||| Um país de sósias
Os jornalistas são os primeiros a chegar às praças e às avenidas, desertas, para onde estão marcadas as concentrações da coligação. Depois chegam os líderes e os cabeças de lista da coligação pelo distrito e com eles chega uma multidão, instantânea como a sopa dos pacotes, e que faz barulho, muito, e que grita "Portugal! Portugal!" e que atira o líder ao ar e que leva o líder em ombros. Estranhamente todos extremamente parecidos com os que na véspera, instantaneamente, chegaram a outra praça e a outra avenida a dezenas e a centenas de quilómetros dali e que também fizeram barulho, muito, e que também gritaram “Portugal! Portugal!” e que também atiraram o líder ao ar e que também levaram o líder em ombros. E depois vão todos embora, instantaneamente como chegaram, e amanhã é outro dia e é outra vez do mesmo e ficam só os jornalistas como quando chegaram.
Um país de sósias como nunca visto. E sempre todos homens, como na televisão quando a "rua árabe" sai à rua a gritar "morte aos amaricanos!".
E um país de jornalistas sósias porque cúmplices destas chico-espertices da agit-prop.
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