"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
O Conselho de Estado inconstitucional presidido por um Professor catedrático de Direito e com a presença daquele senhor com nome de esquentador alemão decorreu com o Francês como língua oficial ou foi com tradução simultânea?
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PARTE III Organização do poder político
TÍTULO II Presidente da República
CAPÍTULO III Conselho de Estado
Artigo 141.º Definição
O Conselho de Estado é o órgão político de consulta do Presidente da República.
Artigo 142.º Composição
O Conselho de Estado é presidido pelo Presidente da República e composto pelos seguintes membros:
O problema de Marcelo é ter sido crescido e educado nos idos do Excelentíssimo Senhor Presidente do Conselho e o de ter herdado o nome do padrinho, que não o foi por um acaso do destino que ficou ligado ao dia em que viu a luz do dia, e de fazer da Presidência República a ideia de Presidência do Conselho, do Presidente do Conselho que não só se interessa como sabe de todos os pormenores da vida de cada um dos milhões de portugueses. Tirando isso é o português médio típico do nacional-porreirismo e do prá frentex é que é caminho [seja ele qual for]. Não é defeito é feitio.
Por outras palavras Marcelo sente um peso na consciência, um sentimento de culpa, por ter sido um privilegiado do regime fascista em relacção aos seus compatriotas e quer penitenciar-se por isso, como se isso fosse culpa sua, quase como pedir desculpa por ter nascido.
Em verdade, em verdade vos digo que, após 10 – dez – 10 anos de Cavaco Silva numa instituição outrora respeitável e que dava pelo nome de Presidência da República, já estou por tudo.
Nem que seja às cabeçadas contra as paredes, ou a fazer ondas porque sim, ou por causa do barulho das luzes, ou porque quem não aparece é esquecido, ou até porque quem não sabe fazer mais nada do que muito barulho faz muito barulho para nada e para incomodar os outros. "Santana admite candidatar-se a Belém mesmo contra Marcelo" [e contra Guterres], sem perceber que o que Santana admite é candidatar-se a Belém contra Santana. RIP.
Isto em Cavaquês, e nas entrelinhas, deve querer significar alguma coisa. Deve. Mas como nem as pitonisas, oficiais e oficiosas, se atrevem deitar a adivinhar resta-nos esperar por um prefácio.
"Vamos precisar muito uns dos outros", diz a senhora que precisa muito do marido para sobreviver porque só recebe €800 de reforma, e de quem eu não me lembro de ter visto a cara e o nome no boletim de voto no dia das eleições para a Presidência da República, para me entrar agora pela casa dentro com conversa de chacha.
Como se já não bastassem as televisões e as entrevistas na rua do Carmo e na rua de Santa Catarina aos coitadinhos miseráveis, afogueados com as compras que não podem ir além dos €100 por pessoa, já que este ano o Natal vai ser de penúria por via da crise e dos cortes e da recessão. O Natal é cor-de-rosa no palácio cor-de-rosa que tem nome de Natividade e nas redacções dos telejornais, e cor-de-burro-quando-foge para o resto dos cidadãos.