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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Carnaval PS, de geometria variável

por josé simões, em 22.02.19

 

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As escolas estão fechadas para férias; as câmaras municipais, mesmo aquelas onde comemorar o Carnaval não é tradição, dão tolerância de ponto aos empregados; a Autoeuropa dá dispensa, assim como todo o tecido empresarial do distrito de Setúbal, da Visteon à Lisnave, passando pela Navigator [antiga Portucel], Inapa, Secil, etc. ; há empresas onde a terça-feira de Carnaval é considerada dia feriado em contrato colectivo de trabalho [trabalhadores dos transportes rodoviários, por exemplo], mas se há coisa que nunca falha é o Carnaval calhar todos os anos numa terça-feira e todos os anos o PS votar ao lado da direita contra a terça-feira de Carnaval passar a ser feriado.

 

O primeiro-ministro, António Costa, assinou um despacho que concede tolerância de ponto na terça-feira de Carnaval, dia 05 de Março, aos trabalhadores em funções públicas nos serviços da administração directa do Estado e nos institutos públicos.

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

Verdade alternativa

por josé simões, em 27.04.17

 

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O aspecto mais curioso, chamemos-lhe assim, do argumentário justificativo da tolerância de ponto dada aos funcionários públicos aquando da visita de Francisco, Papa, a Fátima, ou à cova Deiria, como dizem as televisões, argumentário comum ao Governo, aos partidos da 'Geringonça' e à direita radical beata, uma verdadeira 'união nacional', prende-se com o facto de "muitos portugueses manifestarem interesse em se deslocarem ao santuário", por coincidência, e só por coincidência, todos funcionários públicos, que no Estado laico o sector privado não tem tempo para terços nem se governa com Pais-Nossos e Avé-Marias.

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

Caladinhos

por josé simões, em 27.04.17

 

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Em nome da Função Pública e com a benção dos partidos da 'Geringonça', ateus-agnósticos-jacobinos-laicos e religiosamente multi coloridos mas com a base eleitoral de apoio à sombra do Estado.

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

Faz de conta

por josé simões, em 21.02.17

 

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Faz de conta que a bancada parlamentar do Partido Socialista que chumba a terça-feira de Carnaval como feriado nacional não é a bancada parlamentar que suporta o Governo do Partido Socialista que concede tolerância de ponto na terça-feira de Carnaval.

 

Faz de conta que a terça-feira de Carnaval não existe, faz de conta que o país não pára na terça-feira de Carnaval, faz de conta que quem no privado faz a ponte entgre o domingo e a terça-feira não gasta um dia de férias para o efeito, faz de conta que as grandes empresas não têm a terça-feira de Carnaval consignada em contrato de trabalho ou em acordo de empresa, faz de conta que empresas como a Volkswagen Auroeuropa não concedem a terça-feira de Carnaval, faz de conta que o Partido Socialista anda a brincar ao Carnaval.

 

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|| Como dizem os cámones, don't give a shit

por josé simões, em 12.02.13

 

 

 

Em 6 de Outubro de 1974, decorria o PREC [período revolucionário em curso], é proposto pelo primeiro-ministro Vasco Gonçalves e pelo ministro do Trabalho Costa Martins "Um dia de trabalho para a Nação". Um domingo é transformado em dia útil de trabalho oferecido gratuitamente pelos trabalhadores ao país. A adesão é significativa […]»

 

Trinta e nove anos depois, em Fevereiro de 2013 decorre outro PREC [período reaccionário em curso] e, à semelhança do que já tinha acontecido em 2012, para que a tradição se cumpra, como forma de salvar as economias locais e os investimentos efectuados pelo poder local, o povo, as autarquias, as empresas, ignoram olimpicamente a recusa do Governo Pedro Passos Coelho/ Paulo Portas em dar tolerância de ponto na terça-feira de Carnaval, a pretexto do aumento da produtividade e da situação de emergência financeira em que o país se encontra.

 

O povo, definitivamente, perdeu o respeito a um Governo que não respeita o povo, que não tem a mínima noção daquilo que anda a fazer nem das implicações e dos danos colaterais provocados por aquilo que faz.

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

|| Terça-feira de Carnaval

por josé simões, em 06.02.12

 

 

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

|| O[s] Verdadeiro[s] Artista[s]

por josé simões, em 07.12.11

 

 

 

|| “Quem é que me empresta uns óculos?” [*]

por josé simões, em 08.11.11

 

 

 

|| Vamos então legislar especificamente para a administração pública e sector empresarial do Estado?

por josé simões, em 29.06.11

 

 

 

Qual é o privado que concede uma ponte (ou uma tolerância de ponto) se estiver em causa o desempenho da empresa? Não era [muito] mais fácil o Governo simplesmente não conceder a ponte (e já agora a tolerância de ponto)?

 

De propaganda começamos bem: mudanças de classe em pleno voo, incentivos a mulheres parideiras e feriados sem ponte encostados ao fim-de-semana.

 

(Imagem fanada ao The Independent)

 

 

 

 

 

|| O blogue em papel

por josé simões, em 28.12.10

 

 

 

 

 

Relacionar o ex-primeiro ministro e futuro Presidente da República Cavaco Silva com o caso BPN via SLN é crime de lesa-pátria, já ilustrar uma notícia sobre a Câmara de Lisboa, e o seu presidente António Costa, com uma fotografia do candidato presidencial Manuel Alegre é jornalismo.

