"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
O Ventas do Chaga pode montar uma campanha de ódio contra uma minoria, toda ela assente na mentira "os ciganos vivem quase exclusivamente de subsídios do Estado", afirmação desmentida pelo estudo do Alto Comissariado para as Migrações, mas o Ventas não pode ser desmascarado e chamado de mentiroso porque se enquadra na categoria de "ataque a opositor político" na "gestão do ensino público pelo Governo".
"Como é que podemos confiar na gestão do ensino pelo Governo?" pergunta o sonso Ventas a propósito de uma aula de Filosofia que levanta a questão "como é que podemos confiar na palavra de um populista que recorre sistematicamente à mentira e à desinformação para ganhar dividendos nas urnas?"
No dia 28 de Outubro de 2020, dois anos depois mais uns pozinhos, Ana Catarina Mendes, no discurso de encerramento do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2021, imediatamente antes da votação, num exercício de propaganda e manipulação, recorre ao golpe baixo da mentira e, em directo para todo o país, acusa o Bloco de em Outubro de 2019 ter recusado um acordo para a legislatura preferindo negociar orçamento a orçamento.
"Amigo, não percebo a sua raiva com os nossos Twits de extrapolação de resultados legislativos. Tal como muitos seguidores de Ventura está cego ideologicamente, tem mais em comum com eles do que pensa. Você chama-me de nazi, e não me conhece de lado nenhum. É uma enorme falta de respeito. Tem atitudes fascistas ditatoriais, olhe para o Chega e reveja-se. Você é que é um bom nazi, anti-defensor da liberdade de expressão. Não consegue parar para pensar que se o Chega ultrapassa os 7% nas últimas sondagens oficiais, em algum lugar terá de ter resultados superiores a 7% como acontece em Lisboa ou Portalegre. É preciso ser hipócrita, burro ou 100% cego, para ser tão omisso em coisas que são factos.
Sem mais nada a falar.
Da próxima vez diga as coisas na cara e menos em publicações escondidas."
"Nos professores excedentários, o senhor primeiro-ministro aconselhá-los-ia a abandonar a sua zona de conforto e procurarem emprego noutros sítios?". A resposta: "Angola, mas não só Angola, o Brasil também, tem uma grande necessidade ao nível do ensino básico e do ensino secundário de mão de obra qualificada e de professores.Sabemos que há muitos professores em Portugal que não têm nesta altura ocupação e o próprio sistema privado não consegue ter oferta para todos. Nos próximos anos haverá muita gente em Portugal que ou consegue nessa área fazer formação e estar disponível para outras áreas ou querendo-se manter, sobretudo como professores, podem olhar para todo o mercado de língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa".
Se fosse em Inglaterra, por exemplo, ganhávamos dinheiro com isto, tipo uma bolsa de apostas sobre qual o dia em que Pedro Passos Coelho não ia pregar uma mentira ao país. Assim só perdemos, o contribuinte dinheiro, os portugueses vergonha alheia pela imagem na Europa.
Não é o Pedro Passos Coelho mentir, despudorada e continuamente, com quantos dentes tem na boca que impressiona. Não. O que impressiona é, na era da net e do Google, com os links que desmentem e confirmam à distância de um click, numa fracção de segundo com milhares de respostas, na era do Twitter, do Facebook, do Instagram, do Google Plus, do... , onde em menos de um fósforo a novidade se espalha literalmente pelo mundo inteiro, Pedro Passos Coelho continuar a mentir despudora, continua e compulsivamente, sem emenda. Pimenta na língua.