||| De má-fé
Não bastava Pedro Passos Coelho, depois de ter estado sentado à mesa com Marco António Costa ao seu lado, vir atirar a contenção do défice e o travão ao endividamento à cara do Partido Socialista, à saída de uma reunião pedida por Cavaco Silva – vai aos mandados e não percas o troco pelo caminho – a fim de achar soluções de governabilidade – porque a maioria ganhou e a maioria que ganhou é que forma Governo e porque a maioria que ganhou e que forma Governo precisa do aval da maioria que não ganhou – enquanto enrolava conversa durante 15 infindáveis minutos sobre a ausência de propostas do Partido Socialista, sem possibilidade de contraditório para António Costa que havia sido bastante comedido nas declarações, truncando o recado de Cavaco Silva – quem está em apuros é que propõe – a mesma táctica usada durante a campanha eleitoral – enquanto falamos do programa do Partido Socialista ninguém fala do nosso, que não existe porque é mais do mesmo – para, no final, depois de 15 minutos de conversa enrolada, em vacuidades sempre iguais com roupagens diferentes, o mentiroso ser rasteirado pela própria mentira, com que queria rasteirar a opinião pública, ao deixar cair para os jornalistas que "a reunião foi a nosso [deles] pedido" – ora se a reunião foi a pedido deles por que cargas de água é que António Costa havia de aparecer cheio de propostas na manga? – enquanto os jornalistas já papagueavam a bom papaguear para todas as rádios e televisões que a reunião tinha dado em nada por ausência de propostas do Partido Socialista.
Esta gente não é de confiança. Esta gente está de má-fé em tudo o que se mete e com tudo o que se mete no seu caminho. E é bom que o Partido Socialista tenha aprendido a lição da campanha eleitoral porque a campanha eleitoral ainda não acabou, como se viu pelo chorrilho de mentiras cheias de "sentido de Estado" saídas da boca de Pedro Passos Coelho à porta da reunião com António Costa.
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