|| E o que é que diz a Câmara Municipal?
Uma boa causa porque há por lá “muita miudagem”, tudo boa gente que até nem quer dinheiro, “não é isso que nos [os] motiva”, e a mão-de-obra é por conta da casa, trabalho voluntário em horário pós-laboral e ao fim-de-semana, mais um mamarracho em tijolo de 4 e lusalite.
Uma ideia genial. Destruir um espaço verde, um jardim centenário no coração da cidade, a bem do associativismo e do bairrismo e da miudagem e da pesca desportiva e se calhar também das marchas populares, com eco nas páginas de um jornal que, em 2007, havia advogado a transformação do mesmo espaço, que "aliás […] acaba por não servir para nada", em parque de estacionamento.
Talvez não fosse de todo mal pensado ceder um bocado da Praça do Bocage, que aliás acaba por não servir para nada, só lá está a Câmara Municipal, ao Clube de Amadores de Pesca de Setúbal que é mesmo ali ao lado, para construção de tanques e aquários onde a miudagem podia aprender a desarrochar chumbadas e a empatar anzóis, ou metade do Parque do Bonfim, que também não serve para nada, só lá há árvores e relva, ao Clube Desportivo Os Pelezinhos, também ali a dois passos, para formação de futuros Edsons Arantes do Nascimento e Cristianos Rónáldos [lê-se com dois acentos na televisão] e Lionéis Messis e assim, já que em Setúbal o mundo parece girar à volta de uma bola, de dar banho à minhoca, marchar na Luísa Todi nos santos populares, e o património comum é coisa que só 'estrova'. Apá sóce…