Mini-férias (London Calling)
Resolvi tirar umas mini-férias. Nos próximos dias vou andar por aqui.
Até para a semana!
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Resolvi tirar umas mini-férias. Nos próximos dias vou andar por aqui.
Até para a semana!
“Os franceses pararam para ver Sarkozy e Ségolène”
É o título da página 4 do Diário de Notícias de hoje, que “oferece” também a página 5 ao mesmo tema.
Os franceses pararam e pelos vistos também os portugueses. Melhor, as pseudo elites. Basta passar os olhos pela blogosfera nacional. “Eu voto Ségolène”, “Eu voto Sarkozy”; “Ségolène vai ganhar”, “Não, quem ganha é o Sarkozy”. Uma tristeza! Como se realmente alguém neste país estivesse suspenso das decisões eleitorais dos gauleses!
A Turquia, candidato ao Clube, atravessa uma crise política com origem num véu. Os militares a ameaçarem intervir – o que no Clube seria inadmissível. Uma discussão entre duas visões de Estado – centralizado e militarizado, ou, uma democracia pluralista que respeite as liberdades e direitos dos cidadãos, incluindo a liberdade religiosa; como na Europa. E nos blogues nacionais? Nada… Ou antes, conseguiram transformar a discussão entre religião e secularismo…
A Estónia, Estado soberano e membro de pleno direito da União Europeia – só para relembrar aqueles que andam esquecidos – sofre uma inadmissível pressão da Rússia por causa de uma estátua, perante a indiferença geral da União. E nos blogues nacionais? Népias…
A Polónia, também para relembrar, outro Estado soberano e membro de pleno direito da União, está em “pé-de-guerra” com a Rússia de há uns meses a esta parte, com embargos de carne pelo meio e o diabo a sete. E nos blogues nacionais? Mais do mesmo, ou seja, nicles… Ou melhor; que a Europa precisa da Rússia por causa da questão energética e tal-e-tal… Como se as necessidades não fossem recíprocas. A quem é que a Rússia vai vender gás e petróleo se “tratar mal” a União Europeia? À Tchetchenia? À Síria? Ao Iraque?
São alguns exemplos de acontecimentos na política internacional que passaram completamente ao lado, quando não ignorados, pelos blogues cá do sítio. No plano nacional a coisa não foi melhor. Vejamos alguns exemplos:
O Governo – laico, republicano, socialista e essas coisas todas – resolve criar uma nova categoria profissional. Alberto João Jardim apelidou-a de “queixinhas”. Eu prefiro um termo mais correcto e adequado – o Bufo. Aconselham-se os funcionários públicos a denunciar casos de corrupção. Aconselham-se os donos de bares e restaurantes a denunciar os fumadores, e, se não o fizerem, aconselham-se os clientes a denunciar os proprietários que não denunciem os fumadores. Confusos? Também o devem estar os blogues, porque ninguém fala / falou no caso… Talvez a seguir venha a denúncia de quem falar mal do primeiro-ministro ou do Governo… Depois ainda vão a tempo?
Na Câmara de Lisboa as trapalhadas sucedem-se. Marques Mendes resolve enfim pôr ordem na casa. Na blogosfera o que se discute? Se é ou não culpado. Deve ou não demitir-se. Arguido não é culpado. O muito obrigado por este último esclarecimento, mas, a essência da questão, mais uma vez e para não variar, passou ao lado.
E ela (a essência) é que Marques Mendes ao excluir candidatos ou titulares de cargos, arguidos, colocou a fasquia num plano muito elevado aos olhos da opinião pública e dos eleitores – demasiado elevado para os padrões de cumplicidades e compadrio da vida política nacional. Com isto “entalou” todos os partidos do leque parlamentar, principalmente o PS, que mais tarde ou mais cedo vai também receber o “menino mais a água do banho”.
Estes são alguns exemplos, e muitos mais haviam. Termino com uma repescagem de um post de José Pacheco Pereira no Abrupto na passada semana, onde faz o diagnóstico destes dias na blogosfera nacional. Irónico e certeiro:
“Novas formas de sociabilidade: encontros de blogues (em alta), amizades de blogues (em baixa), amiguismo nos blogues (em alta quanto aos livros), sedução nos blogues (em alta, mas sempre muito corny), rupturas nos blogues (em alta), casamentos e divórcios nos blogues (não é estatisticamente relevante porque já não se usa), filhos nos blogues (em alta), mortes nos blogues (poucas, mas lá chegará o tempo).
O ersatz da vida, motor dos reality shows na TV, floresce nos blogues.”
Ou como dizem os espanhóis: “No passa nada!”
Arbeit Macht Frei
O presidente do CDS/PP afirmou que «o trabalho liberta», recorrendo a um dos lemas nazis mais utilizados nos campos de concentração durante a II Grande Guerra.
Falando sobre o Dia do Trabalhador, na Madeira, Portas declarou: «para nós CDS/PP trata-se de um festejo que acarinhamos. Nós acreditamos no valor do trabalho. Nós acreditamos que o trabalho liberta».
«Nós acreditamos que o trabalho melhora a condição de vida das pessoas. Nós acreditamos que o trabalho é a forma das pessoas legitimamente subirem na vida», acrescentou.
Sol, edição on-line.
Declaração de interesses: Estou completamente de acordo com a posição tomada pelo presidente do Sindicato dos Jornalistas no que a seguir se dá conta, mas…
A notícia é que o presidente da Câmara de Almeirim resolveu instituir um prémio no valor de 250 euros a atribuir a jornalistas que escrevam um texto sobre as obras em curso, as que vão ser lançadas, e as que estão agendadas pela autarquia para o concelho.
