“Grão-a-grão, enche o homem de galinhas o papo”
por josé simões, em 16.02.08
Ao contrário do que escreve Francisco José Viegas, acho que não foram os “bigodudos” que proibiram a afixação de um cartaz no Metro de Londres, foram os barbudos de turbante que de há uns anos a esta parte se vêm apoderando da cabeça dos “bigodudos”; e não só em Londres. Pode parecer uma subtileza de língua, mas não é.
Também ao contrário do que escreve FJV, acho que o que menos interessa aqui é a autoria da pintura. Até podia o autor ser, um daqueles pintores de rua ali para os lados do Chiado; ou do Metro de Londres.
A pintura, neste caso em concreto, vale o que vale. De Cranach ou do Zé da Esquina. Como n’O Cachimbo de Magritte, é a ideia que está em causa. A ideia da mulher; por ora. O resto vem (esperemos que não venha) com o tempo.
O que mais me choca nesta estória é o local onde ela se desenrola. O país de Churchill. Aquele personagem que, e ao contrário do que muitos dos súbditos de Sua Majestade pensam, não é ficção; e que durante muito tempo foi o único que teve a lucidez suficiente para ver em Hitler a ameaça que realmente constituía.
Como bem pergunta Ferreira Fernandes, “Querem Tapar Vénus. Com Um 'Hidjab'?”; e a seguir, digo eu, talvez vestir umas cuecas ao Manneken-pis de Jerome Duquesnoy em Bruxelas…
“Grão-a-grão enche o homem de galinhas o papo”, é o título do post.
Era um trocadilho que usávamos nos tempos de Liceu, à roda do célebre ditado português: “grão-a-grão enche a galinha o papo”. Quem é o homem e quem são as galinhas, aqui e agora, é o que deixo ao vosso critério.
Adenda: Estas duas notícias, ontem no El País:
"Polémica
Wikipedia rechaza retirar imágenes de Mahoma
Más de 160.000 internautas apoyan una campaña contra la edición en inglés de la popular enciclopedia digita"
(Link)
"Cerrojazo de países árabes a televisiones como Al Jazeera
22 ministros de Información adoptan normas restrictivas"
(Link)