. Da sua esperança num mundo novo.

Recordo-me de ver, também em directo pela TV, uma praça de Bagdad. Três dúzias de soldados americanos, armados… com armas. Derrubavam a estátua do ditador sanguinário Saddam. Eram acompanhados na operação por meia dúzia de timidos iraquianos.

Anos 60

por josé simões, em 31.07.07

Mais uma das minhas bandas preferidas dos anos 60 (o que quer que isso signifique).

 

"All Day and All of the Night" - The Kinks
(Hoje quando ouço White Stripes surge-me sempre a imagem dos Kinks )

In Memoriam

por josé simões, em 30.07.07

 

Ingmar Bergman

1918 - 2007

 

Tomei conhecimento de Igmar Bergman e da sua obra por volta de 1980, frequentava eu o Liceu de Setúbal, aluno da área de Estudos Humanísticos na vertente Jornalismo / Turismo. Em finais dos anos 70 e até meados dos anos 80, haviam em Setúbal, nos claustros do Convento de Jesus, os famosos e não menos saudosos festivais de teatro e de cinema, a maior parte deles "festivais temáticos". Em 1980 coube a vez a Ingmar Bergman. Uma vez que os festivais decorriam à noite, o sotôr Marcelino, nosso prof de Psicologia, mexeu os cordelinhos e conseguiu que houvessem projecções especiais diurnas, dentro de uma sala do convento, de modo a coincidir com o horário da disciplina. Todos os dias, durante duas semanas, assistimos à projecção de um filme. Foi uma barrigada de Bergman! Fiquei traumatizado; só muitos anos passados consegui entrar outra vez numa sala de cinema para visionar um filme do Mestre.

 

Salvou-se uma coisa: foi por causa do ciclo de cinema dedicado a Bergman que aprendi a gostar de ópera - especialmente de Mozart -, após ter visto a sua versão da Flauta Mágica.

 

2600 novos empregos

por josé simões, em 30.07.07

 Toda a universidade que se preze, principalmente as privadas que floresceram como cogumelos nos pinhais de Alcácer do Sal, tem o seu cursito de Direito. Tudo o que é candidato a universitário, e que não teve cabimento pela média das notas na universidade do Estado, vai “tirarDireito numa privada. Fale-se com alguém na casa dos 30 anos, ou dos trinta para cima, que resolveu voltar à escola, e Direito é o curso escolhido. Carvalho da Silva deve ser a excepção. Resultado: estamos em vias de nos transformar de um Estado de Direito, num Estado de formados em Direito.

É à luz deste fenómeno – dos formados em Direito – que deve ser vista a aparentemente “boa-ideia” da Ordem dos Advogados, em colocar um dos seus, 24 horas por dia nas esquadras. Sempre são mais cerca de 2600 novos postos de trabalho.

 

Leia-se o que vem hoje no SMS, aquela secção do Diário de Notícias em que os leitores enviam mensagens por telemóvel. Assinada por José Augusto Simões de Oeiras:

 

«Além de um advogado em cada esquadra, vamos colocar um licenciado em Finanças em cada repartição de Finanças, para defesa dos contribuintes. Desta forma ajudaremos a acabar com o desemprego de jovens licenciados sem saída profissional. À custa do contribuinte, claro.»

 

Gostava de ter sido eu a escrever isto.

 

O Grande Líder

por josé simões, em 30.07.07

O nosso Grande Líder (Marques Mendes says).

Um bocado desbocado, mas ainda assim Grande.

Mas que não desanimem os indefectíveis;  quando este se for embora há outros em stand by.

Um milhão de euros

por josé simões, em 30.07.07

Mais importante que o milhão de euros em indemnizações a pagar pelo Estado – por decisão do Supremo Tribunal Administrativo – aos 18 directores dos centros distritais do Instituto de Solidariedade e Segurança Social demitidos pelo ministro Bagão Félix; mais importante que ficarmos a saber que o Estado não vai recorrer da decisão; era sabermos que medidas foram, estão, ou vão ser tomadas para evitar que casos como este se tornem a repetir. Vai ficar escrito, preto no branco, que é de trabalho temporário que se trata; até novas eleições? Ou vai-se apostar definitivamente na criação de uma Administração Pública profissional, de carreira, imune aos ciclos eleitorais, à imagem do que acontece por exemplo em Inglaterra?

 

Cargos efémeros como estes – de nomeação política, dependentes dos ciclos eleitorais – devem ter cláusulas de rescisão milionárias? Se quem nomeou, quando perde as eleições se vai pura e simplesmente embora, sem receber indemnização, porque razão quem por ele nomeado têm tratamento de excepção?

 

As nomeações foram efectuadas era então primeiro-ministro António Guterres, célebre pela frase “No Jobs For The Boys”; à excepção de pelo menos estes 18, claro. Calhou por um acaso do destino que as indemnizações sejam pagas por um Governo da mesma cor politica; do mesmo partido. Um eufemismo está bem de ver; porque quem as paga somos todos nós, independentemente do partido que esteja no Governo.

