|| Um hooligan carregado de livros é um intelectual
Felizmente que os portugueses novos emigrantes não fogem da miséria como no passado, fogem só do final do mês e das contas para pagar e da comida que não há para pôr na mesa dos filhos e da escola e da educação que não lhes podem dar. Ou então nem sequer fogem, saem só porque lhes apeteceu, porque sim. Esses madraços. E como são todos fluentes em línguas, chegam a falar alemão, inglês ou francês aos países de destino e têm logo uma vida fácil nas terras do leite e do mel. Ah, e há o Erasmus… Os portugueses novos emigrantes saem para fazer o Erasmus, saem porque fizeram o Erasmus. Saem de Esrasmus debaixo do braço para a indústria hoteleira na Suíça, para a recolha do lixo na Alemanha, para a construção civil no Benelux e em França, e para mulheres-a-dias onde elas fazem falta. Tal como Miguel Relvas, em Abril do ano passado no programa "5 para a meia-noite", o escritor de romances policias Viegas também já ouviu falar do Erasmus, essa espécie de Interrail do saber e do conhecimento, uma Queima das Fitas em movimento por essa Europa fora. Se calhar foi o ministro da Propaganda que lhe falou da filha…
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