 

Tentemos no entanto ver isto de uma forma positiva: se a blogger Filipa Martins e o blogue em papel onde escreve tentam conotar a obscenidade, que é mais um dia de tolerância de ponto em cima do dia já concedido, com o único candidato capaz de fazer frente ao candidato do establishmen, na sua conotação mais negativa, é sinal que colhe aceitação na opinião pública a condenação destas jogadas de populismo manhoso, no seguimento da concessão de tolerância de ponto aquando da visita de Joseph Ratzinger e da não concessão por alturas da Cimeira da NATO, o que obrigatoriamente leva à vox populi de “atrás dos tempos vêem tempos e outros tempos hão-de vir”, “há mais marés que marinheiros” e “quem com ferros mata, com ferros morre”. Vale para o blogue, para a blogger e para o presidente camarário.

 

 

 

 

 

 

 

|| Somos um povo muuuuuito tolerante

por josé simões, em 13.05.10

 

 

 

 

Tolerância de ponto é poder chegar atrasado - ou sair mais cedo - do trabalho, uma vez sem exemplo, ou nem sequer lá pôr os pés?

 

«A tolerância, do latim tolerare (sustentar, suportar), é um termo que define o grau de aceitação diante de um elemento contrário a uma regra (…)»

 

(Imagem de autor desconhecido)

 

 

 

A tradição (II)

por josé simões, em 19.03.08

 

Vou aos Paços do Concelho de Setúbal, vulgo Câmara Municipal, proceder ao pagamento de uma taxa com o pomposo nome de “Publicidade / Ocupação da Via Pública”; isto apesar do anúncio luminoso da empresa ao qual se aplica a taxa se encontrar afixado numa parede, a mais de 5 metros de altura do passeio, donde sobressai na melhor das hipóteses para aí 10 cms… Adiante.
 
Na recepção espero cerca de 15 minutos que o contínuo / recepcionista acerte a sua vidinha com uma senhora de idade, que, pela conversa, devia ser a sua excelentíssima mãe. Após o “acerto de contas” com o familiar, pergunta-me o meu primeiro e último nome, e indica-me uma sala onde, depois de entrar, retiro uma senha de espera; e espero. Depois de pingar o meu número no visor, sou atendido por um funcionário que digita qualquer coisa num PC, escreve um número numa tirinha de papel, e indica-me outra sala onde entro de tirinha de papel na mão, e onde, finalmente, pago a taxa. Com três notas e duas moedas. Dinheiro certo e sem trocos a fazer, o que não invalida que a funcionária some o montante com uma calculadora.
 
É a tradição… E quinta-feira há tolerância de ponto.
 
(Talvez seja eu que estou mal habituado, por, na minha empresa, um só empregado fazer este tipo de serviços, e em menos de um foguete…A sorte é que só lá volto para o ano).
 
 

A tradição

por josé simões, em 18.03.08

 

É a tradição (link).
Assim a modos  como em Barrancos, onde se podem matar touros na Praça (pública, não de touros), enquanto no resto do país nos ficamos pelas vulgares bandarilhas e pegas de caras. Somos um país de tradições. Onde também é tradição serem sempre os mesmos a não ter tolerância para qualquer coisa, quanto mais para “o ponto”.
 
Assim de repente ocorreu-me que a próxima quinta-feira à tarde seria um bom dia para os sindicatos da Função Pública convocarem uma greve, seguida de uma manifestação, contra as tentativas do Governo em retirar direitos e regalias aos trabalhadores da Administração Pública e autarquias. Os outros, aqueles que não têm tolerância, como sempre irão trabalhar; haja ou não greve seguida de manifestação.
 
Adenda: escreve Vital Moreira hoje no Público:
 
«Os funcionários públicos gozavam de muitos privilégios face aos trabalhadores do sector privado, desde uma maior segurança no emprego até um sistema de aposentação e de pensões muito mais favorável, desde um menor horário de trabalho até um sistema de saúde privativo (a ADSE), desde remunerações em geral mais elevadas até uma generosa abertura à acumulação com funções privadas, etc.»
 
"Gozavam"?! Fartam-se de gozar (a bandeiras despregadas); digo eu.
 
(Foto via Fresh Pics)
 
 

...

por josé simões, em 26.12.06

Segundo a edição on-line de hoje do semanário Sol, o Governo não vai conceder tolerância de ponto no próximo fim-de-semana da passagem de ano, há semelhança do sucedido pelo Natal.

Ainda segundo o Sol:

O  despacho do primeiro-ministro que justifica a tolerância de ponto concedida hoje refere que, «considerando que é tradicional a deslocação de muitas pessoas para fora dos seus locais de residência no  período natalício, tendo em vista a realização de reuniões familiares», mas também «a prática que tem sido seguida ao longo dos anos», determina-se a tolerância  de ponto «aos funcionários e agentes do Estado, dos institutos públicos e dos serviços desconcentrados da administração central».

 

As questões a colocar ao executivo e a José Sócrates são:

 

O seguimento de práticas seguidas ao longo dos anos é compatível com a atitude e espírito reformista deste Governo, ou serão antes resquícios do espírito natalício e dialogante de quem pertenceu aos Governos do católico António Guterres em que o Natal era todo o ano?

 

Ou será Sócrates a tentar emendar a mão depois de ter sido “entalado” pelas tomadas de posição de alguns presidentes de Câmara, sendo que a mais mediatizada foi a de Rui Rio no Porto (vá-se lá saber porquê…)?

 

A expectativa é:

 

Depois do PC/ Porto se ter insurgido contra Rui Rio, considerando a medida tomada um grave atentado aos trabalhadores e aos munícipes, será agora a vez do PC/ Nacional pela voz de Jerónimo da Sousa?

 

Em qualquer dos casos, boas entradas! porque as saídas estão a ser péssimas…