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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Procedimento Por Défice de Memória

por josé simões, em 22.05.17

 

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A novidade não é a saída de Portugal do Procedimento por Défice Excessivo, a novidade é a saída de Pedro Passos Coelho do Procedimento Catastrófico Excessivo e um ainda titubeante discurso positivo, afinal em Outubro há eleições legislativas, que se lixem as eleições.

 

Entre meia dúzia de banalidades, lugares comuns e alguns dados adquiridos, que podiam ter saído da boca de Jerónimo de Sousa, Assunção Cristas ou Catarina Martins, o personagem continua a insistir que o corte em salários e pensões e uma legislação a favorecer a rigidez patronal são "reformas", não é defeito é feitio, e que temos de avançar para a "reforma da Segurança Social", que é uma forma artística de introduzir o plafonamento, transformar a Segurança Social numa espécie de seguro dos miseráveis e entregar o remanescente aos privados.

 

O personagem que em vésperas de eleições criou um simulador online para a devolução da sobretaxa de IRS e que no dia a seguir às ditas já estava em resto zero reclama “menos calculismo eleitoral”.

 

O personagem que lamentou publicamente não ter conseguido baixar o custo do trabalho para as empresas, a reforma que ficou por fazer, considera fundamental gerar mais "emprego [...] melhor remunerado".

 

O personagem que é contra a devolução de salários e pensões, o fim da sobretaxa de IRS, a reposição de feriados e a actualização do preço da hora extra para valores pré 2011 mostra-se satisfeito pelos resultados alcançados e cumprimenta o Governo por isso.

 

Quão curta é a memória do povo?

 

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