|| Jornalismo “de referência”
Depois dos talibans que quiseram tapar a pintura de Lucas Cranach com um hijab e dos polícias de Braga que apreenderam os livros que continham uma reprodução de A Origem do Mundo de Gustave Courbet, o Expresso adere à moda idiota amAricana de desfocar às mamas as mulheres.
A professora de Mirandela não é uma obra-prima de um mestre da pintura europeia, na melhor das hipóteses uma obra-prima da natureza, assinada a “duas mãos”, mas o que está por detrás das proibições e das desfocagens não é a obra-prima do mestre nem sequer a prima do mestre-de-obras, é a ideia do nu, o pecado da nudez associado à lasciva. Tudo muito religioso.
Jornalismo “de referência” e responsável; gabam-se eles. Muito responsável. Daquela responsabilidade salazarenta do “respeitinho é muito bonito”, do tempo em que as mulheres casavam aos 17 anos para toda a vida, tinham 8, 10, 12 filhos como as cadelas, e que aos oitentas/ noventas já no leito da morte diziam cheias de orgulho “o meu marido nunca me viu nua”.
(Primeiro no Twitter)