Perante isto o presidente do Sindicato dos Jornalistas veio a terreiro insurgir-se contra o que considera uma “proposta desonesta, de violação das mais elementares regras da independência da imprensa face ao poder político”, qual virgem pudica ofendida nas suas virtudes.
Seria deveras interessante e esclarecedor saber, se não do sindicato, pelo menos do seu presidente, a posição face:
. 1 – O batalhão de jornalistas, oficial ou encapotadamente, a trabalharem como acessores de imprensa nos diversos ministérios.
. 2 – Os batalhões de jornalistas, oficial ou encapotadamente, a trabalharem como acessores de imprensa nas mais variadas empresas do sector público e privado.
. 3 – A imensa quantidade de jornalistas que a pretexto de acontecimentos de interesse público, e sob a capa de pretensas reportagens, fazem descaradamente o jogo de lobbyes poderosos, de empresas privadas, e do próprio Governo.
. 4 – A manifesta falta de qualidade dos jornalistas, com carteira profissional emitida pelo Sindicato, que pululam e abundam na imprensa regional – porque vai ser essa a categoria de jornalistas a candidatar-se ao prémio.
Esclarecidas estas questões, poderemos constatar que, afinal a virgem pudica não é virgem. No entanto vai “casar por igreja” e vestida de branco…
Ao menos que a indignação se deva ao “cachet” a pagar – 250 euros – ser demasiadamente baixo…
FEIRAS
- Feira de Velharias
Placa Central da Av. Luísa Todi – Setúbal, dia 5 de Maio
EXPOSIÇÕES
- Pintura de João Queiroz
Chiado 8 Arte Contemporânea – Lisboa, até 15 de Junho
DANÇA
- Blind Date
Bill T. Jones / Arnie Dance Company
Grande Auditório do C. C. de Belém – Lisboa, dias 4 e 5 de Maio às 21 h.
OPERA
- L’Italiana in Algeri de Gioachino Rossini
Direcção musical de Donato Renzetti; com: Kate Aldrich, Barbara Di Castri, Lorenzo Regazzo, John Osborn entre outros.
Teatro Nacional de S. Carlos – Lisboa, dias 2, 3, 4, 5 de Maio às 20 h.
TEATRO
- Férias Grandes com Salazar de Manuel Martinez Mediero
Encenação de José Carretas; co-produção do TNDM II e Teatro das Beiras
Teatro da Politécnica – Lisboa, até 13 de Maio às 21 h.
- Cabeça de Pregos Sem Cabeça a partir de Daniil Kahrms
Teatro O Bando – Vale de Barris – Palmela, até 3 de Junho às 21. 30 h.
MÚSICA
- Joanna Newsom
Aula Magna – Lisboa, dia 2 de Maio às 21 h.
- Metropolis pela Orchestrutopica
Pequeno Auditório do C. C. de Belém – Lisboa, dia 2 de Maio às 21 h.
- Russ Lossing
Cafetaria Quadrante ao C. C. de Belém – Lisboa, dia 3 de Maio às 22. 45 h
Entrada Livre
- História de Uma Cantadeira
Raquel Tavares
Teatro da Trindade – Lisboa, até 5 de Maio às 21. 30 h.
- Ute Lemper
Grande Auditório do C. C. de Belém – Lisboa, dia 6 de Maio às 21 h.
- Martial Solal & Dave Douglas
Grande Auditório da Culturgest – Lisboa, dia 8 de Maio às 21. 30 h
NOITE
- P0wer Up por Eduardo Martins
Baco – Setúbal, dia 3 de Maio a partir das 23 h.
- Noite Electrorgânica Syncho por Suky
ADN bar – Setúbal, dia 3 de Maio a partir da meia-noite e meia.
- Caveira, Ghost, Gaiser
Lux – Lisboa, dia 3 de Maio a partir da meia-noite
Montblanc, Tarragona, 1938
Robert Capa
«Porque é que está aqui?» pergunta a repórter. «... Eu sou porteira, e, foi graças a um grande homem - Marcello Caetano, que passámos a ter um salário e regalias sociais!»
Entrevista na Cidade Universitária a uma manifestante da CGTP / Intersindical, no telejornal da SIC Notícias das 14 horas.
(Sem comentários).
Apesar do seu egoísmo e rapacidade, embora pensem apenas nos seus próprios interesses, embora o único fim que se propõem alcançar a partir de milhares de empregados ao seu serviço seja a gratificação dos seus próprios desejos vãos e insaciáveis, os ricos partilham com os pobres o produto de todos os seus progressos. São guiados por uma mão invisível que os leva a fazer uma distribuição dos bens necessários à vida praticamente equivalente à que teria sido feita se a terra tivesse sido dividida por todos os seus habitantes em partes iguais, e assim, sem o pretenderem ou sem que o saibam, promover o interesse da sociedade, e proporcionar os meios para a multiplicação da espécie.
Adam Smith, in 'A Riqueza das Nações'
É muito estranho que apenas poucos homens compreendam que não estão irremediávelmente amarrados à engrenagem torturante de um trabalho monótono e que a maioria continue presa ao seu rodar só por não se aperceber que com esse trabalho não alcança plano mais elevado. Refiro-me, é claro, aos grandes homens de negócio, aos que têm já bons rendimentos e podiam, se quisessem, viver deles. Mas proceder assim parecer-lhes-ia vergonhoso, teriam a impressão de desertar do exército na presença do inimigo; contudo, se lhes perguntarem que causa pública servem com o seu labor, não sabem o que responder, mesmo depois de terem lido todas as banalidades contidas nos artigos que se escrevem sobre as virtudes duma vida dedicada ao trabalho.
Bertrand Russell, in "A Conquista da Felicidade"
Norman Rockell
Freedom of Speece - 1943