 

Uma dúvida ficara sempre por esclarecer: se as indemnizações a pagar fossem referentes a nomeações efectuadas por Durão Barroso ou Santana Lopes, o Estado por interposta pessoa – este ministro –, resignava-se ao pagamento?

Fim-de-semana

por josé simões, em 29.07.07

 

Este fim-de-semana foi assim.

"Yardbird" - Charlie Parker

(Vinyl 7" - edição Made in USA)

Dito

por josé simões, em 29.07.07

"Não sou má pessoa. Trabalho no duro, amo os meus filhos... porque é que devo gastar metade do meu domingo a ouvir sermões sobre o modo como vou acabar no Inferno?"

Homer Simpson, sobre ir à missa ao domingo de manhã.

Pirataria e Terrorismo (II)

por josé simões, em 29.07.07

Nesta altura do ano em Espanha, desde Cádiz até Barcelona, em tudo o que é cidade, aldeia, vila ou lugarejo que tenha um mínimo de afluxo turístico, é impossível não encontrarmos dezenas de magrebinos, todos ilegais, que se dedicam à venda de cd's e dvd's piratas. É o seu único meio de subsistência, e o preço de cada, oscila entre os 2 e os 5 euros, dependendo da capacidade negocial do comprador. Tenho alguns no carro. Que estes desenraizados, que estes deserdados, sejam presa fácil - contingente de recrutamento - nas malhas do terrorismo jihadista , essa é uma outra questão...

 

Vem isto a propósito das declarações de Eduardo Simões, director-geral da Associação Fonográfica Portuguesa (AFP), e já comentadas aqui.

 

Uma pergunta para o sôr Eduardo: E se no carro dos terrorista do 11 de Março tivessem sido encontradas caixas de Aspirinas? Ou maços de Marlboro?

As cinco últimas leituras

por josé simões, em 29.07.07

Respondendo ao desafio que foi colocado pela Maria Elisa do blogue Página dos Concursos, aqui ficam as minhas últimas 5 leituras, não necessáriamente por esta ordem; algumas até em simultâneo:

As Origens do Totalitarismo

Hannah Arendt

Dom Quixote

 

Glamorama

Breat Easton Ellis

Teorema

 

Estaline - A Corte do Czar Vermelho

Simon Sebag Montefiore

Alêtheia

 

A Arte da Guerra

Mestre Sun

Frenesi

 

Apologético

Tertuliano

Alcalá

Passo agora a bola ao Eduardo, ao Mário, ao João Victor, à Ana, e ao Zé Nova.

Fogo de artifício

por josé simões, em 28.07.07

 

A manchete do dia era:

 «Custo do aborto na madeira ronda os 230 mil euros por ano - Um quarto do subsídio concedido ao Rali da Madeira seria suficiente»

Mas eu prefiro esta que vinha nas letras mais miudinhas:

«Representa ainda 96 segundos a menos nos oito minutos do espectáculo pirotécnico de fim-de-ano no Funchal, em que  Madeira "queima" 1, 2 milhões de euros

Provérbio do dia: "Dinheiro de ladrão não engorda cristão".

RTP Porto - televisão de qualidade

por josé simões, em 28.07.07

«A Comissão de Trabalhadores (CT) da RTP - Meios de Produção do Porto afirma-se preocupada com a perda de qualidade dos programas produzidos nas instalações da televisão pública no Norte devido à falta de pessoal qualificado.»

Público, hoje.

 

De entre os programas de qualidade produzidos pela RTP Porto, e segundo a Comissão de Trabalhadores (CT), consta o “excelente” Praça da Alegria, o “superiorPortugal no Coração, e o “admirávelJornal da Tarde, que, invariavelmente, noticia o país apenas da Área de Serviço de Antuã para cima, com o apresentador e os repórteres a trocarem os Bês pelos Vês, que, como é sabido, é assim que fala Portugal do Minho ao Allgarve. O “excepcional” Preço Certo, infelizmente é produzido em Lisboa. Ou queriam ter o exclusivo da qualidade em produção televisiva?

 

Agora a sério. Se com excesso de meios já é a miséria que é, imagine-se o que aí vem com a redução de meios!

Outros blogues

por josé simões, em 28.07.07

Será que estou a ver bem, uma jornalista da RTP a entrevistar o embaixador do Irão em Lisboa, com véu, vestida até à nuca de escuro e com luvas pretas? Em Lisboa? Uma coisa é vestir-se de forma recatada dadas as sensibilidades, outra é vestir como uma iraniana em Lisboa. Se no tempo dos taliban também houvesse uma embaixada do Afeganistão em Lisboa, iria a senhora jornalista de burka? O problema é que já não nos respeitamos a nós próprios.

 

José Pacheco Pereira no Abrupto

Porque hoje é sábado

por josé simões, em 28.07.07

 

A. J. Looking Over Ivy-Covered Wall

Harriman, NY, 1994

Foto de Rodney Smith

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